Capítulo 30

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   São exatamente cinco horas da tarde e Nely ainda não acordou. Nesse tempo pensei o que minha irmã falou. Talvez ela tenha razão.  

   Estou no meu escritório resolvendo uns problemas urgentes. Escuto um som vindo da enfermaria e vou ver o que é.

   Assim que cheguei na porta Nely esta acordada fora da cama se apoiando na mesma para não cair. 

—  ei, onde pensa que vai? —  indago indo em sua direção e pego ela pelo braço para colocar de volta a cama.

—  me solta! —  fala brava me empurrando. 

—  onde vai? —  pergunto mantendo a calma.  

—  saindo do seu caminho, não quero te atrapalhar mais do que já atrapalhei. —  fala num tom de tristeza e sai andando de perto de mim. Ela nem consegue ficar em pé direito quando vi que ela iria cair eu a segurei. —  saí Jeyson não preciso de sua ajuda! —  fala irritada. 

—  claro que não precisa —  digo irónico. Mas ela insiste em sair daqui e suspiro. —  se pensa que vou te deixar sair daqui está enganada, nem congue ficar em pé —  digo pegando-a pelo braço.

Ela me encara —  já disse que não quero sua ajuda —  e ela fica tentando se soltar de mim, o que não deu certo, pois a segurei com mais força.  —  ta machucando, me solta! —  ela esbraveja me batendo com raiva em meu peito. 

   Suspiro irritado e a pego colocando ela de volta na cama. —  você não vai sair daqui, olha só seu estado!

—  foi você que me deixou assim me mandando para aquele lugar frio. —  retruca me desafiando.  

—  desculpa se não é um lugar aconchegante, mas aquilo é uma prisão —  digo irónico me afastando da cama. Ela me olha com raiva.

—  cansei disso! —  diz saindo da cama de novo.  

—  fique ai! —  ordeno.

—  não mesmo! —  diz determinada, mas quando esta fora da cama ela cai de novo. 

—  te falei para não sair, mas teimosia dá nisso. —  falo virando os olhos e a ajudo novamente.

   Ela está com os olhos fechados quando a coloco de novo na cama. 

—  por que continua me ajudando? —  ela pergunta de olhos fechados.

—  digamos que não é do seu interesse o que faço ou deixo de fazer. —  falo seco e ela abre os olhos.

—  você é inacreditável —  fala pouco surpresa. 

—  sei, minha irmã fala a mesma coisa, mas não ligo para isso. —  Ela fica em silencio. —  agora me diz por quê se meteu com alguém como o Afonso?  —  ela pareceu surpresa com minha pergunta. Depois de instantes de silêncio ela fala.

—  minha mãe estava doente e não tinha médico no hospital público e não tinha dinheiro para pagar um médico particular. Foi ai que Afonso me viu sabendo que eu precisava de algo, me ofereceu o dinheiro que eu precisava. Mas depois eu teria que pagá-lo, eu não queria aceitar, mas minha mãe precisava. Então aceitei e depois corri contra o tempo para pagá-lo —  da uma pausa e seus olhos já estava marejados —  ele depois apareceu um mês antes do combinado querendo o dinheiro, entretanto eu não tinha o suficiente e dei o que tinha, ele aceitou o que estranhei e depois não o vi mais. —  fala triste. 

—  e ai o que houve depois? —  pergunto já imaginando sua resposta. 

—  eu pensei que tudo iria se ajeitar e depois de uns dias se não me engano aconteceu o acidente de carro e estou aqui. —  diz limpando as lágrimas dos olhos.

Então foi o que pensei. —  você sabe quem fez isso com você? —  pergunto.

—  o que? o acidente? —  pergunta.

—  sim.

Ela fica pensativa e faz uma cara suspresa. —  não me diga que.. —  interrompo-a

—  sim, o Afonso, ele deve ter fingido ter aceitado o dinheiro que você tinha e fez isso. —  completo e ela fica surpresa.  

Silêncio se instala.

—  eu queria saber uma coisa Jeyson.. —  fala sem jeito.

—  o que? —  pergunto.

—  como você me achou naquele acidente? —  não esperei essa pergunta dela, a olhei nos olhos e depois desviei olhando para a porta. Coloquei as mãos nos bolsos da minha calça.

—  tive flashes de seu acidente e fui onde você estava. —  falo sem enrolação.

—  mas como? —  pergunta surpresa e sem entender.

—  já te disse que temos laços Nely, com isso pude saber o que aconteceu com você. —   falo sem interesse.  

—  não acredito nesse tal laço, isso só pode ser engano com nós dois, até hoje não nos damos bem. —  diz confusa. 

—  acredite no que quer —  digo frio.

—  quando eu melhorar eu saio da.. —  interrompo. 

—  e vai para onde? Para o orfanato? Que ordenei para não lhe aceitar mais lá. Para sua antiga casa com a possibilidade do Afonso aparecer de novo? —  questiono e ela fica sem fala. —  não vai me responder Nely?
Silêncio da parte dela.
— Você ficará aqui e ponto e vai ajudar Ânia na alcateia para que não recleme que não tem nada para fazer. Agora preciso ir e seus seguranças vão ficar de olho em você me informando tudo. —  digo irritado e cansado da conversa.

—  você não pode fazer isso! —  fala brava.

—  eu faço o que eu quiser! —  falo por fim e saio da enfermaria sem ligar para ela.

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O Temido Alfa - Livro 1 (Concluído!)Onde histórias criam vida. Descubra agora