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- Qualquer coisa grita por ajuda... Nós vamos estar aqui na sala. - Namjoon diz com um sorriso malicioso enquanto Tae me puxa em direção ao seu quarto.
- Sim, estaremos aqui jogando vídeo game, aproveitando aquela maratona que planejamos a mais de um mês - Jungkook responde provocativo, e posso sentir Taehyung ceder, ele finca os pés no chão e olha desejoso para a enorme TV e todos os consoles e notebooks espalhados em meio à tanto junk food.
- Traidor! - Yoongi grita com o console em mãos, sorriso em lábios e atenção presa na imagem com perfeita resolução que era exibida na TV.
- Taehyung-ah? Você sabe que não precisa fazer isso né? Pode jogar com eles... - Eu tentava não rir ao fitar sua expressão tristonha, mas minha voz parece retirá-lo de algum tipo de transe.
- Não, de jeito nenhum... Vamos fazer a nossa maratona, já escolhi alguns filmes, não vou ser seduzido pelo lado escuro da força! - Ele diz sucinto, mesmo que no fundo dos seus olhos eu ainda possa visualizar o desejo, talvez até mesmo arrependimento.
- Junte-se ao lado escuro, Taehyungie padawan! - Jimin pronuncia as palavras numa tentativa de soar rouco e misterioso, mas acaba recolhendo apenas risadas que ecoam nessa atmosfera... Eu amo essa atmosfera, vê-los tão unidos e tão normais.
Vê-los agindo como os jovens que são, os jovens nerds que todos eles se mostravam ser em momentos como esse, em momentos de "férias", um período de descanso onde visitar suas famílias não seria possível, mas onde se juntar na sala do dormitório com comidas industrializadas parecia ser tão bom quanto.
Era nesses momentos em que eu os via como uma família tão unida e apenas jovens dedicados seguindo seus sonhos e lapidando seus talentos, eu me sentia bem, mas ao mesmo tempo tão mal...
- Ei... Você não precisa ficar de fora da maratona de games... - Começo a dizer, pois não gostaria de ser a responsável em privar Taehyung de se divertir jogando video games, mas ele me interrompe, como todas as outras vezes ele apenas ergue uma sobrancelha e logo em seguida planta um repentino beijo em meus lábios.
A rude interrupção que me fazia querer gritar, mas que não me impedia de suspirar tolamente enquanto ele sorri, os lábios nos meus, os olhos abertos tentando interpretar minha reação; Não havia reação.
- Arrumem um quarto!!! - Hobi grita fitando com falsa repulsa a maneira como Taehyung impedia meus protestos de serem pronunciados.
Todos eles riam e isso parece ser incentivo suficiente para que Taehyung me puxe em direção ao seu quarto, apressado e com riso nos lábios, ele então corre pelos corredores, me puxa em direção a um dos vários quartos enquanto a voz "zangada" ecoa pela casa.
- Quero essa porta aberta! - Jin grita enquanto sou puxada para dentro do cômodo, diz com a voz esganiçada, tentando soar sério e opressivo, mas rindo em conjunto com todos os outros, rindo das piadas internas que eu apenas poderia tentar imaginar...
- Acho que você nunca esteve em meu quarto... - Ele começa a dizer com um sorrisinho, e com suas palavras soando em meus ouvidos, posso observar o lugar.
Era metódico, confortável.
Acredito que a primeira impressão que Taehyung passava era a de um furacão, desordem, bagunça, e ele realmente era como uma espécie de desastre natural, ele era o meu próprio desastre natural, mas seu quarto representava o quarto de alguém ordenado, de alguém que poderia ser chamado de "tarde calma de verão", e não o quarto de um furacão...
- Você arrumou o quarto só por causa de mim? - Pergunto com as sobrancelhas erguidas ao me sentar na enorme cama, macia e perfeitamente feita com lençóis em tons escuros que contrastavam com as paredes brancas, as paredes repletas de estantes com filmes e miniaturas, enfeites e itens de colecionador, CD's, muitos porta-retratos e alguns livros, a escrivaninha com um laptop e a grande TV de frente para a cama.
A mesma cama na qual estou sentada, a mesma cama na qual ele se joga tentando controlar o riso.
- Que? Claro que não... Que tipo de pessoa você acha que sou? - Ele pergunta ofendido, deitado na cama com a almofada sob o rosto, a tentativa de abafar os risos.
- Do tipo bagunceira! - Afirmo e me jogo ao seu lado, deitando com o corpo próximo ao seu, sorrindo ao tentar retirar a almofada de seu rosto.
- Você é mais bagunceira do que eu... - Sua voz soa quase inaudível em meio a textura macia da almofada vermelha.
- Como é que é? - Questiono com a voz alta, me virando para ficar de frente para ele, deitando de lado no colchão macio.
- Você é mais bagunceira do que eu! - Ele afirma com exatidão, corajoso, jogando a almofada para o outro lado do quarto e se colocando na mesma posição, frente à frente para mim.
Eu apenas posso revirar os olhos, pois ele estava certo, completamente certo, apenas posso conter a vontade de usar a mesma almofada para esconder meu rosto, e não pelo fato de que eu realmente era mais desorganizada e isso poderia trazer embaraço, mas sim pelo fato que ele me fitava de uma maneira que trazia arrepios por todo o meu corpo, e eu não posso evitar de me questionar quando essa sensação irá embora, irá desaparecer de maneira que estar ao seu lado será completamente normal, quando chegará o dia em que estar perto dele será algo natural, que não me causará consequências tão catastróficas, mas ele realmente era o meu desastre natural pessoal.
- Então que filmes são esses que você escolheu? - Mudo o assunto, olho para o teto, tento focar nessas estrelas fluorescentes, as pequenas estrelas que compunham o teto sob nossas cabeças.
- Sim, os filmes... Acho que você vai adorar, - ele se levanta de súbito, animado, mas eu sentia uma entonação em sua voz, uma entonação que me dizia que eu na realidade não iria adorar nem um pouco... - Eu apenas pesquisei filmes clichês de romance e... Tcharam! Temos uma grande lista!
Ele abre as gavetas de sua escrivaninha e retira a enorme quantidade de filmes, os coloca ao meu lado e me olha com expectativa, espera por uma reação, por uma sorrio ou qualquer grito, mas eu torno a me jogar na cama diante dos títulos.
- Ah não! - Fecho os olhos e tento controlar o riso.
- Ah sim! - Ele me puxa pelas mãos, me fita com esses olhos brilhantes e cheios de maneiras desconhecidas de tortura.
- Você fez de propósito, certo? - Reviro os olhos, ainda tentando conter o riso.
Eu não tinha nada, absolutamente nada contra filmes de romance, mas a ideia de passar horas confinada dentro de um quarto enquanto o badboy tentava impressionar a mocinha do filme... Ah não!!!
- De propósito? Claro que não, eu adoro filmes de romance... - Ele responde com essa falsa inocência e sorriso sarcástico enquanto coloca um dos filme, enquanto da play e se joga na cama, me puxando para mais perto, sem se importar com meus protestos ele apenas me puxa com os braços ao redor da minha cintura, conforme o filme era introduzido... Ok, talvez eu não precise prestar atenção no filme clichê, tolo...
E talvez, de qualquer maneira, não importando o filme... Eu não seria capaz de prestar atenção em qualquer cena, não quando Tae está com os braços ao meu redor, não quando ele parecia realmente interessado na trama  hollywoodiana, eu poderia fechar os olhos e simplesmente aproveitar a situação, poderia continuar assim enquanto o filme seguia de maneira insignificante, mas Taehyung não fazia do tipo que era capaz de assistir a qualquer filme sem abrir a boca para comentar algo, então eu realmente não fazia ideia de quantos minutos haviam se passado desde que o filme se iniciou, realmente não importava já que eu estava perdida dentro desse bolha onde filme nenhum importava, pois sua respiração quente e a maneira como seu corpo se movia ao responder ao filme, risos ou qualquer expressão... Não importava, pois ele simplesmente deixou que uma risada escapasse ao dizer o que estava pensando.
- Imagina nós dois... Eu seria capitão do time de futebol e você a líder de torcida... - Ele começa a dizer com o ar sonhador, mesmo que seja uma simples analogia, uma brincadeira que instantaneamente me desperta de meu estado inebriado... Eu simplesmente não posso levar a sério, eu rio e rio.
Ele me observa por alguns instantes enquanto eu rio sem nem ao menos fazer ideia de qual filme estava sendo reproduzido, mas já poderia imaginar como a história estava sendo traçada pela incomparável imaginação de Kim Taehyung, ele parece interessado em me observar rindo e em questionar o que se passava em minha imaginação, parece ainda mais interessado em criar cenários terríveis onde ele e eu combinávamos como o casal perfeito.
- Então seriamos nomeados rei e rainha do baile, todos os alunos nos amam... Ah, seria lindo! - Ele suspira dramaticamente com as mãos em meus ombros, o suspiro propositadamente exagerado.
- Taehyung-ah? Você é um clichê... - Eu me viro para olhá-lo, enquanto o filme corria sem que eu pudesse me interessar pelo seu enredo.
Ele dá de ombros.
- Qual a sua versão da história?
- Eu seria o mascote do time, usando aquelas fantasias de animais, aquelas fantasias enormes e horríveis... E hmmm, você seria o jogador reserva que passa todo o jogo sentado e esperando lhe chamarem para substituir alguém...
Eu dizia as palavras com um sorriso, poderia imaginar perfeitamente bem um Taehyung ansioso, esperando ser chamado para um jogo que simplesmente não era dele, poderia até mesmo me sentir mal pelo rapaz que simplesmente não teria sua chance, mas ele não parece tão contente ao ouvir essa versão da história, ele me fita com os olhos praticamente fechados de tão cerrados, analisando minhas palavras e lentamente absorvendo-as
- Droga, por que você tem que ser tão...
- Tão realista? - O interrompo na procura de um adjetivo.
Ele me mostra a língua.
- Tão malvada, tão pessimista! - Ele reclama com um bico no rosto.
- Desculpe, mas é a realidade!
- Se fosse real então você não seria o mascote, você nem ao menos faria parte do time... Você estaria na arquibancada tirando fotos pro anuário da escola...
- Uau, acho que você realmente acertou dessa vez, - eu o interrompo mais uma vez.
- Mas pelo menos eu estou no time, sou um atleta! - Ele continua como se eu não tivesse lhe interrompido.
O olhar orgulhoso, o sorriso de vencedor.
- Você é um atleta? - Pergunto com deboche, apenas para provoca-lo.
Ele primeiro pisca, em seguida ergue a sobrancelha.
- Wendy, se continuar assim eu vou ter que encontrar outra pessoa pra ir ao baile de inverno comigo... - Ele cruza os braços e tenta soar sério.
Mas eu acabo rindo e consequentemente ele também...
- Ah, boa sorte encontrando alguém! - Eu me inclino e dou um beijo na ponta de seu nariz, em seguida me lanço para fora da cama, o surpreendendo conforme caminho em direção á porta.
- Ei! Onde você tá indo? - Ele se levanta e corre para me acompanhar, pergunta exasperado, tropeçando no tapete, tropeçando em suas palavras.
- Qualquer lugar para longe desse filme! - Respondo com ele em meu encalço enquanto sigo em direção á sacada.
- Aish, me espera! - Ele corre e logo estamos lado a lado, indo até a beirada, onde sob a luz do luar é possível observar todas as luzes artificiais, onde no silêncio parcial é possível identificar os sons de carros abaixo de nós.
Ele enlaça os braços ao meu redor e murmura rente ao meu ouvido.
- Você quer ver a lua?
- Talvez...
- Você é o maior clichê! - Ele diz baixinho e sinto sua respiração quente me fazer arrepiar... Era essa a sua vingança.
Eu sorrio e o ignoro.
Apenas posso sentir o contraste do vento frio e do seu corpo quente próximo ao meu, mesmo em silêncio por alguns instantes, silêncio que realmente não parecia poder ser intitulado como silêncio.
Mesmo que fosse tarde da noite e que nós estivéssemos sem palavras para serem divididas ainda assim era possível ouvir os sons da TV, das vozes exaltadas dos jovens nerds ao jogarem vídeo game entusiasticamente, o sons que vinham de dentro do apartamento, o som dos carros e da urbanização.
Era um silêncio diferente.
- Eu to com frio! - Ele reclama com os lábios trêmulos - Você não deveria colocar seu casaco sob meus ombros ou qualquer coisa do tipo?
Ele questiona indignado, se colocando imóvel ao meu lado, os pés saltitantes tentando obter algum calor, pergunta num tom tão sério que quem estivesse de fora da nossa bolha não entenderia que ele apenas está dando continuidade à toda a naturalidade dos clichês que nos cercava.
- Perdão, mas esqueci meu casaco em casa...
- Então me abraça! - Ele exige.
Eu reviro os olhos e deixo que meus braços deslizem para os seus, deixo que eles se enlacem ao redor do seu pescoço, sorrindo de maneira frívola ao abraçá-lo com força, como se apenas assim pudéssemos dividir o calor.
- Você vai me esmagar! - Ele reclama tentando não rir.
- Pensei que estivesse com frio...
Eu realmente me esforçava para repreender todas as risadas que pareciam querer escapar, eu afrouxo meus braços e me distancio, olhando de canto enquanto ele me observava com as sobrancelhas erguidas.
- O que você tá fazendo?
- Você falou que to te esmagando, então...
- Eu não falei pra parar! - Ele me interrompe, me puxa de volta para próximo e agora quem estava sendo esmagada era eu.
- Taehyung-ah? Eu não to com frio...
- Aish, claro que não tá... - Ele reclama, mas não afrouxa seu abraço apertado, mesmo que eu lute para escapar - Seu cubo de gelo inexpugnável...
Ele resmunga tão baixinho e de maneira quase ininteligível, não posso evitar as risadas diante de seus resmungos.
- Aigoo! Me solta! - Eu rio e ele estampa aquela expressão indignada, como um filhote de labrador, triste por não receber a devida atenção... Tão adorável.
- Ya, por que você é tão fria? - Ele pergunta em meio a um bocejo.
Eu sorrio amarelo enquanto o puxo em direção ao interior do apartamento.
- Vem, vamos dormir!
- Você vai dormir aqui? - Ele parece surpreso, olhos arregalados.
- Algum problema? - Deixo a risada escapar - Você tá com sono, esse bocejo aí não pode ser apenas tédio, já que minha companhia é o melhor entretenimento que você pode recorrer... - Digo com uma piscadela.
Ele para e me fita, revira os olhos diante do meu momento presunçoso e então pensa...
- Jagi? Essa será nossa primeira festa do pijama juntos... Eu não sei o protocolo...
- Eu não chamaria de festa do pijama... Mas não tem protocolo, você apenas me empresta uma camiseta e eu prometo que não irei usar a sua escova de dentes.
- Promete de mindinho? - Ele pergunta preocupado enquanto entramos no quarto.
Pergunta sincero mesmo que sua preocupação seja falsa.
- Eu prometo de mindinho.

Taehyung

Eu poderia observá-la indefinidamente, para sempre, sem nunca me cansar, sem nunca piscar ou desviar os olhos.
Poderia contemplar a maneira como a leve luz solar adentra a cortina de cetim e tinge sua pele exposta, colore seu cabelo e ilumina sua silhueta.
A pele macia, o cabelo desgrenhado e a expressão serena, a longa cicatriz rosada que sobe pela sua nuca rente ao cabelo e se perde em meio aos fios, a maneira como seus cílios tocam suas maçãs do rosto e como seus lábios parecem intumescidos, levemente avermelhados, a coloração que não poderia ser intitulada, era própria de Wendy e não haveria qualquer outra cor em qualquer palheta, qualquer policromia que se assemelhasse á coloração de seus lábios logo de manhã...
Ah droga, eu estou perdido.
Perdido com as mãos em seu cabelo, sentindo a textura enquanto me inclino para assoprar o pequeno cílio solto que repousa em seu nariz.
Um leve soprar, um leve desejo...
Ela lentamente abre os olhos que lentamente encontram foco para visualizar, ações lentas, mas que se desenrolam em uma fração de segundo, rápido e ágil, mas ao mesmo tempo tão lento, quase como se estivéssemos em câmera lenta...
Ela grita.
Eu grito.
- Aaaaaaah! O que? - Ela tem os olhos arregalados, a expressão confusa, as mãos prontas para atacar, e ela o faz... Acerta o punho rente o meu nariz, assustada com o grito que ecoa, o som alto que assusta e me faz gritar em conjunto.
- Você me assustou! Não grita assim...
- Você é louco? Não é assim que se acorda uma pessoa... - Ela questiona exasperada, ofegante, a boca aberta em surpresa.
- Meu coração tá acelerado... Eu não queria te acordar, tinha um cílio no seu nariz, eu só ia fazer um pedido... - Tento me explicar, sentido o coração bater tão rápido e quente, sentindo o latejar no rosto onde seu punho havia me atingindo.
- Você é louco, completamente insano, estranho... - Ela se coloca de pé, pula para fora da cama, a minha camiseta batendo no meio de suas pernas enquanto procura pela calça jeans.
- Onde você vai? - Pergunto com a mão sob o local onde ela acidentalmente me atingiu.
- Café, gelo e Makino! - Ela profere ao amarrar seus cadarços.
- Café, confere, gelo... Confere, - digo com a mão sob o nariz, mas sem compreender o que ela queria dizer com o último item de sua lista. - Makino?
- Preciso contar para alguém como você é louco e sobre seus hábitos noturnos estranhos... Você sabia que fala enquanto dorme? - Ela questiona e eu já podia sentir seu mau humor maleável, pois o sorriso em seu rosto era irremediável.



capítulo que tava perdido na gaveta de bagunças da minha cabeça.... pois é acontece às vezes.

sorry.

Música do capítulo -

내 눈에만 보여 (My eyes) - 10cm

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Annyeong!!!  ( ̄(工) ̄)

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Annyeong!!!  (())

[depois eu reviso, perdoa qualquer erro]

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V+ictoryOnde histórias criam vida. Descubra agora