Capítulo 12

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Thay narrando:

Atravessei a rua, e sentei no outro lado da calçada, apoiei meu rosto em meus joelhos, abracei minhas pernas e abaixei a cabeça. E ali desabei à chorar. Olha o que aconteceu com a minha vida, uma escolha mal intencionada causou tudo isso. Sinceramente, me arrependo de ter escolhido esse destino para mim, mas fiz isso tudo por mamãe, pois não queria perde-lá. Já cresci sem a presença de um pai, não queria perder a pessoa que cumpriu os dois papéis por mim.

Não culpo minha mãe por isso, ela estava de cabeça quente, chateada com o caminho que eu tomei, o melhor mesmo era me afastar um pouco. Mas o dinheiro que eu receber do demônio, ainda será usado para seus remédios e comida, sei que ela não irá aceitar nem fudendo por mim, então já tinha um plano em mente, para que ela aceitasse o dinheiro sem saber que sou eu que dou.

Mandaria Mirella dar todo mês esse dinheiro para minha vizinha, dona Ana. Ela entregaria o dinheiro para mamãe como se fosse dela, e dando a desculpa que estava à ajudando. Se eu sair viva dessa né, pois tenho certeza que o LC deve estar querendo me matar.

Kauê narrando:

Hoje a boca tava daquele jeito, LC tava puto e como sempre, descontando em todo mundo. Ele descobriu através de um vapor que a Tayla, uma putinha que ele comia, tem um perfil no Facebook aonde espalha vários buxixos sobre a vida dos outros, bem coisa de gente desocupada, né?

A piranha vacilou, postou uma foto da Thayane dizendo que era a nova amante do LC. E como o LC odeia que fiquem falando da vida dele, certeza que vai querer dar um esculacho na mina.

— Juninho vai atrás daquela vagabunda da Talya, vou quebrar aquela filha da puta no meio. – gritou nervoso, e deferiu um murro na mesa.

— Jaé. – falou dando as costas e saindo.

— É você. – apontou para mim. — Vai atrás da puta da Thayane.

— Ela num tem nada a ver com essa história não chefia. – falei encarando.

— Te perguntei alguma coisa, porra? Vai logo arrombado, quero as duas aqui. – falou tirando uma glock da gaveta da mesa, encarei ele novamente, e saí pela porta.

Eu podia até morrer, mas se o LC matasse a Thay por isso, eu metia um tiro na testa dele.
Thayane não é igual essas mina daqui não, que se engraça com traficante pra ganhar fama ou dinheiro. Tô ligado que ela só ta com o LC pelo dinheiro, mas porque é algo necessário, e pela a vida da mãe dela. E mesmo errada, admiro muito ela.

Como não fazia a mínima ideia aonde Thayane podia estar, liguei para Mirella.

Ligação

— Eai Mirella, cadê a Thay?

— O que qui tu quer com a mina? Deixa ela quieta Kauê, ela ta com vários problemas. – falou nervosa.

— Cuida Mirella, fala logo porra, aonde ela ta? – falei com raiva.

— Ai, mais que muleque do caralho viu. – bufou de raiva. — Ela saiu daqui dizendo que ia para casa, mas é melhor você nem ir lá.

— Ixi, por que não?

— Uma hora dessas a mãe dela já deve estar sabendo sobre o LC. E falando nisso, quem foi a puta que fez isso? Isso é coisa de puta tenho certeza, eu vou meter a porrada nela, fala quem...  – interrompi.

— Cala a boca tio parece um alto falante, num para de falar, se foder. – desliguei na cara dela.

Fim da ligação

Mirella quando começa a falar não para mais. Desliguei na cara dela mesmo, e fui atrás da Thay. Desci o Morro tão rápido, que nem bala perdida me pegava. Segui pela rua aonde ela morava, e antes de chama-lá em casa, percebi uma garota sentada na calçada no outro lado da rua. Aquela garota não me era estranha, fiquei observando. Era a Thayane.

— O que aconteceu Thay? – falei me aproximando dela, e pude notar seu rosto inchado e os olhos cheios de lágrimas.

— Me abraça, por favor. – falou se levantando, e me abraçando.

Nem sabia o que estava acontecendo, mas aquilo me cortou o coração. A envolvi em um abraço forte, e pude sentir suas lágrimas escorrendo pelos meus ombros. Nunca tinha visto a Thay daquele jeito, alguma coisa ruim aconteceu.

Queria conversar com ela, mas não no meio da rua. Chamei ela para ir em uma lanchonete que ficava duas ruas acima da dela. O trajeto da sua casa até lanchonete, fomos em silêncio.

Chegamos na tal lanchonete, pegamos os cardápios, fizemos nossos pedidos e sentamos em uma mesa na parte de fora.

— E aí, não vai me contar o que aconteceu? – falei curioso, enquanto dava um gole na coca cola gelada.

— Você já deve estar sabendo que eu me envolvi com o LC. – falou sussurrando pois não queria que ninguém ouvisse. — Minha mãe também não demorou a descobrir, e eu não sei para onde ir agora. – falou desviando o olhar, e abaixou a cabeça.

— Tem sim, tu vai lá pra casa. – dei um sorriso de lado, e peguei em uma das suas mãos. — Tô contigo sempre, tu tá ligada, né?

— Olha, não sei o que seria de mim sem vocês, sério. – deu um riso fraco, e acariciou minha mão.

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Thay amiga, se tu não quer o Kauê, dá ele pra mim 😍😂

Quem aí também quer um Kauê para chamar de seu??

Sonhos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora