Capítulo 54 - Refém

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  Os convidados já estavam indo embora quando eu resolvi beber um pouco para esquecer os problemas e me escondi na casa da árvore.

— Te procurei pela casa inteira, porque você se enfiou aqui? – disse Sai entrando na casinha da árvore
— Não percebeu que eu não to a fim de ver a cara de ninguém, muito menos a sua? – respondi, mas eu já estava bêbado
— Beber não vai solucionar nenhum problema – disse enquanto pegava a garrafa de conhaque da minha mão
— Vai ajudar esquecer pelo menos – peguei a garrafa da mão dele e voltei a encher o meu copo e virar de uma vez só
— Só por uma noite, amanhã você vai estar de ressaca e o problema ainda vai estar aí.
— Tanto faz. Eu quero esquecer agora. Você deve estar feliz por me ver assim. Está querendo a minha namorada não é? Você que a fez mentir.
— Tudo bem. Eu confesso. Eu quero a Sakura pra mim, porém você está imaginando coisas demais.
— Você é falso. Não confio em você - me levantei para expulsá-lo de lá, mas quem disse que eu me aguentava nas minhas próprias pernas? Caí e Sai apenas riu de mim
— Está deplorável. Sakura vai te largar não por minha culpa e sim por você ser ridículo. Um completo idiota por desconfiar dela.
— Ridículo é você que dá em cima da minha namorada na cara dura. De onde vocês se conhecem?
— Já falei... Esbarrei nela na rua.
— Está mentindo. – gritei furioso
— Se você não acredita, problema seu. Beba até desmaiar então. – ele saiu finalmente me deixando a sós com a minha mais nova companheira: a bebida.

[...]

De longe vi Sai sair da casa da árvore, pelo barulho que ouvi ele e Sasuke estavam discutindo. Mandei Suigetsu me esperar no carro e subi para conversar com o meu querido Sasuke.

— Posso te acompanhar na bebida? – perguntei gentil
— Você já devia ter ido embora Karin. Você não é bem vinda aqui – ele tentou me expulsar, mas já estava tão bêbado que eu iria conseguir fazê-lo mudar de ideia
— Quanta receptividade Sasuke! Antigamente você imploraria pra eu passar a noite com você – falei e sentei no colo dele como nos velhos tempos e a cariciei o seu rosto
— Saia! Eu tenho nojo de você – me empurrou com força e eu caí no chão
— Mentira. Você ainda me deseja. – me levantei e o beijei a força. Ele tentou me empurrar de novo, mas agora eu me agarrei ao pescoço dele e ele acabou retribuindo o beijo. Eu venci, ele já estava fraco por causa da bebida.
— Saia – ele depois de longos minutos me empurrou, mas eu me levantei com um sorriso vitorioso. É hoje que ele volta a ser meu.
— Não precisa ser agressivo, eu já entendi. Você só quer a mentirosa da Sakura, que por sinal te coloca chifres com o seu primo. Depois é a mim que vocês chamam de vadia. Quanta injustiça! – choraminguei e coloquei um pouco de conhaque num copo.
— Ela mentiu, mas ela não me traiu! – gritou
— Quem te garante? Ela não ficou super estranha por causa do Sai? – falei e quando ele estava distraído procurando o próprio copo eu coloquei um sonífero no conhaque que estava a minha mão e ofereci a ele – Toma – ofereci a ele o copo, ele pegou e tomou tudo de uma vez só. Em minutos estaria apagado.
— Ela não é como você Karin. Ela mentiu, mas amanhã quando conversarmos tudo vai se esclarecer.
— Não vai. – quando ele já estava começando a falar começaram a faltar as palavras. Sasuke estava tonto, em segundos vai desmaiar e eu vou poder fazer com ele o que eu quiser. Puft desmaiou. Chamei Suigetsu pelo celular e ele me ajudou a colocar Sasuke no carro. Quando já estávamos saindo Itachi me parou.

— Ainda aqui Karin? – perguntava Itachi estranhando minha demora pra ir embora
— Eu estava mostrando para Suigetsu o belíssimo jardim da sua casa.
— Hum... Viu o Sasuke, Karin?
— Eu não o vi, mas ouvi ele e Sai discutindo.
— Tudo bem, vou perguntar pro Sai se ele sabe onde meu irmão está.
— Até mais Itachi. Parabéns pelo noivado mais uma vez.
— Obrigado. – então saí da mansão dos Uchiha. Sorte minha que Itachi não conseguiu ver que Sasuke estava dentro do carro adormecido.

[...]

No dia seguinte acordei com o meu telefone tocando desesperadamente, quem seria a essa hora me importunando? Ainda era 6 da manhã... Deixei tocar por algum tempo pensando que iriam desistir, mas não. Continuava a tocar e tocar. Levantei as pressas e catei o celular na cômoda. Por um momento achei que fosse Sasuke, mas ao olhar o visor era Itachi. Então atendi.

— Alô.
— Sakura, você está com Sasuke? – perguntou aflito
— Não, depois da nossa discussão na festa eu fui embora e ele ficou de me ligar hoje. Ele não está em casa?
— Não. Depois que a festa acabou eu procurei por ele, mas não encontrei. Então Sai me disse que eles tinham brigado, mas que Sasuke estava bêbado e que era melhor deixar ele na casa da árvore, aí hoje de manhã assim que acordei fui conversar com ele, mas ele sumiu. Não atende o celular. Não está em casa nem na empresa. Pensei que estivesse com você.
— Ele não deu sinal de vida pra mim. Onde será que ele se meteu? – me lembrei da praça – Itachi, bem, ele estava muito chateado comigo. Talvez ele tenha ido pra um lugar que ele costuma ir quando está sozinho. Você vai lá comigo?
— Vamos. Claro. – concordou e então ele veio pra cá. Assim que chegou saímos, fomos até a praça que Sasuke costuma ir para refletir sobre a vida. Vasculhamos todo o local e até perguntamos para as poucas pessoas que tinham por ali àquela hora da manhã, mas nenhuma noticia dele. Agora eu estava muito preocupada. O que teria acontecido com ele?
— Já que não conseguimos encontrá-lo vamos comunicar a policia. É só o que falta. – disse Itachi após entrar no carro
— Já verificaram hospitais? – perguntei aflita, talvez Sasuke tivesse mal ou alguma coisa de ruim acontecido
— Já. Mas ninguém com o nome de Uchiha Sasuke foi a qualquer hospital. – lamentou
— Isso já está me deixando agoniada. Onde ele se enfiou?

[...]

Acordei num lugar estranho, quando abri os olhos me deparei com um quarto muito pequeno. As luzes estavam apagadas. Tentei abrir a porta, mas estava trancada. Comecei a bater forte na porta, a gritar pra ver se alguém aparecia. Eu não tinha muitas lembranças de ontem à noite. Lembrava apenas de discutir com Sai e depois de Karin vir se jogar pra cima de mim. Ah ela me ofereceu um drink e depois ficou tudo escuro. Maldita. Aquilo só podia ser algum plano dela.

— Calma Sasuke – Karin disse assim que abriu a porta do quarto
— Sua vagabunda, eu vou embora daqui AGORA – gritei e a empurrei só que fui impedido de sair por Suigetsu, ele me imobilizou e depois me amarrou numa cadeira
— Que coisa feia! Você deveria me tratar melhor, já que a sua vida está em minhas mãos. – sorria
— O que você quer? – bufei de raiva
— Ainda não está claro que eu quero você? – chegou perto e me deu um selinho, eu mordi a boca dela e saiu um pouco de sangue
— Gatinho selvagem. Tudo bem, eu não vou ficar zangada com você. – disse após limpar o sangue da boca
— Você é louca! Esse Suigetsu não é o seu namorado? Vocês não estão apaixonados?
— Tolinho. O Sui é apenas parte do meu plano. Eu pago ele pra seguir as minhas ordens e tudo isso faz parte da minha vingança contra a Sakura. Eu vou tirar você dela pra sempre. Além disso, eu sempre te amei. Você me pertence, não a àquela coisa estranha.
— Você viajou só para planejar essa vingança?
— Claro. Ficar aqui iria complicar minha situação com a sua família. Eu sabia que eles teriam que pelo menos fingir que me perdoaram em nome da grande amizade que as nossas famílias têm.
— Você se aproveitou desse laço familiar pra aprontar essa pra mim?
— Sim, mas confesso que foi muito mais fácil do que eu imaginava, afinal Sai voltou e você ficou brigadinho com a Sakura. Agora vai ser fácil afirmar que você sumiu porque quis.
— Eles vão procurar por mim e vão me achar. – gritei
— Você é realmente tolo Sasuke. Eles podem até tentar te procurar, mas vão se cansar. Sakura vai voltar a viver a vida dela e a sua família também. Ainda mais depois que você ligar dizendo que está bem e que resolveu viajar por alguns anos.
— Eu não vou fazer essa ligação.
— Ah você vai sim. Se você não ligar e disser o que eu mandei a Sakura MORRE – me olhou com um olhar que eu nunca tinha visto em Karin. Ela estava louca.
— Você não tem como matá-la.
— Não duvide. Eu já quase a matei uma vez – após isso me lembrei do carro da Karin em alta velocidade que quase acertou a Sakura e pegou meu irmão em cheio. Meu coração disparou só de pensar que aquilo poderia se repetir. Então tomei minha decisão faria o que a louca quer para deixar Sakura viva.
— Eu ligo – falei derrotado
— Bom menino – sorriu e então me beijou de novo  

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