Capítulo 14 - Doce Inocência

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MARTI

Sentada no chão da sala, olho fixamente o calendário que se encontra em cima da mesinha de café. Já se passaram mais de três meses desde a última vez que falei com o Ji-Yong ou com a Seung-Hee. Desde aquele momento que decidi dar-me um tempo para relaxar em espairecer a cabeça. Junto do calendário encontrava-se um CD, o meu primeiro CD, um DVD e em cima dele uma carta escrita por Andrew, esta me fora entregue por Seung-Hee três meses atrás.

Seung-Hee havia-me ligado para me encontrar com ela no parque Yeouido Hangang, que fica a cerca de cinquenta minutos em carro da minha casa. Entrei no carro que estava estacionado junto à porta do meu prédio e segui em direção a Yeongdeungpo.

Seung-Hee encontrava-se sentada num banco junto à margem do rio, observava atentamente o pôr do sol. Avancei e sentei-me junto dela.

- Olá!

- Olá. - Retorqui séria.

- Qual é a coisa tão urgente da qual querias falar? - Questionei.

- Tu gostas do Ji-Yong? - Perguntou rapidamente.

- Sim... Quer dizer, ele é um bom amigo. - Respondi hesitante.

- Eu não me estava a referir a isso...

- Eu sei... Eu não sei como me sinto em relação a ele... Cada momento que passo com ele é fantástico, mas sempre que penso nele sinto que estou a trair o Andrew...

Seung-Hee encarou o entardecer. - Eu compreendo... Mas já se passaram quase três anos, ele próprio disse que te queria ver feliz, mas tu parece que empacaste no tempo. Yong-Gi é momento de começar a seguir em frente.

Eu estou a tentar...

- Toma. - Seung-Hee pegou numa saca cor de rosa com um laço e entregou-ma. - O Andrew deu-me isso. Ele disse para te o entregar se visse que tu não seguias em frente. o Andy quer-te ver feliz com alguém que te mereça, eu quero o mesmo. O Ji-Yong é essa pessoa, não desperdices essa oportunidade... Por quanto tempo é que o vais fazer esperar por ti?

Seung-Hee deixou-se sentada no banco sozinha, a noite já tinha caído, agora estava ali sentada sozinha com apenas a luz difusa do candeeiro de rua a iluminar-me. Abri o saco, lá dentro havia o meu primeiro CD e um papel dobrado. Abri o papel.

Olá Marti, se estás a ler isto suponho que apesar de teres lido a minha carta não conseguiste avançar ou ainda não leste a outra carta e não avançaste. Seja qual for a razão para estares a ler este papel quero que saibas que passei contigo mais de metade da minha vida. Foi contigo que descobri o que é amar, foram os melhores dez anos da minha vida!

Eu quero que tu sejas feliz, quero que encontres alguém que te faça sorrir como eu uma vez te fiz. Não quero que fiques presa a mim para sempre, porque és jovem e tens toda uma vida pela frente. Eu só te peço é que não te esqueças de mim. Eu sempre te protegerei não importa onde te encontres, eu sempre estarei a olhar por ti. Agora sê feliz!

Esse CD foi o teu primeiro grande sucesso, quero que o ouças uma última vez, quero que ouças a nossa música uma última vez e então te desfaças dele, tens também junto do CD um disco que quero que vejas. Quero que queimes esse CD como forma da tua passagem para uma nova vida, onde amarás alguém... Mas isto não é um adeus, isto é um até breve, até que nos voltemos a encontrar quero que sejas feliz. Amo'tee...

Levantei a cabeça, os meus olhos já estavam húmidos e as lágrimas já deslizavam pelo meu rosto. Observei o reflexo das luzes da cidade nas águas calmas do rio Han. Neste momento o meu coração encontra-se no centro de uma tempestade de emoções. O que devo fazer?...

Voltei para casa. Antes de mais nada, fui até junto da televisão e coloquei o CD no reprodutor, a primeira música começou a tocar. Melodia suave, intima. "Sweet Innocence" é o nome desta música que compus com dezasseis anos, música título do meu album e também a nossa música. Esta música fala acerca da inocência do primeiro amor. Andrew foi sem dúvida o meu primeiro e único amor... Bem, o único amor... Acho que talvez não... Agora vêm me à mente todas as memórias que tenho de Ji-Yong desde o dia em que o conheci. O meu coração acelerou um pouco mal pensei no nosso beijo... Já faz muito tempo desde que me senti assim. O único que me mexia tanto com as emoções era o Andrew... Será que eu realmente estou apaixonada pelo Ji-Yong? Por quanto tempo o vou fazer esperar... Uma semana, um mês, um ano... Uma vida inteira?... Liguei a televisão e pus o DVD. Uma compilação dos nossos vídeos caseiros era o conteúdo daquele disco prateado. Deixei-me estar sentada no sofá enquanto via aqueles vídeos repetidamente pela noite fora.

***

- Ji-Yong, preciso de falar contigo. - Disse.

- Claro, mas aonde? - Questionou do outro lado da linha.

- Naquele parque junto da tua casa. - Respondi.

- Está bem, então até já. - Retorquiu desligando.

Olhei uma última vez para o saquinho rosa, peguei nele e em seguida peguei na mala junto do sofá. Desci até à garagem do prédio e entrei dentro do carro do Ji-Yong fui até à casa da Seung-Hee e peguei no Andy. Já dentro do carro observei o bilhete de avião para Nova Iorque.

- Preciso de descansar um pouco... - Falei de mim para mim.

Já a caminho do parque, recebi uma chamada da agência de viagem a dizer que o meu voo tinha sido alterado para uma hora mais cedo. Olhei para o relógio. Não tenho tempo para falar com o Ji-Yong... E eu tenho mesmo de apanhar aquele voo. Dei uma volta de 180º e fui em direção ao aeroporto.

Desculpa Ji-Yong...

***

Vesti um casaco e saí para o jardim traseiro daquela enorme casa vazia, o vento de outono soprava com força e o mar estava agitado. É a primeira que estou nos Hamptons durante o outono, é estranho ver tudo tão calmo. Trazia comigo a saquinha rosa do Andrew, desci até à praia, observei com a tenção as ondas, senti o vento soprar sobre a minha pele, apreciei o odor do mar. Lembrei de todos os bons momentos que aqui passei. Tirei de dentro da saquinha o papel, o CD e o DVD, olhei uma ultima vez antes de os colocar no chão. Era tempo de me despedir. Durante estes três meses que aqui estive finalmente consegui ver a luz ao fundo do túnel...

Fui até à garagem e peguei num pequeno bidão com gasolina, voltei para a praia e despejei o liquido transparente sobre aqueles objetos, então peguei num esqueiro e acendi-o colocando-o perto o suficiente da gasolina para a incendiar. Um pequeno fogo se formou e vi a capa do CD começar a derreter com o calor, bem como o papel a virar cinza.

Não chorei. Já não havia mais lágrimas que derramar, a fonte delas havia secado.

- Andrew, finalmente estou a avançar... Isto não é um adeus, é um até breve, meu Amor...

Virei costas e deixei que as chamas consumissem o que restava da minha dor. Andrew foi uma enorme parte da minha vida, mas é tempo de avançar. É momento de começar de novo.

♡♡♡

Olá pessoal!

O que acharam do capítulo? Estão felizes pela Marti finalmente ter deixado o passado para trás e finalmente avançar? E pobre G-Dragon, foi abandonado pela Marti... Qual acham que foi a reação dele? Deixem as vossas opiniões nos comentários!

Este foi um capítulo mais pequeno e simples, e peço desculpa pela demora, mas eu tenho andado muito cansada por causa do estágio. Mas prometo que mal acabe o estágio vou voltar em grande!

Espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de comentar e deixar uma estrelinha!

Até à próxima!
A Autora.

let's not fall in love | bigbang [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora