Capítulo 17

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Ele precisava arriscar.

Zarius sabia os perigos do que iria fazer a seguir, mas depois de quase ter sido morto na noite anterior em uma emboscada tramada por Lucian e West, ele precisava encontrar provas concretas que pudessem constatar que o príncipe e o Líder dos Cavaleiros Reais tramavam algo contra o rei e o reino.

E qual o melhor lugar para encontrar essas provas?

O aposento de Lucian.

Era início de tarde e o príncipe estava almoçando com William, Islani, e alguns convidados nobres. West não se encontrava no palácio. Era a ocasião perfeita para agir.

Zarius parou em frente à porta do quarto. Ele olhou para os dois lados do corredor e constatou que estava sozinho. O cavaleiro então pegou uma fina barra de ferro, com a extremidade retorcida, e a encaixou dentro da fechadura. Ele foi mexendo, mexendo e mexendo, até encontrar a posição certa para destrancar a porta. Uma vez destrancada, ele pôde adentrar no recinto.

Do lado de dentro, Zarius trancou a porta novamente. Ele não era idiota e sabia que Lucian também não era. Se deixasse a porta destrancada, o príncipe logo notaria, afinal, ele a deixou trancada quando saiu.

Sem perder tempo, o cavaleiro começou a procurar por qualquer coisa que pudesse servir como prova. Procurou por documentos e objetos na mesa, debaixo da cama, na fronha do travesseiro; por algum fundo falso na parede, no chão; em todos os lugares que julgou possível ou suspeito. Porém, não encontrou nada que pudesse denunciar o filho do rei. Nada.

Isso era frustrante.

De repente, um som familiar.

O "click" de uma chave dentro da fechadura ecoou.

Lucian.

Ele estava entrando no aposento, e Zarius continuava lá.

- Droga - praguejou o cavaleiro em um sussurro.

Zarius olhou para todos os cantos, buscando algum lugar para se esconder. Seus olhos então se concentraram na parte de baixo da cama. Ele viu uma oportunidade razoável de se esconder lá.

Não pensou duas vezes.

Zarius correu para baixo da cama tentando fazer o mínimo de barulho possível. A última coisa que ele queria era dar suspeitas a Lucian de que alguém estava lá bisbilhotando.

O local não se mostrou nada confortável; era apertado e cheirava mofo. Havia poeira em excesso e o ar não circulava bem, mas conseguia esconde-lo. O importante era isso. Só seria descoberto se Lucian resolvesse olhar diretamente lá.

Zarius fechou a boca e tentou respirar em silêncio. O local estava sereno, então o menor barulho poderia entrega-lo.

- Então, o que você quer tanto me contar? - Perguntou a voz de Lucian, abrindo a porta e entrando no quarto.

- Feche a porta antes - respondeu uma segunda voz.

"West", concluiu Zarius.

"Oportunidade perfeita para saber o que estão tramando", pensou o segundo comandante.

- Os Guardiões da Floresta encontraram um cavalo perdido e ferido, vagando pela mata - revelou o Líder assim que a porta do aposento fora fechada.

- E de quem era o cavalo? – Lucian quis saber, sentando-se na cama. Zarius conseguiu ver perfeitamente os pés descalços do príncipe.

- De Mursog - anunciou o Cavaleiro Real, apoiando-se na ponta da mesa, com os braços cruzados.

- O encontraram?

O Monstro do CasteloOnde histórias criam vida. Descubra agora