Anteriormente em Tough Love:
E, como se lesse a minha mente, ele lançou-se pelo precipício. Só que eu desviei o rosto no último segundo. Prendi a respiração para não cheirar o seu aroma, porque se o fizesse sabia que não iria conseguir resistir outra vez. O seu rosto estava agora encaixado no meu pescoço e as suas mãos largaram a minha cintura para se cerrarem contra a parede. Juntei toda a coragem que tinha e empurrei o seu corpo para trás.
“Com licença Harry, tenho coisas mais importantes para fazer.” Eu digo tomando atenção, por uma última vez, aos detalhes do seu rosto. Os seus olhos estavam negros, mais negros do que nunca. As suas mãos estavam cerradas junto do seu tronco. Parece que acordei o monstro e o melhor é fugir. Por isso assim o fiz, virei-lhe costas e continuei o meu caminho. Atrás de mim ouvi um barulho seco, outro murro na parede. Parece que o rapaz não controla lá muito bem a sua raiva.
Cá se fazem cá se pagam Styles. - Bad girls ain’t no good, good girls ain’t no fun -.
***
Eu sentia a música percorrer cada fibra do meu corpo. Fechei os olhos e inspirei fundo. Senti a energia vibrar dentro de mim e dancei, dancei até chocar com outros corpos vibrantes, dancei até esquecer, dancei, apenas dancei. Deixei de ouvir a parte lógica e assumi a irresponsabilidade. Passei uma mão pelo cabelo e deixei-a cair, percorrendo todas as minhas curvas. Quero perder-me em mim mesma, quero sentir, quero viver.
Um par de mãos agarrou a minha cintura e eu deixei. Um corpo encostou-se ao meu e eu deixei, aliás, eu dancei com esse alguém. Movi-me ao som da balada, de um lado para o outro, mexendo a cintura, sempre de olhos fechados.
No fundo, lá bem no fundo, eu ouvi a minha parte racional chamar-me. Candice, Candice, Candice… Quanto mais tempo passava mais a voz se tornava forte, grave, quase como se fosse real. O meu braço foi agarrado por uma mão forte e eu deixei de sentir, automaticamente, o par de mãos na minha cintura. Essa pessoa puxava-me pela pista de dança e eu deixava-me ir, chocando contra os corpos vibrantes que me rodeavam. Abri os olhos segundos antes de sair da discoteca, sempre a ser puxada pela mesma mão. Sempre a sentir o calor emanar daquela pessoa, o seu toque era quente mas, ao mesmo tempo, provocava-me pele de galinha.
Assim que coloquei um pé fora daquele lugar iluminado por luzes psicadélicas, fui recebida pelo luar. Mesmo sem casaco sentia-me quente, a mesma sensação de liberdade percorria-me o corpo e fazia-me sorrir. Nem mesmo aperceber-me de que estava a ser puxada pelo Harry me fez parar de sentir, aliás, eu sentia mais.
Caminhámos até uma rua escura e deserta que se localizava entre a discoteca e o próximo edifício. Quando parámos ele não disse nada, atirou-me simplesmente contra uma parede. As minhas costas chocaram contra o edifício frio e eu arquejei, não pela dor pois não doeu, mas sim pelo choque térmico. Um arrepio passou-me pela espinha e eu foquei os meus olhos no rapaz que se encontrava dois passos há minha frente.
“Estavas a dançar com outro gajo?!” Ele pergunta ou constata o óbvio, não sei qual das duas escolher.
"Não me digas génio. Estás com ciúmes é?” Rio-me da sua cara de frustração. A minha cabeça estava tão leve que eu só queria pular de felicidade.
Ele passa ambas as mãos pelo cabelo e os seus olhos fulminam os meus. O seu corpo joga-se para a frente e ele agarra-me a cintura com força, prendendo-me e puxando-me contra si. A sua boca cobre a minha e eu entreabro os lábios. O seu toque, o seu calor, tudo me fez chegar ao topo, ao culminar da felicidade. Agarrei o seu cabelo com força e puxei a sua cabeça para a frente. Os nossos lábios tocaram-se e as nossas línguas entrelaçaram-se de imediato. Senti a sua energia percorrer-me e agarrei o seu cabelo com mais força, fazendo-o gemer na minha boca. Esse som gutural percorreu-me a espinha, deixando um rasto de pele de galinha pelo caminho. Os seus lábios macios contrastavam com o beijo forte, com as suas mãos a cravarem-se em mim, com os meus dedos no seu cabelo suave. Uma das suas mãos desceu da minha cintura até à minha perna, agarrando-a e puxando-a para si. Neste momento eu perdi-me nele. Tudo em nós era toque, tudo em nós era emoção, calor, desejo, paixão.
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Tough Love
FanficUm amor que nasce no sítio errado, na hora errada e entre as pessoas erradas. Será que alguma coisa dará certo?