Mirella narrando:
Peguei rapidamente meu celular, que estava sobre a mesa de centro da sala. Procurei o número de Thayane nos contatos, e quando achei liguei desesperadamente.
Ligava, ligava, ligava mas só chamava, ela não atendia. Liguei novamente, e agora dava como fora de área ou desligado. Meu Deus, o que será que aquele monstro fez com a Thay? Sem pensar muito liguei para Júnior, pois ele poderia saber se Thayane estava com LC.
Ligação
— Ju? Júnior? Está me ouvindo? – estava fazendo muito barulho, não conseguia ouvi-ló.
— Pronto. – não dava mais para escutar os barulhos. — Fala aí, o que pega? – falou bufando sem paciência.
— CADÊ A THAYANE? – gritei.
— Ta gritando por que caralho? Num sou surdo não porra. – falou nervoso. — Ta dando pro LC ué. – falou em um tom óbvio.
— A mãe dela está no hospital, a Thay precisa ir pra lá agora, vai buscar ela Júnior, por favor.
— E empatar a foda do cara? Nunca. – riu debochando.
— Tu e trouxa assim mesmo, ou se faz? Você ouviu o que eu disse? A mãe dela esta internada, ela tem que ir Júnior, vai buscar ela agora. – falei firme.
— Ta querendo se criar pra cima de mim, e isso mesmo Mirella? Ai ai viu. – riu debochando. — Não vou porra nenhuma, LC ta viradão e eu não quero problema depois pro meu lado.
— Como assim viradão? Júnior, me explica isso direito. – falei aflita.
— Ele deu uns tapinha no pó, mas tá suave. – riu.
— O que? Você deixou o LC ficar com a Thay drogado??? Você tá louco Júnior? Ele vai matar minha amiga, seu idiota. Vai atrás dela agora, senão vou eu. – gritei nervosa.
— Agueta a porra dessa buceta tio. Marca um 10 ai, que eu já tô chegando. – desligou.
Fim da ligação
Não acredito, o LC está drogado e junto com a Thayane. Ele vai matar ela, assim como fez com todas as outras meninas que se relacionavam com ele. Eu tenho que fazer alguma coisa, não posso deixar ele fazer isso com a Thay, ela não merece.
Fico andando de um lado para o outro naquela sala, estava nervosa, angustiada, será que minha amiga está bem? Dispenso meus pensamentos quando esculto um barulho de moto.
Abro a porta e saiu correndo para o portão, dou de cara com Júnior e Kauê na calçada.
— Kauê você precisam ir atrás da Thayane AGORA, aquele drogado deve estar fazendo alguma coisa de ruim com ela. – falei desperada enquanto balançava Kauê com as mãos.
— Ninguém vai atrás de ninguém! – falou firme e me encarando. — Tu vai pra porra do hospital com o Kauê, e eu vou ficar com o Enzo. – falou passando por mim e indo em direção ao portão.
— O que? E a Thay? Vocês não podem deixar ela com o LC, ele está drogado gente. – falei com os olhos lacrimejando, e puxei o braço de Júnior fazendo com que ele ficasse de frente comigo. Ele me lançou um olhar de fúria e se soltou com brutalidade das minhas mãos.
— Vai fazer logo o que eu te falei caralho, da Thayane cuido eu. – falou nervoso dando as costas para mim, e foi indo até o portão de casa, abrindo e entrando rapidamente.
Fitei Kauê que encarava o chão, quando percebeu que eu estava olhando, seguiu até a moto em passos rápidos e subiu apressado, já colocando a chave na ignição e ligando sua RR. Ele coloca seu capacete, e estende sua mão me dando outro capacete.
— Fica suave, Juninho vai chamar o LC no rádio. – falou me encarando.
Revirei os olhos e peguei o capacete de suas mãos, coloquei e montei na moto. Kauê deu partida, e fomos em direção ao o hospital.
O tal hospital ficava no asfalto, e era uns 30 minutos daqui até a minha casa. Nem esperei Kauê estacionar, já fui descendo e correndo em direção a entrada do hospital.
Mas fui surpreendida por alguém gritando meu nome.— Ei Mirella, espere. – falou se aproximando de mim dando passos rápidos.
Era Dona Ana a vizinha de Thayane, passei tão rápida por ela que nem à notei fumando ali.
Fomos conversando até a entrada do hospital, e perguntei o que tinha acontecido, ela me contou que após saber que Thayane estava se envolvendo com LC, foi visitar Dona Kátia, a mãe da Thay. E disse que ela estava muito abatida com tudo aquilo, e mais ainda, se queixava muito de algumas dores no peito.Enquanto a tia Kátia fazia o café, começou a sentir muitas dores no peito e acabou desmaiado. Dona Ana foi quem ligou para a ambulância e veio como acompanhante. Porém não podia ficar, tinha que voltar para casa e terminar seus afazeres, por isso estava atrás de Thayane.
Como Thayane estava com LC, e sabia que não ia aparecer tão cedo, agradeci Dona Ana por tudo e disse para ir para casa, que agora ficaria como acompanhante.
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Sonhos Perdidos
Teen Fiction"O ódio e o amor, caminham lado a lado." Esta frase se encaixa perfeitamente nessa história. De um lado, uma garota humilde, da favela da Rocinha, que sonha apenas em ter uma vida melhor. Do outro, o dono de tudo ali, frio e calculista, essas são s...