Capítulo 13

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Kauê narrando:

Esperei ela terminar de comer, que pelo visto estava morrendo de fome, comeu o lanche dela e o meu, e ainda pediu outro. Essa Thayane e magra de ruim mesmo, porque do jeito que come era já pra ser obesa.

Paguei a conta, e saímos da lanchonete. Avisei para ela que LC estava á sua procura, e que pelo jeito não era coisa boa. Ela ficou desesperada, mas tentei acalma-lá dizendo que estaria ali para qualquer coisa.

Fomos subindo o Morro, e conversando coisas aleatórias para ir passando o tempo, e também o nervosismo da Thay, que estava morrendo de medo. Chegamos na boca, e logo pude ouvir os gritos da Tayla e do LC, vindo da salinha.

— Lucas, por favor, para. – deu um grito de desespero misturado com dor.

Eu e Thayane fomos nos aproximando, e entramos na sala. Lá estava LC, Juninho e a Tayla. LC grudado nos cabelos da Tayla, que estava jogada no chão toda machucada.

— Deixa a mina aí e pode sair os dois. – falou me encarando.

Olhei para Thayane que estava imóvel, com um semblante de assustada. Não queria deixa-lá ali sozinha com aquele filho da puta, mas não posso fazer nada se essa foi sua escolha.

Thay narrando:

Quando Kauê disse que LC estava atrás de mim, já imaginava que era por causo daquela maldita notícia. Eu sabia que ele não ia me perguntar educadamente como vocês pensam, ele ia me bater ou me matar primeiro, para depois tirar suas conclusões.
Quando eu entrei naquela salinha, vi uma garota toda machucada, e o LC segurando seus cabelos com força. Fiquei sem reação, meu corpo ficou travado, não conseguir mexer uma parte sequer.

— Tu conhece essa puta aqui? – falou me encarando com ódio, enquanto ainda segurava os cabelos da garota. — E não mente pra mim não, senão eu te mato também.

— Não conheço. – falei com uma voz trêmula. Realmente eu não à conheci, não fazia ideia de quem seria.

— Engraçado que essa vagabunda aqui, ta dizendo que você foi atrás dela, e mandou ela publicar aquela porra no Facebook. E como tu não conhece ela? – se levantou soltando os cabelos da garota, e veio em minha direção.

— Ela me conhece sim, foi ela que foi na minha casa, e pediu pra eu publicar aquilo, me perdoa Lucas por favor, eu te amo, tu sabe disso. – falou chorando.

— Cala a boca caralho, que eu não tô falando com você. – voltou até ela e deferiu três tapas tão fortes em seu rosto, que pude ouvir o estalo. — Tu falou que não conhece ela, e ela falo que te conhece, engraçado isso né? – deu uma risada irônica.

Eu não conhecia aquela garota, mas estou percebendo que essa vadia quer me ferrar pra tirar o dela da reta.

— Quem é a vagabunda que tá mentindo aqui? – falou pegando a glock da cintura. — E você né, tu é igual as outras, é igual aquela aqui ali. – falou me olhando com ódio, e apontou a arma para a garota. —  Só quer sentar no meu pau pra ganhar fama e moral na porra da favela, num é? Sua mercenária do caralho. – falou se aproximando de mim, e grudou sua mão em meus cabelos, puxando eles com força.

— Eu juro por tudo que é mais sagrado, eu não conheço essa garota. E eu não quero fama de nada, e mais do que você, eu não queria que ninguém soubesse disso. – falei chorando desperada, ele soltou meus cabelos, e eu caí no chão.

LC se afastou um pouco de mim, e logo depois mirou a arma na garota, que chorava e lhe implorava para não morrer. Mas foi em vão, LC atirou bem na cabeça dela. E ainda deu mais três tiros para garantir que morresse.

Eu fiquei muito em choque, estava desperada e muito nervosa. Já presenciei assassinatos, pois na favela vire e mexe acontece. Se tu não presencia, pode ter certeza que no outro dia, que você acordar e sair na rua vai dá de cara com o corpo estirado no chão. Essa é a realidade da favela.
Estava nervosa pois não sabia o que LC faria comigo depois disso, tinha medo que ele me matasse.

— Só não te matei também porque achei tu bonitinha, e por enquanto tá dando pro gasto. – falou se aproximando de mim, e passou uma das suas mãos em meu rosto. — Mas se vacilar comigo, te passo igual essa puta aqui. Agora vaza, antes que eu mude de idéia. – a mesma mão que acariciou meu rosto, foi a que ele me deu um tapa.

Segurei o choro, sequei as lágrimas do meu rosto, e saí pela porta.

Sonhos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora