Capítulo dezenove

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Eu não poderia revelar a minha identidade a ninguém, esse era o acordo. Suzanne me ajudaria na parte da levitação para que ninguém me reconhecesse como anjo, ou tivesse alguma suspeita. Não que tivesse algo sobrenatural no meu rosto que apontasse: olha, ela é um anjo! Ei, anjo, vem comer com a gente? Conte ai como é ser um anjo sem asas!

Respirei fundo e fui até o meu quarto, tentando organizar os meus pensamentos embaralhados. Eu não podia sair do Instituto, por ser muito perigoso, mas eu também não podia ficar igual a uma ''barata tonta'' por aí. Eu precisava tomar alguma atitude, e imediatamente.

Assim que voltei ao quarto, tudo estava estranhamente quieto. Retiro as minhas roupas e vou tomar um banho, pois somente isso poderia me acalmar.

Assim que termino, vejo Samirah fervendo de raiva, jogando coisas no chão e fazendo o maior estardalhaço. Ela gritava coisas em sueco e francês e chorava ao mesmo tempo.

- O que foi, Sami? – pergunto assustada. Essa garota ia praticamente se matar em todas as línguas.

- Foi o Manson! Foi a droga do Manson!

Ah, sim. Não estava surpresa.

Fazia semanas que Samirah perseguia Manson como uma sombra ou detetive prestes a descobrir o seu caso, mais ela parece que descobriu coisas a mais.

- Ele me beijou! – ela cuspiu as palavras com ódio.

- Isso é bom, não é? – pergunto, com medo de ser asfixiada por um travesseiro. – Ou ele beija mal?

- Ele beija muito bem! – ela grunhiu. – Aquelas cicatrizes são tão sexys... Mas ele tem uma namorada!

Por essa eu não esperava.

- Manson tem namorada? Não acredito! – exclamo boquiaberta.

- Nem eu! Eu estou um porre, amiga. Um porre. – ela passou a mão pela testa quase teatralmente. – Eu a vi! Ela é uma vampira! Uma vampira horrorosa!

- Qual é o nome dela?

- Sasha alguma coisa. Ele me traiu! – ela pegou o pote de balas empoeirado que estava no centro da penteadeira e espalhou pela minha cama. – Eu quero comer todas essas balas! Chega de sofrer.

- E você acha que o sofrimento vai acabar com você comendo balas? – pergunto duvidosa.

- Claro! E chamei as meninas para virem. Nós iremos fazer uma festa do pijama em nome dos corações partidos!

Só de pensar em um único nome o meu estômago embrulhou.

- A Emily vai vim?

- Claro! – ela engoliu uma bala de doce de leite. – São cinco meninas no total. Eu acho.

Respirei fundo. Eu teria que aguentar quatro meninas e uma Emily de prêmio. Teria que aguentar vê-la falando como o Blake é lindo e de como ela queria lamber o umbigo dele. É revoltante!

Visto-me rapidamente com um pijama de bolinhas, enquanto Samirah tomava banho para receber as meninas. Ouço um bater na porta e vou atender de imediato, enquanto secava os cabelos com uma toalha.

Assim que eu abro, vejo Cameron bem vestido e completamente cheiroso na minha frente. Meu Deus, que perfume ele usava?

- Oi, linda – ele colocou as mãos no bolso em um gesto tímido.

- Oi – mordo o lábio. Já estava tarde, então... O que Cam queria?

- Quer sair comigo? – ele sorri com aqueles dentes perfeitos.

Beijada pela Morte | livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora