Liberta - RESSURGINDO.

PRESENTE

Faz três anos que me formei no colégio, nem posso acreditar que estou prestes a me formar e ganhei uma grande vaga como estagiária numa clínica aqui perto, estou me formando em enfermagem. Inicialmente eu não entendi porque tinha escolhido isso, mas quando tive meu primeiro contato cuidando realmente de alguém foi maravilhoso, e não foi porque o paciente era meu pai.

Combinei de sair com meu namorado para comemorarmos, nem posso acreditar que hoje faz 3 anos que estamos juntos. Desde que terminamos o colégio só tenho andado com ele. Sofie está noiva de Lorenzo, eles vão se casar esse ano. Claro que fui convidada para ser madrinha. Acho que toda melhor amiga, tem o sonho de ser madrinha da outra. Não seria diferente de Sô e eu. Infelizmente, com toda essa mudança, planos, nós duas não conseguimos mais arrumar tempo para sairmos como nos velhos tempos. 

Para não me atrasar, resolvo ir me arrumar. Escolhi um vestido leve, com uma estampa floral, para combinar, uma sandália de tiras. Recentemente dei um corte no meu cabelo, não muito. Como sempre uma maquiagem básica. E então a campainha tocou. Ele chegou. Abro a porta e meu lindo namorado está parado bem na minha frente. 

- Amor, como você está linda! Vamos?- Diz ele me olhando por completa.

- Vamos, Kai! Só preciso pegar minha bolsa.- Desde que Kai e eu nos aproximamos ele tem sido o amigo e namorado perfeito. Nosso relacionamento é firme, temos planos. Com ele, as coisas são certas. Antes de começarmos a namorar, eu fiquei algumas vezes com Alaric, mas como sempre ele fez tudo errado. Então resolvi realmente virar essa página na minha vida e dar uma chance a alguém que me amaria o bastante. 

Quando chegamos ao restaurante, parecia tudo muito sofisticado. Fomos direcionados a uma sala. E quando a porta se abriu, lá estava todos da minha família, nossos amigos, e a família de Kaike também. Quando olho para ele, está ajoelhado e segurando uma caixinha.

- Grace Ronnie, sei que nossos planos não eram esses. Esperaríamos a sua formatura, você arrumar um emprego. Mas, não pude esperar, você se tornou a mulher que eu quero para estar ao meu lado, eu não posso esperar mais um segundo para te chamar de minha. Você aceita se casar comigo?- Nem em todas as opções que vinham em minha mente a resposta era considerar um sim. Mas, o que me impedia de falar o sim? Talvez a dúvida de escolher o certo...

- Kaike...- Naquele momento eu não sabia o que dizer. As pessoas esperavam o sim, o grande e precioso sim. Aquele que falamos quando nos tornamos noivas. Mas, não era o que eu queria falar. Não podia me enganar, não ia aceitar sem saber realmente se era a hora disso. - Kaike... posso pensar?

- Como pensar Grace? Você não tem certeza do seu sentimento por mim?

- Não, eu tenho, claro. Mas não acho que seja o momento. - Nesse momento eu me odeio por magoar ele assim. Mas, não posso ser falsa com ele. 

Então todos os nossos amigos, parentes e pessoas próximas passaram a conversar entre si, fingindo que aquela noite não foi nada, se tornou um jantar qualquer de reencontro. Meu pai depois do acidente, tem precisado muito da mamãe. Desde que sai de casa, e aluguei um apartamento próximo ao centro, tenho observado que eles encontram dificuldades para cuidar do meu pai. Faz 3 anos que meu pai sofreu um acidente, ele caiu de cima do trator e lesionou a coluna, assim, perdendo os movimentos da perna.Desde então eu estava cuidando dele, mas minha mãe me obrigou a sair de casa faz um ano. Disse que eu precisava viver minha vida. 

Então, a noite foi seguindo, até a hora que sobrou Kai e eu, sua cara estava fechada. Era óbvio que estava chateado comigo, por uma questão muito compreensiva. Mas, ele teria que me entender. Quando me deixou no apartamento, senti que isso nos afastou como nunca antes, saiu e nem um beijo me deu. Resolvi entender o seu lado, e ir dormir. Conversaríamos quando ele relaxa-se e entende-se o meu lado.

Na manhã seguinte, noto que tem algumas chamadas perdidas de Kai e Sofie. Sê não estava me ligando muito frequentemente, o que tornou ela a pessoa que seria retornada a ligação primeiro. Assim que dão três toques ela atende. 

- Sofie? Eu vi suas ligações.

- Oi Grace, tudo bem amiga?

- Depois do que aconteceu ontem, você não pode acreditar...

- Sim, eu posso. Kai estava ontem na boate onde eu estava trabalhando de garçonete. E quando fui falar com ele, disse que você não aceitou o pedido. 

- Serio?

- Sim, não te liguei para fazer fofoca, mas ele estava com uma mulher. E eles saíram juntos, até entendo que ele estava chateado pelo fato que você não aceitou, mas agir assim? 

- Como assim, Sofie?- Eu não posso acreditar que Kai agiu dessa forma!

- É amiga, eu também estranhei.

Assim que termino minha conversa com Sofie, resolvo pensar no que fazer. Sinceramente eu não sei se o que o Kaike fez é perdoável.