Tough Love

8. Questions

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Anteriormente em Tough Love: 

“Como se eu fosse contigo a algum lado!” Eu cuspo para o ar. Quem é que ele pensa que é? QUEM?! Porque é que o meu coração está a bater tão depressa? Porque é que eu estou ofegante e quente? Porque é que este rapaz é um mistério?

“Não me faças obrigar-te a vir.” Ele diz olhando para trás, o seu olhar tem um brilho animal, aterrador, depois continua o seu caminho com uma passada de modelo sexy. 

Será que posso odiá-lo mais? Penso que não…

***

*22/09*

Faltavam cinco minutos para as oito e a Kim tinha-me convencido, eu ia ter com o Styles e eu ia muito bem vestida e arranjada. Primeiro fui obrigada a entrar dentro de um vestido vermelho escuro sem alças, depois tive de calçar um saltos altos, simplesmente lindos, a condizer com o vestido, por fim ela encaracolou-me o cabelo e maquilhou-me.

“O batom vermelho fica-te tão bem.” A Kim diz olhando para mim com o olhar de uma mãe orgulhosa, da mesma forma que o artista olha para a sua obra de arte. Sinceramente eu sentia-me bonita, realmente sexy. “Está na hora, deseja-me sorte.” Eu digo olhando pela janela e reparando no Range Rover parado à porta de minha casa. 

“Espero que chegues a casa só de manhã e de preferência com o batom esborratado e o vestido amarrotado.” A Kim diz e eu fico muito séria, ela é doida ou quê? “Vá lá Candy, não olhes assim para mim. Eu sei que ele é estúpido e tal mas aproveita-o pelo menos por uma noite e depois deixas de falar-lhe.” Ela continua. 

Não Candice, não oiças o que ela te diz, ontem à noite ela também disse que iam chegar cedo a casa e no entanto tiveste até às quatro a fazer de vela entre ela e o Zayn. “Depois falamos melhor sobre as tuas ideias estranhas.” Beijo-lhe a bochecha e desço as escadas. O meu pai não estava em lado nenhum por isso calculei que tivesse saído. Ainda melhor, menos perguntas, menos problemas. 

Assim que abro a porta sou recebida por um sorriso brilhante e um Harry de camisa branca justa, calças de fato, blazer preso por um dedo ao ombro e sapatos pretos. Tornou-se difícil respirar, todo o ar me foi retirado, o sangue rapidamente cobriu as minhas bochechas tornando-as rosadas, o batimento cardíaco acelerou e eu fiquei ali, parada perante um Adónis perfeitamente esculpido. A tinta das suas tatuagens era visível por baixo da camisa, não se sabia o que eram mas sabia-se que lhe cobriam o corpo. F*ck, preciso de recuperar a postura e colocar um sorriso falso. 

“Boa noite senhoria Candice, hoje encontra-se especialmente bonita.” O seu olhar percorreu o meu corpo provocando-me arrepios, ele deu-me o seu braço para o agarrar e assim o fiz. Aquele olhar brilhante com um instinto animal continuava a reinar nos seus olhos cor de esmeralda. 

“Confesso que não esperava algum dia vê-lo assim vestido.” Eu digo alinhando no seu discurso formal, conseguindo assim arrancar-lhe um delicioso sorriso. 

“Confesso que, assim que saiu por aquela porta, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi encontrar uma forma de arranca-la desse vestido adorável.” Ele diz fazendo o meu coração dar um pulo, se antes estava rosada agora estava avermelhada, a minha respiração passou de descoordenada para ofegante em segundos devido às suas palavras maliciosas. Tentei disfarçar o meu fogo interior fazendo uma cara de surpresa. 

“Não me leve a mal, o vestido é lindo, mas ficaria ainda melhor sem ele.” Ele diz abrindo-me a porta do carro, um ato cavalheiresco que me surpreendeu tanto quanto o fato que ele tem vestido. 

Enquanto o vejo a dar a volta ao carro penso numa boa resposta para as suas frases provocantes mas assim que ele entra eu esqueço-me por completo. “Não tem nada para me dizer?” Ele provoca. 

“Não, nem por isso. Tu sabes que nunca me verás sem ele portanto não sei o porquê de tais comentários grosseiros.” Eu digo provocando-lhe um sorriso atrevido. Será que acabei de atirar a primeira pedra numa longa batalha?

“Devo dizer que adorei ver-te numa lingerie rendada.” Ele diz fazendo-me ficar extremamente envergonhada, porque é que ele não pode simplesmente esquecer que me despiu e vestiu?! “Não escondas a cara Candice porque sempre que poder eu relembrar-te-ei dessa noite.” E pronto, foi neste exato momento que eu comecei a duvidar da minha saúde mental por ter aceitado um convite deste idiota. 

“Tu não consegues mesmo deixar de ser estúpido por um segundo, pois não?” Eu pergunto desviando o meu olhar para a paisagem que passavam rapidamente na janela. Sentia-me envergonhada e exposta ao ridículo, tudo isto com umas meras palavras deste anormal. Comecei a morder o lábio, um mau hábito que tenho quando estou nervosa ou enervada, neste caso sentia-me nervosa e para lá de enervada. 

“Faz parte do charme Candice.” O seu sotaque volta a enrolar-se à volta do meu nome fazendo o meu estômago fervilhar com borboletas. Estúpido sotaque sexy, estúpida voz rouca e sensual, estúpidas borboletas! 

“Para de dizer o meu nome!” Eu protesto mordendo o lábio ainda com mais força, estávamos ainda a caminho de sabe-se lá onde e eu já estava a querer fugir dali. 

“Então para de morder o lábio ou eu mesmo o morderei.” Ele diz isto com um tom sério. Pelo sim ou pelo não eu deixei de o fazer, nunca se pode duvidar de nada que venha do Harry, ele é louco e não tem limites. Pensando bem, será que ele o faria mesmo? Ele diz que eu não faço o seu género e que sou uma miúda ingénua, no entanto provoca-me com as suas bocas atrevidas. Não Candice, não penses nisso, tu não queres que ele te morda o lábio aliás, tu não queres rigorosamente nada com ele. “Para onde estamos a ir?” Eu pergunto tentando desviar a minha atenção dos meus próprios pensamentos. 

“Vamos jantar fora.” Ele diz sorrindo e estacionando o carro. Devo ter ficado demasiado tempo a admirar as redondezas pois não percebi que o Harry tinha dado a volta ao carro e estava a segurar a porta para eu sair. “Obrigada.” Eu digo educadamente e ele assente com a cabeça fechando a porta e de seguida trancando o Range Rover. 

A parte de fora do restaurante era lindíssima, um espaço cheio de luzes nas árvores o que o tornava acolhedor e clássico. As janelas eram grandes e permitiam uma vista perfeita para o que se passava lá dentro. 

Assim que entrámos um empregado vestido de branco e preto perguntou-nos os nossos nomes. “A reserva está em nome de Harry Styles.” O meu acompanhante responde e o seu nome ecoa nos meus ouvidos como uma melodia, Harry Styles… “Com certeza senhor Styles, sigam-me por favor.” O rapaz diz sorrindo-me e guiando-nos até a uma mesa reservada num dos cantos. Antes de se ir embora puxa-me a cadeira para eu me sentar e dirige-me um último sorriso ao qual eu não consigo corresponder pois o Harry decide dispensá-lo de forma rude. 

“Era preciso seres assim?” Eu pergunto repreendendo-o. Será que ele não tem modos nenhuns? 

“Ele estava a atirar-se a ti descaradamente.” Ele diz aproximando-se de mim através da mesa. O seu olhar era frio mas ao mesmo tempo brilhante. “E depois?” Eu pergunto já a ficar nervosa. “E depois que o teu acompanhante sou eu portando não fica bem fazeres-te aos empregados à minha frente!” Ele diz entre dentes. 

Respira Candice, respira… 

Ignoro completamente o seu comentário idiota e foco a minha atenção na decoração do restaurante. Era tudo tão chique e dourado, as mesas estavam todas cobertas por toalhas de um tom amarelo claro, e todas elas estavam adornadas com uma fita dourada assim como as cadeiras. No centro de cada mesa existia uma pequena velinha a arder, cada uma com uma cor diferente. 

“Gostas?” O Harry pergunta sorrindo-me, provavelmente um dos poucos sorrisos sinceros, a sua expressão era a de uma criança no dia de natal, felicidade pura. Como é que em instantes ele passou de rude para carinhoso? Aff, a sua bipolaridade era exaustante. 

“É lindo.” Eu correspondo com um sorriso igualmente grande até que a realidade me atinge. “Porque é que me trouxeste para jantar Harry?” A pergunta que valia milhões, quais seriam as suas intenções?

“Fazes demasiadas perguntas Candice.” E com isto ele dispensou qualquer pergunta que eu tenha formulado na minha mente. A sua atenção desviou-se do meu rosto para a ementa que ele segurava enquanto a minha continuava focada nas suas palavras.