Capítulo 2

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Liguei o ventilador, pois estava um calor do capiroto, e depois me deitei no sofá. Uns 3 minutos chega Juninho e Mirella, com Enzo.

- Tia. - falou se jogando em cima de mim, e pulando.

- Oi meu príncipe. - falei dando um sorriso.

Mirella estava linda, vestia um vestido vermelho com um decote um pouco grande, mas que valorizava bem suas curvas. Um salto alto meia pata preto. E sua maquiagem, então? Um arraso.
Júnior estava vestido em uma pólo azul marinho da Lacoste, uma calça jeans bege, e um vans preto.

- Nossa, nossa hein novinha. - falei analisando Mirella, e batendo palmas.

- Ai, para sua idiota. - falou ficando envergonhada.

- Thay nois não vai demorar, suave? Qualquer coisa liga ai, pode pá? - falou sério, e eu balancei a cabeça positivamente. - Vem cá filhão, não dá trabalho pra sua tia, hein? - falou abraçando Enzo.

- E quem disse que eu dou trabalho? Eu sou um anjo, né tia. - falou se soltando de Juninho, e me olhando.

- E sério Enzo, não dá trabalho pra sua tia. - falou séria. - Tchau meu amor, não vamos demorar. - deu um beijo na bochecha de Enzo, e saíram.

Não gosto de sair muito, principalmente para esses bailes funk daqui. Cheguei a ir umas duas vezes ainda, mas não quis mais. Rola muita droga, muita bebida e blá blá blá, não curto muito isso. Prefiro ficar em casa mesmo, dormindo de preferência.

Enzo e um amor de criança, adorava ficar um tempinho com ele. Juninho e Mirella iam em quase todos os bailes, e sempre deixava ele aqui comigo. Acabei criando um enorme carinho por ele. Apesar de não ter sua mãe biológica por perto, Enzo e muito amado e mimado por Mirella, que é como se fosse sua mãe de sangue.

Enquanto eu assistia novela, Enzo brincava com os brinquedos que tinha trazido

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Enquanto eu assistia novela, Enzo brincava com os brinquedos que tinha trazido. Quando esculto mamãe chegando do serviço, e vindo em nossa direção.

- Oi querida - falou mexendo em meu cabelo. - Oi Enzo, que saudade. Tudo bem? - falou abraçando Enzo, que balançou a cabeça positivamente.

Mamãe se soltou de Enzo, e saiu rápida da sala, indo para a cozinha. Percebi ela um pouco pálida, e meia triste. Deixei Enzo brincando na sala, e fui atrás dela.

- Aconteceu alguma coisa, mãe? - falei cruzando os braços, e olhando para ela.

Ela se sentou na mesa, e tirou vários papéis de sua bolsa. Logo uma lágrima escorreu dos seus olhos. Mesmo sem saber o que acontecia, senti uma enorme angústia no peito.

- O que é isso? - me sentei à mesa, e apontei para os papéis.

Ela me olhou, e começou a chorar.

- Eu fui despedida hoje, Thayane. - falou soluçando.

- Como assim? Por que?

- Estou doente filha, passei mal hoje no trabalho, e Dona Júlia me levou ao médico, além dessa maldita asma, eu também tenho problemas no coração. O médico disse que não posso fazer muito esforço, e com isso Dona Júlia dispensou meus serviços. - falou olhando para os papéis, e chorando cada vez mais.

Meu Deus, o que será de nós agora? Se com mamãe trabalhando já passávamos necessidade, imagine agora sem emprego? Me levantei da mesa, e fui até minha mãe, dando um enorme abraço nela. Não contive as lágrimas, e chorei junto. Queria poder ajuda-lá, mas como? Só tenho 15 anos, não conseguiria arrumar um emprego fixo nessa idade, principalmente no asfalto, pois lá rola muito preconceito com pessoas que moram na favela.
Além de tudo, mamãe está doente, a maioria desses papéis eram receitas de remédios que teria de comprar, mas com qual dinheiro?
Dispenso meus pensamentos quando mamãe me chama.

- Thay, você comeu o macarrão todo? - perguntou se levantando da mesa, e indo ao fogão.

- Não, deixei um pouco para você. - falei fungando, e secando as lágrimas que ainda insistiam em cair.

- Vamos ter que ir comendo ele de pouco em pouco, já não tem mais nada no armário. - falou séria, com um semblante triste.

Meu coração estava em pedaços, e minha mente estava a mil. Na onde irei conseguir dinheiro para nós, e para os remédios de mamãe? Não era justo pedir novamente a Mirella. Pois sempre que as coisas apertavam, era Mirella que nos ajudava dando dinheiro.
Mas não vejo outra maneira a não ser largar a escola, e tentar arrumar um emprego. Mesmo que não seja fixo, mas que o salário dê para o necessário.

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Meninas que acompanham minha outra história, "As patricinhas sobe o morro", logo menos estarei publicando alguns capítulos. Irá demorar um pouco porque a lerda aqui, apagou sem querer os rascunhos dos próximos capítulos, por isso terei que refazer. Mas não se preocupem, logo logo vou publicar lá.

Mas, eai gente, será que a Thay vai conseguir sair dessa? 🤔

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