19. Stop!

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 Anteriormente em Tough Love:

  Zayn… Oh meus deus, Zayn! A Kim não sabe de mim desde ontem à noite. Comecei a entrar em pânico e tirei o telemóvel da clutch com tanta força que ele acabou por cair. Ao sentir a minha agitação o Harry colocou a sua mão na minha perna, apertando-a gentilmente.

 “Eles sabem que estás comigo.” Ele diz virando-se e encarando-me. Os meus olhos deslizaram do seu rosto para a sua mão a agarrar a minha perna. Senti algo a dizer-me para colocar a minha mão por cima da dele mas não fiz nada, continuei na mesma posição e desviei o olhar para a janela.

 Vi um bando de pássaros rasgar o céu e imaginei como seria ter asas. Poder levantar voo e ir para bem longe. Quem me dera que me levassem com eles, para bem longe daqui, para bem longe dele.


***

 “Onde vamos?” Perguntei sem retirar o olhar da janela. Estávamos a andar de carro há mais de meia hora e eu não fazia ideia de qual era o destino.

 “Não interessa.” Ele diz de forma fria e distante mas acrescenta rapidamente “O Zayn vai lá estar com a Kim porque eu sei o quanto és teimosa e se ele vier sozinho tu não vais embora. Não te quero a bisbilhotar na minha vida.” Com isto eu desviei a minha atenção da paisagem que passava, para focar o meu olhar no seu rosto. A minha cara de choque deve tê-lo acordado para a realidade porque ele olhou para mim.

 “O que foi?” Ele pergunta bruscamente.

 “Tu és impossível. Quando poderes para a merda do carro.” Eu digo abanando a cabeça negativamente, estou farta disto.

 “Candice.” O meu nome soou mais doce do que o normal mas não, não me convenceu e eu ignorei-o. “Candice.” A sua voz saiu mais forte mas continuava suficientemente suave. Continuei sem responder e ouvi-o inspirar fundo. “Candice…” Ele diz da forma mais suave possível, se eu não estivesse chateada certamente tinha derretido.

 Não, não e não!

 “Para o carro.” Eu digo afastando qualquer tipo de pensamento simpático.

 “Não sejas teimosa.” Ele responde de forma exasperada e esse foi o empurrão que eu precisava.

 “Para a merda do carro Harry!” Eu digo alto e olho-o de forma matadora, se o meu olhar matasse eu já o estaria a esganar. Como é que ele tem a lata de virar isto contra mim? Teimosa? Ele é que é um burro teimoso que pensa que manda.

 Sem pensar duas vezes ele encostou o carro à margem e, assim que o parou, eu saí disparada, fechando a porta com brutalidade. Apetecia-me gritar comigo mesma, com ele, com o mundo! Porque é que eu tenho de ser tão estupidamente sensível e ter as emoções à flor da pele? Por amor de deus!

 Inspirei fundo e levei as mãos à cabeça, segundos depois da minha saída dramática oiço uma porta a bater com força mas não me dou ao trabalho de olhar. Encostei o corpo ao carro e dobrei-me um pouco, sempre com as mãos na cabeça. Sentia uma sensação inexplicavelmente desagradável, uma revolta interna que não cessava.

 Ouvi passos vindos da minha esquerda e senti umas mãos erguerem-me da minha posição anterior. Destapei o rosto, deixando os braços cair em forma de redenção/cansaço. Uns olhos tempestuosos focam-se em mim e forma-se um nó na minha garganta.

 “Entra no carro.” Ele diz testando os limites da minha paciência.

 “Tu deves estar a brincar comigo.” Eu digo frustrada e ergo os braços em desespero. “Se não queres que eu ande a “bisbilhotar”-” Digo fazendo o símbolo de aspas, “então devias ter-me deixado em casa, melhor ainda, nem sequer devias ter vindo atrás de mim naquela discoteca.” O meu tom de voz subiu um tom e eu estava praticamente a gritar.

 “Afinal, porque é que vieste atrás de mim? Porque é que me beijas-te?” Pergunto, colocando ambas as mãos no seu peito, empurrando-o uma vez. “Diz-me Harry, diz-me o que raio queres de mim!” Empurro-o duas vezes mais mas ele simplesmente não se moveu e eu senti que tinha de continuar a empurra-lo, até que ele acordasse para a realidade.

 Ele dá um passo para a frente, sempre sem comentar a minha explosão, enquanto eu tentava apanhar os cacos que restavam dos meus nervos, respirando fundo e contando até dez.

 “Já acabaste?” Foi a sua pergunta, ou resposta, ao meu discurso emotivo. Pisquei os olhos e não respondi. “Então entra no carro.” Ele acrescenta depois de reparar que eu não tinha resposta.

 1…

 2…

 Eu vou matá-lo.

 3…

 Quero bater-lhe.

 4…

 5…

 Não estou a aguentar! Respira Candice, respira.

 6…

 7…


 “Demoras muito?” Ele pergunta, levantando-me uma sobrancelha. A minha boca abriu-se num “o” perfeito.

 Chega, eu vou desfazê-lo aqui e agora!

 Utilizei toda a minha força para empurra-lo para longe. Como não funcionou optei por cerrar as mãos e bater-lhe no peito com força, uma vez, outra vez, muitas vezes. Descarreguei a minha fúria até ele agarrar em ambos os meus pulsos. Parei automaticamente o ataque mas recusei-me olhá-lo nos olhos.

 “Estás assim porque pedi ao Zayn para te vir buscar?” A sua respiração bateu-me no rosto e eu arrepiei-me, não conseguindo evitar a resposta que o meu corpo tem ao seu.

 Respirei fundo antes de responder. “Não Harry. Estou assim porque tu és impossível, és teimoso, chato, estupido, um autentico idiota. Tens a mania que mandas nas pessoas, que podes fazer delas o que quiseres. És tão irritante e misterioso que é praticamen-“ O meu queixo foi elevado pelos seus dedos e os seus lábios precipitaram-se sobre os meus, mas eu fui capaz de o parar. Coloquei as minhas mãos no seu peito e fiz força suficiente para ele dar um passo atrás.

 “Não me toques.” Eu suspiro cansada.

 “Ontem à noite não dizias nada disso.” Ele responde de forma brusca e o seu tom de voz é irónico. Pela terceira vez neste dia fiquei chocada, horrorizada até. Ergui a minha mão e, sem pensar duas vezes, dei-lhe um estalo. A sua cara virou-se para o lado esquerdo devido à força mas, poucos segundos depois, ele estava a olhar-me com o seu olhar mais assustador.

 Oh fuck.

 Antes que ele pudesse fazer alguma coisa, virei-lhe costas e tentei abrir a porta do carro para entrar mas fui impedida por um forte par de mãos. Rodei o corpo e encarei-o.

 Vamos lá descobrir as consequências dos meus atos.
 
 “Quando chegarmos vais sair do meu carro e entrar no do Zayn, sem perguntas ou segundos olhares.” Ele diz, cruzando os braços.

 “Sinceramente já não tenho um pingo de curiosidade sobre a tua vida. Portanto, seria um prazer afastar-me dela o máximo possível. Aliás, podias até fazer-me o favor de morrer bem longe de mim.” Suspiro os últimos pedaços de raiva e deixo o cansaço apanhar-me e envolver-me. Abri a porta do carro sem esperar por uma resposta e entrei, fechando-a na sua cara.

 Encostei a cabeça à janela e ouvi-o entrar e ligar o carro. Quando voltámos para a estrada debati-me contra o sono mas deixei-o envolver-me e adormeci a pensar no quanto sou estúpida.

 Envolvi-me com quem não devia e quebrei todas as minhas regras, agora estou a sofrer as consequências dos meus atos mas, ainda assim, não me arrependo de nada. Isto não é normal, eu não sou normal. Tenho de afastar-me dele porque, pelos vistos, sempre que estamos juntos eu acabo por fazer o que não quero.
 
 - Não quererás dizer: “O que quero”? –
O meu subconsciente acrescenta mas o cansaço vence-me e eu não consigo formular uma resposta. 

 - Nota da autora

 Sei que este capítulo está pequeno, muito pequeno mesmo, e lamento. Estava sem capacidade nenhuma para escrever mas tinha de publicar algo. Sorry bbys :s

 -> Se gostas comenta, aproveita e diz-me o que achas de cada personagem e qual é a tua favorita =D
 -> Gostava de fazer um cover para esta história mas não tenho ideias, alguém disponibiliza alguma? 
  

 p.s.: Juro que me apetece bater no Harry! ;)

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