Capítulo 34 - Surpresa

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Na semana seguinte não voltei ao hospital, afinal sabia que Sasuke estaria por lá e ele era a última pessoa que eu queria ver na face da terra. Pelo menos por enquanto, olhá-lo iria me afetar muito. Para ocupar a minha cabeça me dediquei ao trabalho e aos estudos na faculdade. No trabalho minhas atividades tinham dobrado, porque Hinata finalmente tinha embarcado para a Inglaterra com Naruto para administrar o novo hotel dos Hyuuga. Agora, eu era a administradora do hotel e só era supervisionada às vezes por Neji que vinha e me cobrava relatórios. Na faculdade me empenhei o máximo que pude. Tanto que fui nomeada a melhor aluna da classe, mas nada disso me trazia felicidade. Eu estava triste.

— Amiga, essa nem parece você. – me dizia Tenten

— É, eu estou realmente abatida por causa dessa história toda.

— Você gosta mesmo do Sasuke.

— Eu não gosto. Eu amo. E eu me sinto mal por saber que ele não me ama como eu pensava. Maldita hora que eu fui conhecer o Sasuke.

— Pois é, se você não tivesse conhecido ele estaria ainda com o Gaara provavelmente.

— Talvez. Como eu posso saber? As coisas tomaram um rumo diferente.

— Deve ser seu destino – Tenten acreditava que as coisas aconteciam por uma vontade maior que a nossa

— Deve ser.

— Por que você não passa o final de semana lá na fazenda? Ia ser bom pra você relaxar de todo esse estresse.

— É uma boa opção. Fugir dos Uchiha por algum momento.

— Eles andam te procurando?

— Dona Mikoto andou me ligando pedindo pra eu visitar Itachi no hospital, falei que iria fazer o possível, mas que estava enrolada com o trabalho e a faculdade e aí ela entendeu, mas me disse que Itachi quer e muito me ver.

— E porque você não vai vê-lo?

— Porque onde Itachi estiver Sasuke estará e eu não quero vê-lo.

— Você está num beco sem saída.

— Vou cavar um buraco e me enterrar viva então. – disse séria

— Você anda muito pessimista amiga. Você vai encontrar alguma solução.

[...]

Eu já estava arrumando a minha mala para passar o final de semana na fazenda, quando meu telefone toca e era um número desconhecido. Então eu atendi.

— Alô?

— Sakura, você nunca mais veio me visitar hein? – reconheci a voz, era Itachi

— Eu disse pra sua mãe que assim que der eu passo no hospital.

— Eu não estou mais no hospital. Me deram alta. Você pode vir me ver amanhã aqui em casa mesmo que tal?

— Nossa, já te deram alta? Está conseguindo se movimentar bem?

— Bem, eu ainda não estou 100% afinal eu continuo com a fisioterapia, mas eu já consigo andar, embora seja bem devagar.

— Que bom te ver quase completamente recuperado.

— A verdade é que você ainda não me viu e eu não vou sossegar até você vir me ver.

— Insistente como sempre. Sabe Itachi eu adoraria, mas eu vou passar o final de semana com meus pais na fazenda, mas prometo que segunda-feira quando eu voltar passo na sua casa está bem?

— Só na segunda? – notei que a voz dele tinha ficado decepcionada

— Só na segunda. Você vai saber esperar paciente não vai?

— Se não tem outro jeito – disse com o mesmo tom de voz decepcionado – Boa viagem então!

— Obrigada. Se cuida. Até segunda.

— Até. – e desligamos.

Terminei de arrumar minha mala e então fui para a rodoviária. Entrei no ônibus que ia para a cidadezinha da fazenda e curti as seis horas de viagem ouvindo música e observando a paisagem. Voltar para o meu lugar de origem era a solução momentânea que eu tinha encontrado para ficar longe dos problemas. Se bem que eu teria que ver Itachi segunda e consequentemente esbarraria com o Sasuke. Isso não é nada bom.

Chegando na fazenda, logo corri para abraçar meus pais afinal fazia um bom tempo que eu não os via e só falar por telefone não mata a saudade, não mesmo. Depois de toda a recepção calorosa tomei café da manhã com meus pais e depois fui conversar com os pais da Tenten, afinal eles queriam saber como estava a minha vida e também perguntar pela filha. Após isso resolvi dar uma volta na fazenda a cavalo e quando estava andando perto do portão principal da fazenda tinha um táxi tentando entrar, mas os empregados impediram.

— O que está acontecendo aqui?

— Esse moço aqui disse que quer falar com você, Sakura. – foi então que eu notei que a pessoa que tentava entrar na fazenda era Itachi. Ele desceu do táxi.

— Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé. – dizia com um sorriso bobo nos lábios

— Eu não acredito que você veio até aqui. – sorri e desci do cavalo e fui recebê-lo – Haku, não precisa se preocupar, eu não estava esperando o senhor Itachi, mas ele é um amigo meu. Pode o deixar entrar. - Haku assentiu e deixou Itachi passar. Então Itachi pagou o táxi e veio até mim me abraçando forte.

— Que saudade Sakura. Faz tempo que você não vinha me ver e eu não ia agüentar ficar esperando até segunda.

— Eu só quero saber de uma coisa... como você conseguiu o endereço da fazenda?

— Ah uma ligação pro Neji resolveu tudo.

— Ah claro, o Neji é namorado da Tenten! Óbvio que ele já veio aqui e sabe o endereço.

— Exatamente.

— Nada te para né?

— Claro que não. Sabe eu vim fugido... deixei apenas um bilhete pra minha mãe não ficar preocupada.

— Você é louco. Coitada da sua mãe! Ela vai ficar muito preocupada, afinal você ainda está fazendo fisioterapia.

— Vocês me tratam como criança. Eu sei o que eu faço e eu já to quase bom. Você só precisa ter um pouco de paciência comigo porque eu ando devagar.

— Trouxe os remédios que você tem que tomar?

— Trouxe. Vai querer bancar a babá?

— Acho que sim, já que a criança fugiu de casa.

— É bom fazer umas loucuras de vez em quando. – disse sorrindo

— Acho que você faz essas loucuras de vez em sempre.

— Chega de sermão. Eu não posso passar o final de semana com você?

— Pode, mas antes vai ter que ligar pra sua mãe e avisar que está aqui.

— Ta bom, eu ligo – pegou o celular e ligou, certamente dona Mikoto deu uma bela bronca nele e depois ela quis falar comigo e então eu me responsabilizei por Itachi e ela ficou mais tranquila.

— Eu não acredito que a minha mãe pediu pra você bancar a babá – disse tampando o rosto de vergonha

— Ela é só uma mãe preocupada.

— Mesmo assim, desse jeito ela me mata de vergonha. Eu tenho 20 anos, não sou um bebê.

— Pras mães os filhos nunca crescem.

— Bem, agora eu quero conhecer os seus pais. Vamos ver se você se sente a vontade com eles te tratando feito bebê.

— Vingança?

— Sim – e deu uma risada maléfica. É, eu acho que Itachi já recuperou todo o bom humor e superou o acidente.

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