Capítulo 28

120 17 100
                                    


AMY G.

- O q-que? - Gaguejei, com a pergunta repentina e várias coisas se passaram pela minha cabeça. O que ele havia acabado de falar? Abri a boca algumas vezes mas nada saía, eu deveria dizer algo? Sim. Eu só não sabia o que. Ele parecia meio arrependido e confuso, mas quando ele ia falar algo um barulho alto acabou interrompendo fazendo quase todos do ônibus acordarem. Eu estava em choque. Como algumas palavras faziam isso comigo rapidamente. Ele realmente gostava de mim? Depois de tudo por que passamos, será que ele me amava? Será que estou tirando conclusões precipitadas. Estou sentindo que vou enlouquecer. O encarei algumas vezes, mas ele abaixou a cabeça parecendo triste, merda eu preciso falar algo!

- Tudo bem, não precisa dizer nada. Foi algo repentino. - Ele balançou a cabeça negativamente, e eu por impulso balancei rapidamente também de um jeito para que ele entendesse que eu não queria negar a proposta. Mas por um segundo eu não sabia o que falar. Tudo paralisou. Era algo diferente. Um não é isso saiu baixo da minha boca, mas ele já havia se virado para à frente de seu assento. Tommy já havia acordado e parecia meio grogue, seus olhos transpareciam a sonolência e eu riria mas eu estava triste por um motivo estranho. Será que ele estava triste e chateado? Será que alguém escutou alguma coisa? Suspirei fundo, sentindo minhas mãos suarem e meu coração palpitar. Eu estava nervosa e o clima continuava estranho.

Do outro lado as pessoas conversavam normalmente, seus sonhos deveriam estar em um espaço alternativo, seus pensamentos na viagem ou algo que querem fazer quando chegar lá. Um tempo atrás eu interpretava a situação das pessoas, na qual elas estivessem. Mas parecia que agora eu não conseguia interpretar a minha. Tudo estava diferente mesmo, não canso de dizer e pensar. Mas não deveríamos esperar que aquilo sempre continuasse daquele jeito. Só que depois de tanto tempo, não sabia que ele poderia ter sentimentos por mim, e eu nem sabia o que estava sentindo. Era como nos filmes: tudo parecia tão confuso. Mas isso aqui não é um filme. E o sentimento é mil vezes pior.

"Interpretamos o que queremos e sentimos o que queremos sentir." Essa frase nunca fez tanto sentido como está fazendo agora. Passamos por tantas coisas, incríveis, animadas e sentimentos indecifráveis. É como uma grande montanha-russa que só vai em uma única direção. E é a qual nós seguimos em frente, apenas para aproveitar o que aquilo tem para nos dar. Todos tinham algum problema e sentimento ao meu lado, eu queria saber só para não pensar apenas nisso. Porque passei tanto tempo pensando no que as pessoas devem sentir e pensar, que acabei esquecendo que eu tenho sentimentos e ainda estou viva. Isso demora para vir á frente. Eu apenas precisava de um tempo para entender.

- Alguém tem salgadinho? - Mel berrou, perto da gente. Eu me assustei e entreguei o pequeno pacote para ela, porque as coisas precisam ser tão complicadas? Ela me olhou de lado, parecendo desconfiada com algo. Eu apenas me encolhi e enfiei a cabeça na janela. Literalmente.

Peguei meu celular e mandei três mensagens para a Eve e a Mel, eu precisava tirar aqueles pensamentos da minha cabeça pelo menos por algumas horas. É o único jeito. Tommy parecia bem concentrado em seu sanduíche, fazendo eu franzir a testa por cada vez que eu olhar para ele. Antes observei a paisagem, e era maravilhosamente incrível, o fim do céu parecia um rosa escuro enquanto algumas nuvens se espalhavam, e tinha algumas árvores com um pouco de neve. Estávamos passando por alguma estrada deslizante, dizem que é uma estrada meio perigosa e que tem que ir devagar. A placa dizia "siga em frente." Eu ri internamente por causa de um vídeo que vi essa semana.

eve dallas: se tem um pintinho azul no meio de um galinheiro, ele é um intruso???

willa ruiva: acho que sim, vou pesquisar depois

Hey DarlingOnde histórias criam vida. Descubra agora