Nota: O capítulo é pequeno porque ando muito ocupada :s
-> Se gostaram ou não comentem. Preciso de saber opiniões ;)
Anteriormente em Tough Love:
Assim que entrámos no carro ele ligou o rádio, certamente para evitar qualquer tipo de conversa, e eu agradeci-lhe mentalmente. Depois do nosso “momento” o que eu menos queria era falar com ele. Encostei a cabeça ao vidro e fechei os olhos deixando o meu corpo ser invadido pelo sono e cansaço. Quanto mais força eu fazia para ficar acordada menos conseguia resistir, até que entrei num sono profundo.
***
*23/09*
Estou a passear de braço dado com ela, há quanto tempo… O seu sorriso continua luminoso, assim como os seus olhos. Passeamos as duas pelo parque, as árvores estão a usar tons de vermelho e amarelo, algumas folhas já caíram e amontoaram-se devido ao vento.
Uma brisa suave acaricia-me o rosto e traz consigo o seu aroma a morango e, de repente, ela para fazendo-me parar também. O seu sorriso desaparece e o brilho nos seus olhos apaga-se. “Está na minha hora Candice.” Ela diz largando o meu braço.
“Mãe?” Eu chamo-a ao vê-la afastar-se. Estiquei a minha mão para tentar agarrá-la mas já era tarde de mais. O seu rosto estava cada vez mais longe e eu senti um nó na garganta, uma dificuldade tremenda em respirar. As lágrimas começaram a formar-se e o pânico cresceu dentro de mim. “Mãe?!” Eu gritei em desespero lutando para respirar. “Mãe, volta!” E, como uma despedida, ela lançou-me um último beijo.
Os meus olhos abrem-se e eu sou invadida por um sentimento nostálgico, saudade. No meio da escuridão encontro um par de esmeraldas fixadas em mim. As interrogações inundam a minha mente, onde é que eu estou? O que é que ele está aqui a fazer? Como é que vim aqui parar?
Ele tinha uma expressão preocupada, o seu sobrolho estava franzido e o seu rosto estava mais próximo do meu do que devia. As suas mãos encontravam-se agarradas aos meus ombros enquanto ele estava sentado à beira da cama. Uma parte dos seus caracóis estava caída para a frente, tapando uma parte do seu magnífico rosto. Senti uma vontade extrema de os puxar para trás mas contive-me. “Estás bem?” Ele perguntou afastando um pouco a cara.
Olhei em redor e notei que estava no meu quarto. “Como é que vim aqui parar?” A última coisa de que me lembro é de estar sentada no carro dele, depois – Não me lembro de mais nada. Estranho.
“Adormeceste no meu carro e a tua amiga pediu-me para trazer-te até aqui.” Ele diz encolhendo os ombros e levantando-se da cama.
“Obrigada.” Eu murmuro e levanto-me também. Precisava de encontrar a Kim urgentemente.
“Estavas a sonhar com o quê?”
“Com a minha mãe.” E antes que ele pudesse perguntar algo mais eu despacho-o. “Bem, está a ficar tarde e o meu pai deve estar quase a chegar, se é que ainda não chegou, portanto agrade-“ Ele interrompeu dando-me um suave e rápido beijo nos lábios. Assim que a nossa pele entrou em contacto eu senti aquilo que tentei ignorar a noite toda, senti o fogo, o calor, o desejo.
“E o teu pai ainda não chegou.” Ele diz quebrando o momento, virando costas e saindo do meu quarto. Não sei quanto tempo fiquei de boca aberta a encarar a porta, simplesmente não sei o momento exato em que parei no tempo. Quando dei por mim a Kim estava a abanar a sua mão à frente da minha cara, acordando-me do transe.
“O teu pai chegou e eu disse-lhe que já estavas a dormir.” Ela diz saindo da minha frente e sentando-se na cama de pernas cruzadas. “Anda, conta-me tudo.” Diz batendo no lugar ao lado do dela, notava-se que estava preocupada.
Em vez de me sentar ao pé dela comecei a arranjar-me para ir para a cama. “Foi um desastre.” Digo enquanto tiro o vestido e o atiro para o cesto da roupa suja. Passei os dedos pelo cabelo mas estava cheio de nós. “Tudo estava bem até termos uma mini discussão estúpida ao jantar.”
“Porque é que não vais tomar um banho?” Ela diz levantando-se da cama com um sorriso simpático. “Precisas de relaxar Candy, faz isso enquanto eu arrumo tudo para amanhã.” Aperta-me um pouco o ombro assegurando-me de que estava tudo bem.
“És demais.” Eu digo provocando-lhe um sorriso de orelha a orelha. Um banho agora iria, sem dúvida, saber bem. Peguei no meu pijama, na minha roupa íntima e tranquei-me na casa de banho. Enchi a banheira com água quente e despejei meia garrafa de gel de banho, agitei-a o suficiente para fazer espuma.
Caminhei até ao lavatório e vi o meu reflexo no espelho, que linda figura. O meu cabelo estava um caos, a maquilhagem tinha desaparecido e levado com ela qualquer tipo de beleza. Ignorei a minha imagem e retirei a roupa interior, caminhei até à banheira e ao colocar um pé lá dentro oiço a Kim chamar-me.
“A sério Kim?” Eu grito enquanto retiro o pé de dentro de água e enrolo uma toalha à volta do corpo.
“Recebeste uma mensagem e talvez eu a tenha visto.” Ela diz abrindo a porta com um sorriso infantil na cara. “Apanha.” Ela atira-me o telemóvel e eu tento apanhá-lo só com uma mão enquanto seguro a toalha com outra.
“És tão bitch.” Eu rio-me do seu sorriso rasgado e ela sai fechando a porta atrás de si. Pouso o telemóvel na borda da banheira, deixo a toalha cair e entro no banho. O calor da água é bem-vindo sobre a pele dos meus pés doridos. Deitei-me e encostei a cabeça para trás. Flashbacks do jantar passaram-me pela cabeça. Este tinha sido um dos dias mais cansativos da minha vida, sentia-me esgotada. Depois da discussão, depois da fuga, aconteceu o beijo. Doía-me a cabeça de tanto pensar numa razão lógica para os acontecimentos – Bem, ele… -Nada, o Harry é o contrário do lógico, ele é puro descontrolo.
Levantei um pouco a cabeça, o suficiente para conseguir agarrar o telemóvel. No ecrã apareceu o sinal de nova mensagem. O número era desconhecido e quando abri fiquei boquiaberta.
- Afasta-te do Harry.
Assim que li a mensagem toquei nos meus lábios ao de leve. O que significará isto? Devo mostrar-lhe? Coloquei o telemóvel na beira da banheira e mergulhei. Deixei a água invadir os meus pensamentos e ocupar cada espaço vazio.
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Tough Love
Fiksi PenggemarUm amor que nasce no sítio errado, na hora errada e entre as pessoas erradas. Será que alguma coisa dará certo?