Blake estava sentado na cafeteria do Many's próximo a sua casa, olhando a fila de classificados. Ele estava quase terminando a faculdade, mas com a crise daquela época, era impossível conseguir um emprego descente. Ele respirou fundo e deu um grande gole no café expresso fervendo. Vestia um terno puído, típico de alguém desesperado por um emprego, nem que fosse de garçom em bares ou restaurantes de porte pequeno.
Ou até mesmo no Many's.
Ele virou para a próxima página dos classificados, quando ouviu o sino da porta tocar. Alguém havia entrado.
Ele olhou sem nenhum interesse, até que seus olhos pousam na bela moça, que estava esbaforida e perdida. Ela tinha cabelos tão claros, que eram quase platinados. Havia cachos delicados que pendiam sobre o decote do corpete roxo.
- Com licença, monsieur, onde fica o banheiro? – ela perguntou com um forte sotaque francês.
- À direita, senhorita – disse Many.
- Muitíssimo obrigada! – ela agradeceu e se foi rapidamente até o banheiro.
Blake não conseguia dizer nada. Seu rosto estava atordoado, pálido, como se ele tivesse visto um fantasma. Não, claro que não era isso. Foi à belíssima dama francesa que acabara de entrar por aquela porta. Meu Deus, como ela era bonita! Será que ele teria chances? Ah, mas é claro! Blake era um homem solteiro, bonito que conseguia atrair as mulheres apenas com uma boa conversa.
A bela jovem saiu do banheiro sorrindo. Ela se sentou em uma das cadeiras não quebradas do Many's e Blake a ouviu pedindo um cappuccino forte. Blake se levantou, sem saber o que fazer ou dizer, e pigarreou baixinho, obtendo a atenção da moça.
- Olá! – ele estendeu a grande mão para ela.
- Olá, monsieur! – ela corou e apertou a mão dele. Nunca havia visto um rapaz tão elegante em um terno puído.
- Desculpe se estou atrapalhando, bela dama, mas poderia me dizer o seu nome?
- Você não está atrapalhando! Meu nome é Carolyn.
- Carolyn... Um belíssimo nome, que combina muito com você!
A mulher sorriu delicadamente, esperando não estar ruborizando. Ela respirou fundo e pediu para que ele se sentasse ao lado dela, e a fizesse companhia.
Blake se sentou ao lado dela, sentindo-se um adolescente por ficar nervoso perto de mulheres. Ele se ajeitou ao bando pequeno e sorriu para Many, pedindo mais um café expresso pequeno, esquecendo-se completamente do jornal marcado nos classificados para vendedor de imóvel.
- Você não me disse o seu nome. – ela falou, abrindo um largo sorriso que deixou Blake sem palavras. Qual era mesmo o nome dele?
- B-Blakewel Adams - gaguejou, sentindo-se um idiota.
- Um nome diferente –ela disse, tomando um pouco do seu cappuccino. – Gostei.
Blake corou e sorriu timidamente para que ela não percebesse. Será que ele estava sendo infantil demais? Blake não sabia como iniciar uma conversa com aquela loira misteriosa que estava sentada ao lado dele. Ele mordeu o lábio e perguntou:
- Você está morando aqui na Inglaterra?
Ela limpou a boca com um guardanapo.
- Sim. Estou aqui com o meu namorado – ela respondeu sorridente.
Blake deixou que o sorriso que estava marcado em seu rosto vacilasse. Ela tinha um namorado. Ela não poderia mais ser dele.
Mas eles ainda podiam ser amigos.
- Que bom, Carolyn! Está gostando daqui?
- Sim! Os prédios cinzentos, o barulho... É bem poético.
- Gosta de poesia? – Blake perguntou, surpreso. Nunca encontrara uma mulher que gostasse de poemas ou poesias.
- Ora, Blakewel... Quem não gosta de uma boa poesia? – ela disse, terminando a bebida logo em seguida.
Blake riu, surpreendendo a si mesmo. Ela tinha um namorado, ele precisava se lembrar. Por incrível que pareça, ele se sentia confortável perto dela, de uma maneira aconchegante, como se os dois pudessem passar os dias juntos bebendo café e jogando conversa fora.
Mas ela tinha namorado. Um maldito empecilho que o impediria de avançar.
Carolyn olha para o relógio dourado que estava em seu pulso e exclama:
- Oh! Estou atrasada para encontrar a minha mãe e a minha tia!
- Desculpe Carolyn – Blake disse. Era tão bom e diferente falar o nome dela em você alta. – Eu não queria atrasar você.
- Não se preocupe. – ela pegou um guardanapo e uma caneta que estava dentro da bolsa. – Ligue-me quando quiser!
Blake suspirou, encantado. Ela parecia tão magnífica com aqueles olhos brilhantes e chamativos. Ela piscou para ele e saiu da cafeteria.
Ah, sim. Ele com certeza iria ligar.
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Beijada pela Morte | livro um
ParanormalVENCEDOR EM SEGUNDO LUGAR EM PROJETO DOZE MESES VENCEDOR EM PRIMEIRO LUGAR NAS OLIMPÍADAS LITERÁRIAS Brooke Williams é uma garota de dezessete anos que estava prestes a entrar em Oxford, a faculdade dos seus sonhos, que foram interrompidos...