Capítulo doze

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Se Blake achava que eu ia mesmo aceitar aquele vestido deslumbrante, ele estava completamente certo. Aquele vestido caiu tão bem em mim, que parecia que eu tinha peitos. Sério, eu era uma tábua viva.

Enquanto eu me sentia a rainha a mundo, Samirah entrou no quarto toda fofa com um vestido rosa rodado.

- Olá! Nossa! Você está tão bonita! Eu queria ser você.

- Hã... Obrigada, eu acho – respondo, alisando a manga do vestido. Samirah parecia tão afobada.

- Meu Deus, é hoje! Será que o Manson vai me notar? Ele é tão gatinho! Espero que o Devon não fique no meu pé, por que não iremos dormir juntos novamente. Não é que ele seja ruim, até que é sexy, mas não como o Manson.

- Tudo bem.

- Ah, o eu chamei o Blake para ver os insetos e as aranhas. Tem problema? Sabe, eu sempre gostei de ver o Blake colocando a mão na massa, tipo, nossa, ele é tão sexy com aqueles músculos todos... Acho que vou pedir pro Manson fazer alguma academia. O que você acha? Ah, melhor não. Hum, ele iria atrair muitos olhares, não mesmo.

Eu nunca havia visto a Samirah tagarelar tanto. Não gostei nem um pouco de conhecer esse lado novo dela. Cale boca, amiga. Cale a boca, por favor.

Olhei-me novamente no espelho. Caramba, seria ruim eu sair com aquele vestido? O que Blake pensaria? Quer saber, eu não ligo pro que ele pensaria. Não ligo mesmo. Termino de passar a maquiagem nos meus olhos e pronto. Finalmente eu me arrumei depois de cinco longos minutos. Caramba, eu tinha peitos! Eu podia gritar isso para o mundo.

- Eu adorei o seu vestido – ela me analisa. - Você era rica por acaso? – Samirah perguntou com a curiosidade de uma criança.

Não mesmo. Quem me dera.

- Não. Isso foi um... Presente.

- Ele deve ser caríssimo! Quem deu?

- Cameron...

- Ah, o Cam veio de uma boa família, deve ser por isso. Nossa, se ele te deu isso é por que te ama! Preciso que o Manson me de um presente agora para provar que me ama.

- Ele nem me conhece... Não tem como ele me amar. – digo, tentando desvencilhar desse assunto inútil.

- Claro que tem! É o que diz os contos de fadas, bobinha!

Eu queria tanto ter uma faca.

- Na verdade, quem me deu isso foi o Blake.

- O Blake McHill? O nosso dedetizador?

Quase ri.

- É. Esse mesmo.

O rosto rechonchudo de Samirah ficou lá, encarando-me. Eu estava quase decidindo se iria sacudi-la ou não, até que ela abriu a boca e falou:

- Eu não acredito! Isso é mesmo real?

- O vestido é real, então é lógico que isso é real.

Depois de um tempo refletindo com a boca escancarada, ela disse:

- Cara, o Blake é travesti!

O quê? Isso não estava nos meus pensamentos.

- Esse vestido! Só temos em nosso guarda-roupa, as roupas que nos pertencem. Esse vestido pertencia a Blake. Ele só pode ser travesti. – disse ela.

- Blake não é travesti – afirmei, colocando as mãos na cintura. – Deve ser de alguém da família dele, sei lá.

- Você precisa perguntar a ele.

Beijada pela Morte | livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora