Capítulo Vinte e um

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— A propósito, onde minha tia está?

— Morta.

Isso significa que é o fim. Se minha mãe estiver de fato louca minha guarda ficará com Chin Hae e aí sim minha vida vai virar um inferno.

— Qual a doença da minha mãe?

— Leucemia. Os médicos estão dizendo que ela ainda estar viva é um milagre. Hoje às sete ela será transferida para um hospital na Alemanha. Chin Hae não está poupando dinheiro para atrasar sua morte.

Parece que o carma da dona Park Min Hee é muito pior do que o meu.

— Ainda vai prosseguir?

— Sim.

A dor que eu sentia parecia que não teria fim, meu coração parecia doer a cada lembrança da minha mãe, ela foi de longe a melhor mãe do mundo, isso é fato, mas apesar de tudo é nela que eu me espelho. E eu não estava pronta para perdê-la. Eu não quero ficar sozinha, não quero que Chin Hae vire meu responsável.

— Certo. Vá se arrumar, uma van irá levá-la até a clínica.

Quando voltei para o quarto ao lado não contei sobre as notícias e nem sobre a alteração do plano para Chaerin, apenas fui em direção ao banheiro com meu disfarce e toalhas em mãos e torci para que a dor que eu sentia saísse de mim junto as lágrimas que se misturavam com a água do chuveiro.

Quando me vesti tentei ao máximo me concentrar em fazer minha maquiagem e não no fato de que aquela poderia ser a última vez que eu veria minha mãe.

— Não tomou banho? — Perguntei ao ver Chae já vestida com o uniforme de enfermeira.

— Tomei. No quarto do Taehyung, você estava demorando e não queria me atrasar, vamos?

Assenti e calcei os saltos, peguei o crachá e em seguida fomos até a van, que de fato nos esperava do lado de fora.

— Boa tarde. Sou -

— Médica da paciente Park Min Hee. — A balconista falou.— Ela está no quarto 7350, segundo andar. Essa quem é?

— Minha assistente. Iremos ver o estado da paciente antes de enviá-la para a Alemanha, ela irá fazer as anotações.

— Certo. Podem ir.

Foi mais fácil do que eu imaginava. Apressei o passo e quando a porta do elevador se fechou Chaerin começou a andar de um lado para o outro.

— Eu tô me sentindo mal Ha. Eu tô sentindo uma angústia tão, mas tão grande que não cabe em mim. — Começou a chorar.

— Engole esse choro agora. — Murmurei entre dentes.

E ela tentou, mas o choro voltou segundos depois mais alto que o primeiro. Meus olhos começaram a arder e senti que iria chorar, porém a porta foi aberta e rapidamente saí dali.

Procurei pelo quarto e parei em frente ao mesmo. Os números 7350 eram pintados em um preto gasto e a tinta na porta branca parecia velha. Os números eram familiar, porém não tive tempo de me lembrar de onde já havia os visto.

— Tem câmeras, entra comigo e ignora tudo o que você irá presenciar.

Toquei a maçaneta e depois de um respirar fundo abri a porta.

O quarto era pintado num tom claro de amarelo, o teto era branco assim como o piso e as flores desenhadas na parede. Minha mãe estava adormecida sobre a cama parecida com as dos hospitais.

Me aproximei e toquei sua mão. Se eu não visse sua barriga subir e descer diria que ela estava morta. Ela tinha a pele mais pálida que o normal e abaixo dos seus olhos haviam enormes olheiras, ela estava magra e seus cabelos

Aquela era a primeira em dezesseis anos que eu via minha mãe sem maquiagem no rosto, cabelo arrumado ou frágil. E aquilo era de partir o coração.

— Acorda, Min Hee.

Ela nunca me permitiu chamá-la de mãe. Dizia que era algo desnecessário. Ela abriu lentamente os olhos e abriu um largo sorriso ao me ver.

— Haneul? — Sua voz era quase inaudível e senti meus olhos se encherem de lágrimas.

— É...

— Oh meu Deus. Achei que nunca mais a veria! Você me abandonou e... e... Me perdoa, pelo amor de Deus me perdoa. — Começou a chorar. — Não posso partir sabendo que você me odeia.

— Você matou meu pai?

— Matei. Ele não era um homem bom! — Ela notou a presença da Chaerin. — Lee Soo Yoo?

— É minha mãe, vocês se conhecem, senhora?

— Claro. Uma desgraça como aquela a gente nunca esquece. Não quero você com aquela mulher Haneul. Ela foi o motivo principal do destino do seu pai.

— Nos poupe, Min Hee.

— Haneul... Posso te pedir uma coisas, antes que seja tarde?

— Vá em frente.

— Quero que me chame de mãe. Não sei se vou voltar-lá a ver e... Por favor, só faça isso.

— Eu te perdôo mãe... por... tudo.

O silêncio que se instalou no quarto foi cortado pelo toque do celular da Chaerin que rapidamente o atendeu murmurando um "Diga Taehyung".

— Adiado?... Agora? ... Certeza?... Estão vindo pra cá? Okay. Avisarei.

— O que houve?

— Vão levá-la agora para a Alemanha. Temos dez minutos no máximo para sair da clínica, ou irão nos descobrir.

— Vai logo Haneul. Eu te amo, se cuida.

— Também te amo... Até... Min Hee.

— Até Haneul.

— Não iremos levá-la?

— Vamos logo, Chae.

Em seguida saí da sala sendo seguida por Chaerin, não trocamos uma palavra sequer até chegar no carro ou no caminho para o hotel.

— Iremos voltar hoje ou...?

— Sim, vamos. Não quero ficar mais um segundo aqui.

Quando eu estava prestes a entrar no quarto Taehyung correu até mim e me deu a pior notícia da minha vida.

Min Hee havia falecido assim que se instalou no avião que iria partir rumo à Alemanha.

-

O choro é livre.

Esse pode ser o penúltimo capítulo. Não irei mais prolongar a fanfic.

Ficarei agradecida caso vocês derem uma estrelinha ou se deixarem um comentário sz

Byee

Little Me - BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora