Capítulo 53

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 Abro os olhos devagar e Jeyson estava longe, mas assim que me vê ofegante corre em minha direção, com medo fechei os olhos.

  Estava preparada para um ataque dele. Senti de leve uma mão em meu ombro esquerdo. Devagar abro meus olhos ainda assustada. Vejo ele a minha frente em forma humana também ofegante e me olhando preocupado. Não pensei duas vezes antes de abraçá-lo.

— pensei que iria me atacar de vez. — digo com alívio dele ter voltado ao normal. Minhas lágrimas molham sua camisa.

Ele me abraça apertado.

— nunca vou te machucar, foi por você que consegui me controlar de novo... — diz a mim. — vi, que precisava de mim e consegui voltar nos últimos segundos — diz respirando fundo. Sinto seu peito subir e descer.

— Jeyson... — digo desesperada e chorando. — não sei se aguento esses flashes toda vez que vejo um lobo. — choro.

— calma, que vou te ajudar com isso, não se preocupe. — acaricia meus cabelos e me abraça novamente apertando. Seu abraço me conforta de um jeito que não quero soltá-lo mais. Entretanto me solto e lhe dou um selinho. Ele sorrir.

— obrigada — me levanto e ele também. Ambos olhamos a bagunça que foi feita.

— olha que aqui na sala está menos pior — digo sem graça após perceber que ele olha ao redor imaginando o que houve.

— lembro só de estar com raiva e comecei a quebrar tudo —  passa a mão nos cabelos.

  Fiquei quieta. Lembrando do que a Ânia me disse, que ele ficava assim quando lembrava do pai deles. Me senti mal por isso.

— Nely? — Jeyson me chama a atenção. Olho pra ele cautelosa.

— me desculpa por acabar te lembrando do seu pai. — falo baixo olhando em seus olhos.

— não tem com o que se preocupar. Esquece isso. — diz querendo desviar o assunto, percebi que ainda a tristeza no seu olhar e acabo me culpando mais ainda por isso. Deve ser muito difícil passar por essa situação.

— realmente sinto muito por isso. — digo cabisbaixo.

Silêncio por uns segundos. — imagino que a bagunça esteja feia lá em cima — disse ele meio cansado. Apenas confirmei com a cabeça. Ele suspira. — dependendo da situação lá em cima vamos ter que nos mudar enquanto consertam o meu estrago. — disse subindo as escadas, mas seu tom de voz é de cansado. Alguns minutos depois ele desse. — É vamos nos mudar — disse sorrindo amarelo.

— ah...Quando? — falei com a voz baixa sem animo nenhum, pois ainda me sinto culpada.

— hoje mesmo, não quero perder tempo, assim, Hugo já manda amanhã mesmo redecorar a casa. — diz simplesmente num tom de casual sem se importar de sair de casa.

— mas já? — pergunto surpresa — amanhã Monique vem me ver. — o lembro.

— sei — ele pensa um pouco — então á tarde você irá com o Felipe para a fazenda. Ânia e eu estaremos lá. Vou aproveitar essa reforma e resolver umas coisas. Enquanto isso vamos jantar. — disse indo a cozinha.

  Fui para o meu quarto e me deitei na cama, acabei ficando perdida em pensamentos. Espero que Monique me ajude em alguma solução para essa minha lembrança daquela noite.

  Levantei e olhei a paisagem escura da floresta mais a frente. Um ventinho frio de leve toca em meu corpo. Encarando a floresta, fiquei encantada. Uma sensação estranha me ocorre e comecei a andar em sua direção, não consegui parar de olhá-la. Uma dor na barriga me atinge e do nada estou suando frio. Estou no chão gemendo de dor. Mas o que está acontecendo?

  Escuto um uivo vindo lá de fora. Me assusto com esse som e quando dou por mim estou ofegante com dificuldades pra respirar e aquela maldita lembrança me atinge como se fosse um tijolo em minha cabeça.

— ah — começo a choramingar, após relembrar a perseguição do lobo atras de mim no orfanato. — por que? — digo entre lagrimas. O lobo atinge minhas costas com tudo. Sinto minhas costas arderem muito. —AAAAAh — grito. Isso tudo aconteceu rápido demais.

  Sinto braços me rodearem e me fazem supostamente levantar a cabeça, mas eu não quero, pois está doendo minha cabeça.

— Abre os olhos Nely. — reconheço a voz do Jeyson. Me esforço em abrir os olhos e vejo ele preocupado. Não gosto de o vê-lo assim.

— Não se preocupe, ficarei bem logo. — com a voz fraca eu disse e lhe dou um sorriso amarelo tentando me levantar, mas fracassei. Ele me segura.

— você não está nada bem. — diz me pondo na cama. Me encolho pra ver se a dor passa. Jeyson ficou poucos segundos quieto e me pergunta sem graça, percebi pela sua voz. — Você não... está naqueles dias, não, né? — eu rir sem humor.

— não Jeyson. Não estou nesses dias. — respiro com calma. Minha cabeça doe levemente agora. — poderia pegar remédio de dor de cabeça pra mim? — pergunto de olhos fechados.

— já venho — disse e escuto ele saindo do quarto.


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