Capítulo vinte e três

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Quando eu acordei de manhã, estava sentido uma dor de cabeça tão forte que parecia ter sido pisoteada por uma manada de elefantes. O que havia acontecido na noite anterior? Viro-me para o lado, mas havia algo no meu caminho. Caramba, que peso morto!

Olho para o lado e vejo Blake. Seguro um grito que estava entalado na minha garganta. O que esse homem estava fazendo aqui? Empurro-o com força, até que ele cai no chão como uma pedra. Eu hein!

- Que isso, garota? Ficou louca? – ele praticamente grita.

- Cala a boca! O que você está fazendo no meu quarto, hein? – pego o travesseiro mais perto e taco nele. – Seu tarado!

Foi ai que eu reparo em suas vestes. Uma cueca muito sexy e que deixava uma marca V próximo ao seu abdômen. O que a gente fez...?

- Usamos camisinha, não usamos?- pergunto desesperada.

Blake riu. 

– Mortos não engravidam.

Eu queria falar que anjos podiam sim ter filhos, mas então eu me lembro de que não podia abrir a boca. Jogo-me de cara no colchão sentindo os efeitos da ressaca.

- Vai uma água aí, amiga? – perguntou Samirah.

Eu precisava de uma cachoeira na minha boca.

- Por que eu estou na sua cama? – Blake pergunta pra mim.

- E eu vou saber? – respondo sem vontade. Gótico estranho.

O rosto de Blake foi murchando aos poucos. Ele coloca as roupas sem olhar para mim e engole em seco. Droga! Eu havia sido grossa demais?

- Não precisa me tratar tão mal, Bro – ele revira os olhos e dá um sorrisinho amargo. - Eu já estou indo embora.

Embora eu apreciasse a visão dele de cuequinha na minha frente, ele precisava mesmo ir embora. Eu estava um porre e ainda precisava aguentar Samirah caminhar de um lado para o outro jogando o pote de balas inteiro no chão.

- Ninguém me ama, cara. – ela se jogou no chão e colocou as pernas pro alto encostadas na parede e começou as mascar um chiclete.

- Eu te amo. – digo solidaria.

- Ah! Você não conta! – falou emburrando, cruzando o braço entre os peitos inexistentes.

- O que aconteceu?

- Cam - sua voz era dura. – Bem no momento que estávamos no ápice ele grita o nome de outra garota.

Franzo o cenho.

- Que horror! – faço uma careta. Era horrível mesmo.

- Ele falou o seu nome – ela se levantou e olhou para mim.

Se tivesse uma câmera me gravando, naquele exato momento, o zoom estaria completamente ajustado na minha cara de espanto e queixo caído. Eu não sabia o que falar. O rosto de Samirah estava pálido e ela esperava uma resposta.

O que fazer quando a sua amiga está furiosa com você?

a) Corra o mais rápido possível.

b) Aconselhe-a dizendo que ela é muito mais bonita e que vários estão comendo na mão dela.

c) Corra o mais rápido possível.

d) Gabe-se.

e) Corra o mais rápido possível.

Ela respirou fundo e deu um sorriso sem graça. Eu não sabia onde enfiar a minha cara. Por que Cameron teve que dizer o meu nome, bem naquele momento? Deve ter sido muito constrangedor.

Beijada pela Morte | livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora