Ao sair da sala de música minha vontade é de gargalhar, dar uma longa risada. Não tenho um exato motivo, me sinto em êxtase, feliz... E o olhar amedrontado, a cara de bobo daquele garoto...
Não consigo mais segurar e acabo soltando uma risada, tenho minha câmera em mãos e planejo sair para fotografar o fim do verão, essa semana será a última semana da estação, os momentos em que sua beleza se mostra arrebatadora.
Volto o pensamento para o momento anterior, quando entrei na grande sala e vi o belo piano preto, brilhando sob a luz do sol que entrava de uma das grandes janelas que provia iluminação natural para a grande sala repleta de instrumentos e cantos confortáveis. Acho que encontrei uma segunda casa. O momento em que me sentei e pus os dedos nas teclas delicadas, não sei se posso descrever a sensação, a sensação de fazer algo que realmente me faz feliz, completa, viva.
Eu logo iniciei uma composição a qual estava trabalhando a meses, tentei termina-la, mas nada soava bom o suficiente. Passei horas e horas, anotava, rabiscava e rasgava as folhas, me sentia frustrada, mas a frustração ao trabalhar em uma composição... Até mesmo essa sensação é revigorante.
Depois de horas escrevendo e tocando decido que já tive o suficiente por um dia, minhas mãos e costas doem, minha cabeça gira. Preciso comer. Vou guardando lentamente minhas coisas quando me deparo com uma figura inclinada em minha direção, com um olhar espantado, seguido por timidez. Um garoto.
Não sei ao certo o que senti, me assustei pra falar a verdade. Pensava que estava sozinha e de repente vejo esse garoto alto e magro vestindo uma calça larga e camiseta rasgada. Logo em seguida sinto uma leve pontada de irritação, a simples e esperada irritação que vem logo em seguida de nos assustarmos, mas essa irritação não dura, pois o olhar envergonhado no rosto do garoto me diverte, quero rir, mas não acredito que seja polido, por isso sorrio e tento prender as gargalhadas. Ele tenta de justificar, se desculpar, mas não há real necessidade e ele é todo atrapalhado, tropeça nas palavras, tem uma voz rouca e boba, um olhar travesso, é muito bonito, tem olhos brilhantes e profundos.
Eu sigo em frente, quero sair logo dessa sala, sinto que irei explodir em gargalhadas, quero rir da cara de bobo dele. Ele se apresenta como Kim Taehyung e então saio da sala com uma câmera em mãos e sorrisos nos lábios....
Já estava anoitecendo quando decidi ir para casa, havia tirado várias fotos e tinha planejado revela-las na próxima semana, um dos principais motivos para eu ter escolhido o apartamento onde moro é que nele tem uma pequena sala de projeção com aparelhos de jogos de luzes e uma pequena sala conjunta feita para revelação de fotos, com todos os equipamentos necessários. Não era um prédio muito cheio, havia poucas pessoas, era silencioso, perfeito pra mim.
Eu estava pegando a chave da porta em minha mochila quando meu celular tocou, era Sun, ela me dizia que iria passar em casa dentro de aproximadamente 15 minutos porque iríamos ao cinema. Desse jeito, nem perguntou, simplesmente me avisou que estaríamos indo ao cinema, eu estava empolgada então não contestei, seria bom sair com meus três amigos.
Tomei um banho rápido e vesti uma calça jeans, meus tênis all-star de sempre e uma camiseta de uma banda que eu gostava, estava pegando minha mochila quando alguém bateu na minha porta, Sun e Soujiroh.
Nós iríamos buscar Makino em seu condomínio, Sun estava dirigindo e Soujiroh discutia sobre quais musicas tocar no rádio.
Chegando no condomínio, no hall de entrada encontramos três garotos, um deles reconheço ser Taehyung, ele me reconhece também e seu rosto se ilumina em um grande sorriso.
- Wendy - ele grita meu nome acenando com as mãos e dando pulinhos ao lado de seus amigos. Vou me aproximando até estar ao seu lado, ele é alto, vários centímetros além dos meus 1,66.
- Kim Taehyung - eu afirmo rindo de sua reação extravagante.
Ele mantém o mesmo sorriso ao notar que me lembro de seu nome.
- Wendy - ele novamente cantarola meu nome. - Esses são meus amigos, Namjoon e Jimin. - ele gesticula para um garoto alto, de cabelo levemente rosado, um tom meio desbotado, alto, enorme, e o outro também alto, mas ainda sim menor do que Taehyung, ele tem cabelos pretos e um lindo sorriso.
Eles dizem olá educadamente.
Apresento meus amigos para eles, e logo Sun pede desculpas por me interromper e pede para tirar uma foto com os três, Soujiroh revira os olhos e eu sinto que perdi algo, não entendo.
Sun tira uma foto com os garotos, nos despedimos e seguimos em direção ao elevador. Olho para Sun com um olhar de interrogação.
- O que? - Ela pergunta na defensiva. - Minha irmã é fã deles e não vai acreditar que consegui uma foto - ela se gaba enquanto aperta o botão do elevador.
Soujiroh mantém um olhar entediado, aborrecido, não acho que tenham percebido o quando estou perdida no assunto.
- Mas você já parecia conhecer um dos garotos, se importa de nos contar como? Ele parecia bastante contente de te ver. - Sun pergunta enquanto as portas do elevador se abrem e damos de cara com Makino.
Eu lhes conto como meu dia foi interessante, como trombei com esse garoto abobalhado quando estava treinando na sala de música, eles riem junto comigo quando lhes conto o susto que tomei.
- Isso é bem a cara do V mesmo, ele é todo bobão. Eu vivo esbarrando com os garotos aqui no condomínio, eles são bem simpáticos e divertidos. - Makino nota que não faço ideia do que ela está falando e tenta esclarecer para mim que V é na verdade um apelido do Taehyung, que ele faz parte de uma boyband muito famosa chamada Bangtan Boys.
Eu fico impressionada, nunca tinha ouvido falar no nome, acho que eles não devem ser tão famosos na Inglaterra, ou eu que simplesmente sou desinformada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
V+ictory
FanfictionWendy é nova em Seul, ela não esperava fazer amizades e criar laços tão facilmente com tantas pessoas, ela não esperava ter seu mundo completamente bagunçado pela mera presença de um rapaz bobo e travesso, um jovem completamente diferente de si e as...