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- Bom, se isso não conseguiu fazer você se sentir melhor, eu não sei o que vai - ele sorri todo convencido.
Eu o fito longamente e seu sorriso não parece se desmanchar, era como se ele fosse feito para sorrisos e brincadeiras, estava na sua natureza... Eu achava isso impressionante, incrível, ele era completamente diferente de mim.
- Ah, para de me olhar assim, você tá me deixando encabulado - ele diz com uma vozinha tímida, uma voz que contrasta com sua voz rouca, o que soa simplesmente errado, seu aegyo falha completamente, e ambos rimos de sua patética tentativa.
- Na verdade eu acho que sei o que pode te fazer sentir melhor - ele ergue suas sobrancelhas como se lembrasse de algo, então se levanta de súbito.
Eu o olho curiosa.
- Levanta logo! - Ele já estava três passos a minha frente e eu apenas podia tentar imaginar o que ele tinha em mente.

...

- Cachorrinhos!!! - Ele diz alto e estridente enquanto pegava uma pequena bolinha de pelos marrom e me entregava com os olhos brilhando.
Eu não sabia o que falar. Nos sentamos no meio de todos o filhotes bagunceiros e carinhosos e a sensação de tê-los em meus braços, quentinhos e pequenos, me lambendo e brigando por atenção era simplesmente inexplicável.
Taehyung ria alto de minha expressão, eu deveria estar parecendo uma boba, e não me importava, conversava com os filhotes com aquela típica voz que parece simplesmente tomar conta de nossas cordas vocais quando estamos em contato com criaturas tão fofas e preciosas.
- Esse aqui tem cara de ser Kim - ele ria enquanto abraçava um pequeno filhote de pelo malhado. - Ele é meu filho então por isso deve ter meu sobrenome.
Eu acompanho sua risada, rindo de sua piada e de seu amor pelos filhotes, Kim era um nome bastante comum aqui.
Eu acho que não me sentia tão feliz assim em muito, muito tempo. A risada de Taehyung era alta e parecia atiçar os animais do petshop, eu não conseguia acreditar que tantos filhotes estivessem pra adoção, eu gostaria de adotar todos.
- Então se ele se chama Kim, que nome devemos dar para esse aqui?
E então nós começamos a nomear todos os filhotes, de acordo com sua pelagem e personalidade. Havia um pequeno filhote que acabou dormindo em meus braços e ele parecia tão calmo em seu sono.
- Esse aí com certeza é um Min - nós rimos tão alto que o pequeno filhote acabou acordando, soltando um bocejo. Eu o pego e o aproximo do meu rosto, examinando seu pequeno focinho marrom com um manchinha branca, tão fofo.
- Olha, ele tem uma manchinha no focinho, igual você e sua pintinha - eu aproximo o filhote do meu rosto mostrando a pequena macha.
Eu não acreditava que era possível que o sorriso de Taehyung pudesse ficar ainda mais largo, ainda mais contagiante. Ele busca seu celular no bolso e começa a tirar fotos e fazer vídeos, ele ri e tem que se controlar para poder formar uma frase.
- Acho que esse Min Yoongi tá mais pra Min Taehyung - ele ri ao filmar e tirar fotos, eu acompanho sua risada, mas rio ainda mais quando o pequeno filhote lambe a ponta do meu nariz, aparentemente ainda restavam resíduos do sorvete.
Nos gargalhamos tanto que sinto meu abdômen doer, fico sem ar, mas logo os olhares das vendedoras começam a nós penetrar e elas não parecem contentes com o barulho, então com muita tristeza nos despedimos dos pequenos bebês.
- Eu gostaria de estar com minha câmera agora - digo conforme saímos de dentro da loja.
Taehyung esconde seu cabelo dentro do boné e nós seguimos até o prédio que não fica longe, ele provavelmente já deve estar atrasado para seus ensaios e já passou muito tempo em público, por sorte ninguém o reconheceu.
- Eu preciso revelar umas fotos e prometi a mim mesma que não iria tirar mais nenhuma até revelar todas as outras fotos.
- Eu sempre quis ver como as fotos são reveladas - ele diz com entusiasmo.
- Sério?! Eu vou revelar umas fotos amanhã, você é bem vindo pra ver como é, tem um pequeno estúdio no prédio onde eu moro, nunca vi mais ninguém além de mim o usando, ele é bem equipado, você pode aparecer lá amanhã e eu te mostro como funciona a revelação de fotos - eu sorrio contente por ver o interesse demonstrado em coisas que tanto amo.
Ele sorri e gesticula com as mãos como se esperasse por um "high five", mas então parece se lembrar do estado de minhas mãos e coça disfarçadamente a nuca enquanto sorri acanhado.
- Deixa pra lá - ele murmura e nós dividimos uma gargalhada.

...

Era possível ouvir o som do violino mesmo a longa distância da sala de música. Makino estava praticando com afinco, eu sorrio ao pensar que ela está cada dia mais perto de poder realizar seu sonho, isso me deixa feliz.
Tae havia se despedido e entrado no elevador oeste, em direção ao dormitório, acho que já se preparava psicologicamente para os treinos que viriam, nós havíamos combinado de nos encontrar amanhã, para ele poder ver o processo da revelação de fotos, mas eu não sabia se isso seria possível, ele provavelmente vai estar muito cansado, ou muito ocupado, ou ambos, mas eu não podia evitar de torcer para que desse pra ele ir.
Penso em me despedir de Makino, mas não quero interromper seu treino, então subo até seu apartamento para buscar minha mochila e decido ir embora, mas ao chegar em casa não posso evitar de me sentir "vazia", luto contra essa sensação, pois sempre estive sozinha e achava a mudança de sentimentos "drástica" demais, efetiva demais, como posso já ter me acostumado com a presença das pessoas e me sentir "vazia" quando tais não estão por perto? Como é possível esse sentimento ser tão profundo quando essa mudança ocorreu a pouco mais de um mês? Seria isso tempo suficiente para eu me acostumar e me importar tão profundamente com essas pessoas e essa nova vida?
Eu não sabia e quando a noite chegou eu adormeci me perguntando a resposta para essas perguntas.

Olá (=゚ω゚)ノ

V+ictoryOnde histórias criam vida. Descubra agora