Liberta - RESSURGINDO.

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Tentei ligar para Kaike inúmeras vezes depois da minha ligação com a Sô. Infelizmente ele não me atendeu. Se outra pessoa tivesse me contato sobre ele ter me traído, talvez eu não fosse acreditar, mas de todas as pessoas que pudessem ter visto essa cena, garando que ele foi infeliz de que tenha sido na frente de Sofie. Resolvo deixar para falar com Kai mais tarde, e dar uma passada na fazenda, faz uns dias que ando ocupada demais para ir lá. 

Faço uma pequena mala, para ficar por uns dias. Depois de tudo pronto, pego o ônibus que me deixa na estrada mais próxima. O caminho que tenho que seguir é um pouco longo, porém estava sentindo falta de andar por aqui. Essa era minha vida, eu sou essa pessoa. Já estava anoitecendo, e a visibilidade em certa parte da noite é mínima. Vejo que um carro se aproxima, não custa nada pegar uma carona até lá. Quando faço sinal, o carro reduz a velocidade. O índice de violência por aqui é baixa. O último crime da cidade foi quando o srº Robson roubou o rebanho do srº John, isso porque eles estavam brigando na época. Então nós moradores não temos muito medo de sermos mortos ao pegar carona com alguém que não conhecemos. Quando picape chega, e o vidro abaixa eu preferia ter andando sozinha, porque o dono do carro era Alaric. Ele estava com duas mulheres no carro, as duas visivelmente alteradas. 

- Ora, ora! O que faz por aqui?- Ele adora me provocar, desde que fui embora nunca mais tinha o visto. 

- Estou indo para a fazenda, mas como está escurecendo resolvi pedir carona. - DROGA! Explicação demais Grace. 

- Como você pode ver, o carro está cheio, infelizmente.. - Ele só podia me odiar muito..- Mas, talvez passe outro carro por aqui. Seu namoradinho não veio?

- Não.. Mas, obrigado! - Digo firme, ele adorava me testar, é claro que tinha espaço suficiente para que eu fosse junto. Mas, ele não me daria carona, eu deveria saber já. 

- De nada, lindinha! - E assim, ele seguiu com o carro, e eu odiei por ter sido infeliz de pedir carona logo para um babaca como ele. 

Quando mais andava, escuro ficava pior. Aquele caminho estava muito diferente do habitual, eu deveria já ter chego a fazenda, não era tão longe.. Fui parar numa encruzilhada, eu não me lembro de passar por aqui pra chegar a fazenda, então peguei a direita. Demorou um pouco, mas depois de andar mais 30 minutos eu entendi que estava perdida. E não era possível, eu conhecia aquilo melhor que qualquer outra pessoa. Resolvo ligar para meus pais, mas lembro que a fazenda está sem linha telefônica. Sofie! Sim, ela ainda mora na fazenda, e ela me ajudaria. Após caçar um sinal que fosse suficiente para uma ligação. Consigo falar com ela. 

- Sofie? Amiga?

- Oi Grace, estou meio ocupada... 

- Sofie! Eu me perdi, acho que vim para o meio da floresta. Eu estava indo para fazenda. 

- Como assim? Grace para de gra...- E meu querido telefone simplesmente desligou. A floresta não é perigosa. Mas, é ruim dormir aqui sem condições. Sem falar que eu não tinha comido o dia todo... E minha barriga estava roncando. Não dava para enxergar nada, e assim que andei mais um passo, cai em uma ribanceira. Não consegui ouvir nada, acho que bati a cabeça... E simplesmente desmaiei.