Capítulo 35 - Fogo de Artifício

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MARTI

— Como é que ele está? – Perguntei assim que a porta do quarto se abriu.

— Acho que neste momento deverias estar mais preocupada com a tua saúde do que com a dos outros. – Comentou Seung-Hee fechando a porta atrás de si.

— Eu sou assim que se vai fazer. – Baixei a cabeça e admirei as marcas negras deixadas pelas cordas que há horas atrás me prendiam.

— Ele continua na sala de operações e ainda não deram notícias. – Seung-Hee puxou uma cadeira e sentou-se junto da cama colocando as suas mãos sobre as minhas.

— E o Marcus?... – Questionei olhando pela janela para a cidade que fervilhava de energia.

— Morreu poucos minutos depois de chegar ao hospital. Perda massiva de sangue e um pulmão colapsado. – Ela aperou-me as mãos com delicadeza. – Estás bem?

— Estou... - Disse mantendo o meu olhar fixo na cidade do outro lado da janela.

— Eu falei com o meu psicólogo e marquei uma consulta.

— Não era preciso. Eu estou bem. – Disse mantendo o meu olhar perdido fixo na janela.

— Eu sei que não estás... Eu já estive no teu lugar uma vez. – Ela levou uma mão ao meu rosto e fez-me encará-la. – Tudo vai ficar bem. Chora o que tiveres de chorar, não te faças de forte porque isso só piorará as coisas para ti.

— Eu já chorei tudo o que tinha a chorar na noite passada.

Seung-Hee puxou-me para um abraço e eu apenas encarei o chão sem me mexer. Sinto-me vazia, sinto-me sem energia, sinto como se não dormisse há anos. Estou completamente esgotada.

— Seung-Hee... - Chamei numa voz arrastada.

— Sim?

— Se conseguires, podias-me arranjar os registos médicos do Marcus e do Young-Jae... Preciso de confirmar uma coisa. – Pedi.

— Tens a certeza de que os queres ver? – Questionou-me terminado o abraço.

— Sim. – Disse fixando o seu olhar.

— Então se é isso que queres, farei os possíveis para os conseguir. – Ela levantou-se e dirigiu-se para a porta. – Tenho de ir, alguém tem de explicar esta confusão toda à imprensa. Eu estarei de volta num piscar de olhos, não te preocupes!

— Obrigada, Seung-Hee, a sério. – Agradeci abrindo um pequeno sorriso na cara magoada.

— Sabes, ficas mais bonita quando sorris. – Comentou fechando a porta atrás de si.

Fiquei de novo sozinha. Não consigo deixar de pensar em tudo o que aconteceu. Não consigo deixar de pensar no Ji-Yong.

***

— Não deverias estar a descansar?

— Eu tinha de ver como ele está... - Disse voltando-me para Seung-Hee que havia acabado de entrar.

— Como é que ele está? – Questionou aproximando-se da cama.

— Estável... - Disse passando-lhe a mão suavemente pelo seu braço adormecido. Enquanto isso Seung-Hee pegou no relatório médico dele.

— Bala perdida, um pulmão furado, uma costela partida, alergia à bala... - Ela conteve a respiração hesitando.

— Que foi? – Questionei.

— O coração dele parou três vezes durante a operação... Ele esteve morto durante uns 10 minutos segundo o relatório...

— Como é que isso é possível?

let's not fall in love | bigbang [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora