Liberta - RESSURGINDO.

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Eu não podia acreditar que depois de tanto tempo a fazenda ainda continua a mesma. Resolvi caminhar um pouco, queria fazer valer a pena estar aqui. Depois de colocar roupas mais adequadas para andar, eu fui em direção ao lago. A algum tempo atrás lembro do papai comentar que não tinha mais jacaré por esses lados. Quando finalmente cheguei, sorri, era exatamente como eu me lembrava, até melhor. O sol estava se pondo e a visão maravilhosa me fez querer ficar mais um pouco.

Por algum motivo comecei a pensar em Kaique, como eu tinha ficado daquele jeito. Depois que me magoei com Alaric, jurei para mim que eu casaria com o homem que me amasse o bastante para no fundo me aceitar do jeito que sou. No começo do meu namoro com Kai era tudo muito bom, o fato de sermos amigos e dele ter me ajudado a superar tudo que culpava Alaric, foi realmente meu ponto cego. Isso me fez acreditar, que ele era o homem da minha vida, que ele seria meu marido. Mas, ao longo do tempo, era a mesma rotina, claro que ainda amava estar com ele, só que a mesma rotina de sempre, cansa quem realmente não está apaixonada. Mediante isso, fingi para mim mesma que todas as nossas noites, o sexo, os planos, eram realmente verdade. Depois desse tempo, do pedido de casamento, do acidente, eu vi que no fundo estava cega, porque estava querendo acreditar que eu me casaria como todas aquelas pessoas que eu li nos milhares de livro.

Quando voltei para casa, vi que meu pai ainda estava no escritório, quando passei na porta, minha curiosidade falou mais alto..

- O senhor tem que entender, a fazenda vai a leilão. Vai perder tudo, você pode me vender. Eu cuidarei dela. Sei que a sua família tem um apreço enorme, mas se for a leilão vocês vão para rua, eu te pagarei e ainda vai conseguir comprar uma casa antes de sair da fazenda. Você precisa considerar.

- Eu não estou disposto a vender ainda, estou tentando resolver e pagar os impostos atrasados. Infelizmente não estou a ponto de vende-la, me desculpe, mas peço para se retirar.

- Você não está pensando com coerência, mas verá isso já já.

Sem medir consequências, adentrei a sala do escritório, sem me importar se levaria a bronca. E vejo Alaric e um homem, que presumo ser seu advogado dele.

- Pai isso é verdade? - E todos os olhares pararam em mim, ótimo Grace!

- Filha, não precisa se preocupar, daremos um jeito. - Papai disse, mas não sentia verdade em sua voz.

- Como pode não me contar isso? Quanto tempo está com imposto atrasado?

- Filha, isso não vem ao caso. Não quero falar disso. Por favor.

Quando me toquei que existia outras pessoas na sala, resolvi ver quais eram as opções..

- Alaric, o que podemos fazer? Não tem como nos ajudar de outra forma. Eu sei que pode. - E sim, saiu como uma suplica..

- Grace, não é simples assim. Há quase dois anos de impostos atrasados. Teria que fazer um financiamento. E isso não seria simples. Você precisa entender...

- Alaric, você não entende, eu aceito qualquer coisa. Só que não podemos perder a fazenda, isso é tudo para nós.

- Eu sei, eu sei! Vou pensar em algo. - Queria muito acreditar em Alaric, e espero não me decepcionar.

- Ok! Você pode me ligar, e amanhã a gente conversa. Pai, não precisa falar mais nada, a partir de hoje resolverei a questão da fazenda. E não adianta, não esquecerei isso. Então, muito obrigado senhores, se quiserem ficar para o jantar.. Mas, a partir de agora o assunto esta encerrado essa noite. - Eu me virei, e andei em direção a porta. Depois das despedidas, jantamos, e chamei meu pai para conversar. Não deixaria que acontecesse.

Esclareci todas as coisas possíveis com meu pai, passei a noite fazendo contas, e tínhamos uma dívida de 40.000 mil reais acumulados. Depois de muito pensar, pelo o que meu pai disse Alaric pagaria 80.000 mil reais, então farei um acordo com ele.