Tough Love

2. I'm not Afraid

Anteriormente em Tough Love:

-“É a terceira vez que me reviras os olhos e eu não gosto nada disso.” – Ele disse e eu senti a sua respiração no meu rosto, o seu hálito cheirava a menta. 

-“É a segunda vez que me tocas e eu não gosto nada disso.” – Eu disse tentando soltar-me das suas mãos. 

-“É justo senhorita Candice.” – Ele disse sorrindo de lado e largando-me. 

-“Como é que sabes o meu nome?” – Eu perguntei um pouco assustada. 

-“Eu sei tudo.” – E com esta frase ele saiu da sala, deixando-me com cara de parva a olhar para a porta. 

***

*16/09*

-“Sim eu sei…” – Eu suspirei ao telefone. 

-“Ainda bem que sabes, ele tem cara de bandido, apesar de ser giro!” – Disse a Kim do outro lado da linha. 

-“Eu vou afastar-me o máximo possível!” –Eu disse rebolando na cama. 

-“Todas as miúdas choram por ele e tu queres fugir, és especial.” – Ela disse rindo-se de mim. 

-“Elas são loucas.” – Eu digo encarando o tecto. 

-“Loucas? Elas têm é olhos na cara, eu bem que corria atrás do Zayn…” – Ela disse suspirando. 

-“Vê lá no que te metes, vou dormir beijos doida.” – Eu disse

-“Não sonhes muito com ele.” – Ela disse rindo-se e desligando o telemóvel. Juro que um dia destes mato esta miúda. 

Voltei a rebolar na cama e coloquei o telemóvel na mesa-de-cabeceira. Quem será este rapaz?

Será que ele é um bandido? Adormeci a pensar no que se tinha passado. 

*17/09*

Olhei para o espelho pela quinquagésima vez, só espero que o céu continue cheio de sol porque hoje vou à fresca. Peguei na mala e desci as escadas.

O meu pai encontrava-se, como sempre, sentado na cozinha a ler o jornal. Como não o queria aturar logo de manhã decidi não tomar o pequeno-almoço e saí de casa. O meu carro estava no lugar habitual.

-“Já tinha saudades tuas bebé.” –Susurrei ao passar a mão pelo meu BMW. Sou apaixonada pelo meu carro. Entrei no lugar do condutor, coloquei a mala no banco do lado e segui para a escola.

Assim que saí do carro senti todos os olhares postos em mim, pelos vistos o meu bebé dá nas vistas, ou então não… Quando me virei reparei que o Harry estava a andar na minha direção, afinal o meu carro não era o centro das atenções.

Ele caminhava cheio de estilo, parecia um modelo com os seus óculos escuros, a cada passada os seus caracóis subiam e desciam, as suas tatuagens preenchiam todas as lacunas, enrolando-se à volta dos seus braços e peito, o metal frio do seu piercing adornava-lhe a cara angelical com uma sombra de maldade. As calças pretas, a t-shirt branca com decote em V, o casaco de cabedal, tudo o tornava uma tentação para os corações e uma miragem para a vista.

Comecei a andar também, ergui a cabeça, respirei fundo e pensei na coisa mais desagradável que poderia dizer-lhe. A poucos passos de distância vi-o dar um passo para o lado, um sorriso cresceu nos seus lábios e ele passou por mim ignorando-me por completo.

Raiva?!

Talvez…

Ódio?

Sim.