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- Desde quando você dirige moto? - Eu sabia que ele tinha uma certa fascinação por veículos, era uma paixão que dividia com seu pai, mas nunca o vi em uma moto.
- Pra falar a verdade é um pouco recente... - Ele continua com o capacete estendido em minha direção, eu o pego e solto meu cabelo que estava preso, eu sabia por experiência própria que colocar um capacete com o cabelo preso era algo desagradável.
- Sua mãe sabe que você comprou uma moto? - Pergunto ao segurar em seus ombros e subir na moto, posso senti-lo sacudir ao rir da minha pergunta.
- Você tá parecendo o Jimin me perguntando isso - ele da partida e o ronco suave preenche meus ouvidos, o som era familiar e me trazia certa nostalgia.
- Então não sou a única a imaginar o que sua mãe iria achar da ideia de você dirigindo uma moto - falo alto para que ele possa me ouvir sob o som abafado do motor.
- Ela não se importou, apenas me pediu pra ser cuidadoso... Vai me dizer que você é uma dessas pessoas que acha que motos são veículos perigosos demais? - Ele ria alto, e eu mantinha as mãos ao redor de sua cintura, era bom sentir seu corpo se contrair sempre que uma risada escapava de seus lábios.
- Pelo contrário, meu pai amava motos e me ensinou a dirigir.
Posso imaginar sua expressão surpresa mesmo não sendo possível ver seu rosto.
- Tá aí algo que eu não consigo imaginar... Você dirigindo uma moto, hmmm, não parece certo - ele diz com a voz rouca.
Eu podia ver o sorriso em seus lábios, podia ver perfeitamente, mesmo que meus olhos estivessem fechados enquanto ria ao imaginar sua expressão... A boca aberta e o sorriso quadrado.
- Talvez eu te de algumas dicas de como dirigir.
- Tá insinuando que dirijo mal?! - Ele finge um tom ofendido e então ri ao acelerar ainda mais.
Me seguro firme em sua cintura e sinto seu corpo relaxado, ele parecia satisfeito, era como se quanto mais acelerasse, maior seria a aproximação entre nós, maior seria a força com a qual eu me seguro a seu corpo, ele parecia realmente acreditar nisso, e eu gostaria de dizer que está errado, mas sentir suas costas ir e vir contra mim, sua respiração e sua risada... Era uma sensação tão boa, eu poderia manter os olhos fechados, aproveitar o vento e o contato com seu corpo, mas eu os abro, e quando o faço me surpreendo ao não reconhecer o local que corria ao meu redor, estávamos em uma estrada e as árvores eram a única coisa visível.
- Tae, onde estamos indo? - Finalmente pergunto, já estávamos na moto a uns 15 minutos, eu havia perdido a noção de tempo e espaço.
- Já estamos chegando e logo você verá... - Ele vai diminuindo a velocidade até que estaciona sob essa lanchonete no meio do nada.
- Que lugar é esse? - Pergunto com um sorriso nos lábios ao desmontar da moto.
- Eu disse que queria te conhecer melhor, disse que precisávamos de um primeiro encontro oficial, porém infelizmente um bom restaurante na cidade não é algo que posso te oferecer agora, mas espero que uma lanchonete seja bom o suficiente... - Ele parecia um pouco envergonhado a inicio, mas seu sorriso foi se alargando conforme reparava minha expressão.
Ele me ajuda a tirar o capacete e não posso evitar de sorrir... Isso era perfeito, um lugar isolado, simples, eu amava essa ideia.
- Pelo seu sorriso posso dizer que você gostou? - Ele segura em minhas mãos e ri ao me puxar para dentro da lanchonete.
- Eu adorei... Como descobriu esse lugar? - Pergunto olhando ao meu redor, estávamos literalmente no meio do nada, haviam árvores e mais árvores e uma estrada que seguia e seguia, a lanchonete era uma daquelas típicas lanchonetes de filmes dos anos 80, havia uma longo balcão e bancos com assentos de couro, as garçonetes eram simpáticas e o local estava praticamente vazio.
O atendimento, as paredes, e principalmente a comida... Era tudo muito ocidental, eu não imaginava que haveria uma lanchonete estilo Boston 1982 localizada em uma estrada na saída de Seul.
- Eu e os garotos vínhamos aqui quando queríamos escapar da rotina, comer lanches e tomar milkshakes, mas nessa época éramos apenas rookies, faz muito tempo que não venho aqui - ele parecia nostálgico ao se sentar em uma das cabines mais afastadas, no final do estabelecimento. Me sento de frente para ele e logo uma garçonete vem anotar nossos pedidos.
- Eu vou querer o especial café da manhã, mas troca, por favor, o café por chá gelado e uma porção de batatas fritas - ele sorria ao fazer seu pedido e a garçonete anotava tudo com atenção.
Café da manhã no horário de almoço, batatas com chá gelado... Era realmente um pedido típico de Taehyung.
- Vou querer o mesmo, mas prefiro o meu chá quente - a moça sorria abertamente ao se distanciar com os pedidos anotados.
- Chá e batatas? - Questiono sem ser capaz de conter o sorriso.
Ele me olha como se perguntasse "o que?", com o olhar de interrogação que é seguido de uma gargalhada.
- É gostoso... - Ele diz na defensiva, e como se por um chamado, logo a garçonete surge com a bandeja em mãos, equilibrando perfeitamente as porções de batatas e os copos com chá.
- Obrigado... - Ele sorri para a mulher que logo se distanciava para buscar o restante do pedido.
Sem delongas atacou a porção de batatas e me olhou com expectativa.
- Experimenta! - Ele diz ansioso e se inclina em minha direção com uma batata amarela e fumegante nos dedos, a assopra com cuidado e então sem esperar por uma resposta à direciona até minha boca.
Dou uma mordida, era crocante e macia, era gostosa, então aceno positivamente, ele parecia muito empolgado.
- Agora bebe o chá, rápido! - Ele diz ávido por uma resposta, os olhos brilhando.
- Calma... - Digo com a xícara de encontro aos lábios.
O líquido quente inundou minha língua e o sabor adocicado se misturou com o salgado da batata... Você poderia interpretar o sabor agridoce como peculiar, mas é bom, é bom demais!
- Você gostou? Gostou né? Claro que gostou, olha pra sua cara - ele faz uma pergunta atrás da outra, não permite que eu forneça uma reposta, mas acho que meus olhos estavam arregalados, acho que minha expressão denunciava meus sentimentos.
- Eu gostei, é bom! - Me contenho em minha resposta e agora é ele quem está com os olhos arregalados.
- Para de se fazer de difícil, admite que você amou! - Ele diz enquanto mordiscava uma batata e bebia um longo gole de seu chá.
Eu suspiro e rio.
- Tá bom, tá bom... É muito bom! - Admito com uma batata no caminho da boca.
- Fala que amou! - Ele persiste sorrindo.
- Não! - Digo com a expressão séria
e bebo meu chá.
- Mas você tem que falar, o "bachata" tem que saber que é amado! - Ele diz exasperado.
- Bachata? - Pergunto com a sobrancelha erguida.
- É... Batata + chá, bachata! - Ele fala como se fosse óbvio enquanto a garçonete traz os pratos com ovos e bacon, panquecas e uma jarrinha com syrup, ela sorri e se afasta levando consigo o estranho tópico sobre amor á batatas com chá.
- Então, me fala sobre você... - Ele está atuando, agindo estranhamente, as sobrancelhas erguidas e o sorriso torto. Brincando de flertar enquanto abocanha uma tirinha de bacon.
- Por que você não começa? Eu nunca fiz isso antes - eu sorrio ao cortar minhas panquecas.
- Tudo bem então... Hmm, deixa eu ver... Meu nome é Kim Taehyung, nasci em Daegu e tenho 22 anos... Nunca fez isso antes? No sentido de que nunca teve um encontro? - Ele termina de responder as coisas que eu já sabia e então tenta soar casual ao me perguntar sobre algo mais pessoal.
Boa tentativa, Kim.
- Você apenas me disse coisas que eu já sei, me fale sobre algo que você gostaria de saber sobre mim! - Eu sorrio ao desviar de sua pergunta e comer minhas panquecas.
- Ok, Eu fui uma criança muito feliz, me divertia e brincava bastante, fui muito amado e tive muitos amigos... Mas e quanto ao encontro? - Ele sorri maroto.
- Por que quer tanto saber se esse é meu primeiro encontro? Você tá fazendo isso errado, em primeiros encontros as pessoas não saem fazendo esse tipo de pergunta - conforme eu dizia essas palavras com um sorriso nos lábios ele me observava como se aos poucos fosse entendendo, compreendendo.
Então ele ri.
- Ok, vamos começar do inicio... E eu preciso me esforçar pra ser o melhor, para que esse seja o melhor primeiro encontro de todos os primeiros encontros, e é por isso que estou perguntando, aigoo - ele revira os olhos e se levanta após fazer uma expressão que crianças contrariadas normalmente fazem, leva seus pés a alguns metros de distância, até a entrada da lanchonete.
Então ele vem apressado até a nossa mesa, os olhos arregalados olhando para o relógio inexistente em seu pulso.
- Oh meu Deus, me desculpe o atraso... O trânsito estava terrível - ele se senta de frente para mim, me forço a entrar em seu jogo, treinar a atuação.
- Não tem problema, eu já fiz nosso pedido, espero que não se importe de comer café da manhã no horário do almoço, e que não ache estranho demais as batatas com chá, apesar de ser uma combinação estranha, é realmente delicioso - eu dizia com um enorme esforço para me manter séria e ele observava a tudo com um sorriso nos lábios.
- Ah, como isso é gentil da sua parte, - ele observa os pratos que estão a sua frente e então ergue a sobrancelha - mas espera um momento... Você tocou na minha comida?
Ele repara na quantidade de batatas desaparecidas e nos bacon mordiscados.
Eu sorrio e finjo gaguejar uma resposta.
- Ah, bom... Eu tive que, hmm, experimentar, ver se estava boa e se não estava hmmm.... Envenenada? - Eu perco o controle e rio, improviso não era realmente meu forte.
- Ah, neste caso então, muito obrigado, graças a você eu posso comer sem me preocupar... Meu nome é Kim TaeTae, aliás - ele corta seus ovos metodicamente, o sorriso de lado, a atuação que continuava.
- Kim TaeTae... Que tipo de nome é esse? -  Pergunto rindo.
- Na verdade só meus amigos me chamam assim, meu nome é Taehyung.
- Tudo bem então, TaeTae, meu nome é Wendy.
- Wendy? Que tipo de nome é esse? Wendy, Peter Pan, Wendy? - Ele sorri atrevido.
- Piadas com os nomes das pessoas não são muito gentis, principalmente depois que essa pessoa em particular  preveniu sua morte por envenenamento... - Eu sorrio da mesma maneira que ele ao comer as batatas e beber o chá. 
Estava mais entretida do que pensei que poderia ficar.
- Você está certa, me desculpe... Apenas achei o nome peculiar, mas irei tentar me conter, afinal de contas esse é apenas o nosso primeiro encontro... - Ele da de ombros envergonhado, como se pensasse " o que estou fazendo?"
É realmente adorável.
- Eu aceito suas desculpas, e sim, é Wendy, Peter Pan, Wendy... - Eu rio e ele fica em silêncio por alguns instantes, observava e era como se estivesse pensando em algo para dizer, ou simplesmente estivesse observando sem pensar em nada, às vezes ele realmente era um mistério.
- Bom, Wendy, Peter Pan, Wendy é um belo nome - ele sorriu.
- Pensei que achasse peculiar... - Franzo os olhos, sorrio de maneira zombeteira.
- E realmente é peculiar, mas eu gosto de coisas peculiares - ele dá uma piscadela, uma batata pendia em em seus lábios sorridentes.
- Obrigada, e para terminar, pois você me interrompeu... meu nome é Bak Wendy, tenho 20 anos, nasci em Cambridge e blá, blá, blá - digo dando de ombros, era informação frívola, mas ainda era informação.
- Então realmente é Wendy, Peter Pan, Wendy Darling! - Ele arregala os olhos e sorri com falsa surpresa.
- Sim, meu pai era um grande fã, já perdi as contas de todas as vezes que fomos ao musical - sorrio com a mesma quantidade de drama que ele.
- E você sente saudade deles, dos seus pais? Deve ser difícil ficar longe, eu sou muito apegado aos meus pais então posso dizer que é realmente difícil ficar longe da minha família, meus irmãos... Você tem irmãos? - Ele perguntava afobado, fazia uma pergunta atrás da outra.
- Eu não tenho irmãos, e nunca me dei muito bem com minha mãe... Somos muito parecidas, ela não é o que eu chamaria de mãe amorosa, e acho que o fato de que isso não me incomoda como deveria incomodar, é algo que me incomoda... Então não é como se eu realmente sentisse sua falta, e isso provavelmente deve soar horrível, mas... Eu não sei, - eu estava sendo honesta, estava falando sobre minha vida com tanta facilidade que agora apenas poderia me perguntar quando a realidade iria me abater e eu perceber como estava me abrindo, talvez fosse plausível a maneira como Taehyung me controlava com suas palavras descontraídas e sorrisos singelos.
Ele assentia a tudo cuidadosamente, seu rosto transparecia tranquilidade.
- E seu pai? - Ele pergunta.
- Sinto sua falta em todos os dias da minha vida - eu sorrio porque agora, anos depois do ocorrido, falar sobre meu pai era algo que me trazia felicidade, me aquecia.
- E onde ele está?
- Gosto de pensar que em um lugar melhor... Ele morreu quando eu tinha 14 anos.
- Ah, eu sinto muito... - Ele parecia arrependido de ter iniciado o assunto, mas eu gostaria de poder realmente lhe dizer como estava tudo bem, pois era como se as palavras não fossem suficientes.
- Tá tudo bem, agora está tudo bem. Foi muito difícil nos primeiros meses... Nos primeiros anos, mas agora já posso falar sobre isso, acho que me faz bem falar, sabe, falar sobre isso... - Eu sorrio, brinco distraidamente com a última tirinha de bacon restante.
Seus olhos estavam preocupados, ele se inclina e puxa minhas mãos engorduradas em sua direção, as segura, acaricia a pele com um sorriso.
- Me fala sobre sua infância então - ele continua a segurar minhas mãos e a sensação era perigosa, o toque de suas mãos nas minhas poderia me libertar, seria fácil falar sobre coisas normalmente impossíveis...
- Não tem muito o que falar, eu fui uma criança quieta, não tive amigos, mas foi maravilhosa por causa do meu pai, ele sempre foi meu melhor amigo... E talvez seja por isso que perdê-lo tenha sido tão difícil, não era apenas meu pai, Annabeth e eu fazendo picnics, éramos nós, os três mosqueteiros... - Eu sorrio, me sentia tola, me sentia exposta, mas de alguma maneira isso não me incomodava como deveria.
- Eu posso ser seu melhor amigo - ele sorria tão abertamente, seu sorriso iluminava.
- Eu adoraria - aperto suas mãos e ele ri, era como uma criança num sábado ensolarado, tomando sorvete e brincando na grama. Taehyung tinha uma alma tão inocente, imaculada, era bela, brilhava.
- Então senhorita Wendy, você está indo muito bem nesse encontro, devo interpretar que essa não é a sua primeira vez, certo? - Ele faz a voz e expressão de um entrevistador.
- Como foi a sua infância? - Eu evito sua pergunta de propósito, faço para provoca-lo e dou risada.
- Minha infância foi realmente maravilhosa, como eu já disse antes, tive muitos amigos e brinquei muito, alguns são amigos até hoje... - Ele brincava distraidamente com meus dedos até que aparentemente uma ideia surgiu em seus pensamentos - Vamos fazer assim, eu faço uma pergunta e você tem que responder instantaneamente a primeira coisa que vier a sua mente, tudo bem?!
- Tá bom! - Respondo empolgada.
- Uma cor? - Ele pergunta.
Eu respondo com um sorriso, sem pensar.
- Verde... Mas essa apenas foi a primeira cor que me veio à mente agora, minha cor favorita é na verdade azul - eu rio.
- Um lugar? - Ele pergunta com o sorriso se alargando.
- O jardim da minha mãe, aquele espaço enorme e verde perto de casa, a colina que subíamos, o lago cristalino - respondo com nostalgia.
Ele me olhava e olhava, sorria, mas não desviava os olhos.
- Que foi? - Pergunto curiosa.
- Nada... Próxima pergunta, hmmm um sabor? - Ele ergue as sobrancelhas ao fazer essa pergunta.
- Bachata... - Eu rio e ele me acompanha.
- Um encontro... - Ele franze os olhos e tenta permanecer sério, sem qualquer expressão visível.
- Sabe, eu realmente gosto de chá, talvez seja por isso que me impressionei com o Bachata, me pergunto como seria o sabor com chás diversificados... - Começo a questionar, tentando não rir, mas ele me interrompe.
- Aigoo! Você tá evitando a questão, deve dizer a primeira coisa que vem à mente - ele reclama com um biquinho.
- Não posso, me pergunta depois, agora é a sua vez, você responde - eu persisto.
- A minha vez vai ficar pro próximo encontro, até lá você vai ter aprendido a brincar... - Ele bufa - De qualquer jeito, você levantou uma questão muito importante, Bachata com chás diferentes, precisamos tentar com chá de morango e... - Ele é interrompido pelos bipes seguidos em seu celular.
- Droga, - ele murmura após ler as mensagens - temos que ir embora, precisam de mim na empresa... Desculpa - ele coçava a parte detrás de sua cabeça metodicamente enquanto se direcionava até o caixa.
- Tudo bem, mas só te perdoo com uma condição - Eu digo enquanto estávamos caminhando lentamente até o estacionamento, eu realmente não precisava perdoa-lo, pois não havia o que ser perdoado, mas estava usando essa oportunidade a meu favor.
- E qual seria essa condição? - Ele se anima e pega minhas mãos, as balança ao meu lado conforme andamos, acho que Taehyung simplesmente era o tipo de pessoa que gostava de andar de mãos dadas.
- Deixa eu dirigir a moto... - Digo timidamente enquanto ele colocava o capacete em mim.
Ele ergue as sobrancelhas e parece pensar por um instante.
- Não... Não seria responsável... - Ele parece estar travando uma luta interna com seus pensamentos - Tá bom!
Ele finalmente responde, era como se essa ideia também o empolgasse.
- Mas, você tem que prometer que vai tomar cuidado e...
- Tae? Eu sei dirigir! - Eu o interrompo, monto na moto e logo sinto sua risada ecoar, suas mãos ao meu redor... Logo sinto o arrepio percorrer pelo meu corpo e logo estávamos correndo pela estrada, e eu sentia o frio na barriga me esquentar de uma maneira inexplicável.
Ele havia questionado quantos primeiros encontros eu já tive, qual havia sido o melhor, era engraçado de pensar, era adorável a maneira como ele demonstrava se importar, a maneira como segurava em minhas mãos e olhava em meus olhos. Intenso, talvez seja uma palavra que descreva melhor...
Eu não compreendia muito bem o porque, mas agora simplesmente não compreendia nada... Porquês ou respostas, nada poderia fazer mais sentido do que aquilo... A resposta da pergunta, a resposta que me neguei a fornecer talvez por orgulho, talvez por  dúvida... Mas eu sabia agora, tinha certeza, e talvez tivesse desde o início... Inconsistentemente fui diminuindo a velocidade da moto até que estávamos parados no meio do nada, até que ele retira seu capacete e eu retiro o meu, ele me olha com curiosidade e leve preocupação nos olhos, não é como a alguns poucos instantes atrás quando estávamos rindo juntos com o vento em nossos cabelos, com nossos corações acelerando em sincronia, não era como se a onda de nostalgia fosse a real razão para eu eu ter parado, parado algo para iniciar outro algo.
Um algo que eu não sabia se seria capaz de impedir, um algo que eu não queria impedir.
Estávamos próximos, próximos por conta da aproximação que eu causei, a aproximação que não evitei, estávamos próximos de uma maneira em que nossos corpos se tocavam e nossas respirações se misturavam no ar cálido... Então eu o beijei.
Beijei seus lábios convidativos, deixei que seus braços me trouxessem para ainda mais perto, e eu soube, mas talvez soubesse desde o início, talvez soubesse mesmo antes do início. Era ele.
E eu murmuro em seus lábios, murmuro em sua pele macia.
- É você, a resposta...
Ele sorri, interrompe minha frase com seus lábios que brevemente voltam a se juntar aos meus. Já havia compreendido.
Talvez, assim como eu, soubesse desde o início e apenas precisasse ouvir as palavras sussurradas.
- Eu sei - ele sorri atrevido, confirma minhas suspeitas.
E no meio do nada, numa estrada deserta, ele me beija com aqueles lábios sorridentes.



Olá

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Olá.

Eu to caindo de sono rersrdrdrs é duas da manhã vc tem que me amar mt pq era pra eu tá dormindo :((

Perdoem qualquer erro pq eu to bem com mt sono e a letra Q é do lado da letra A
na hora de digitar às vezes ocorrem erros pelos dedos apressados.
Vou revisar depois.

Demorou? Demorou!!!
Mas como prometi, esse cap tá bem maior do que os anteriores, são mais de 3200 palavras ... Apenas espero que gostem!

Por favor não tenha medo, vergonha preguiça ou seja lá o que for que impede a maioria de vcs de comentarem e votarem.
Prometo que não machuca e que vai fazer uma pessoa mt feliz.

ATÉ A PRÓXIMA.

26/01/17

V+ictoryOnde histórias criam vida. Descubra agora