25. New moon, new me

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- EU SEI QUE DEMORO MIL ANOS A PUBLICAR, SORRY! :c

 SE ENCONTRAREM ALGUM ERRO PFFFFF AVISEM

 Anteriormente em Tough Love:

 ***

  “Candice-“ O seu discurso é interrompido por uma risada e ele desvia o seu olhar do meu para olhar para ela, depois para mim, de volta para ela e finalmente para mim. O seu rosto estava carregado de frustração e parecia que ele estava a ter uma batalha interna. “Eu depois ligo-te.” Ele finalmente diz. Os seus ombros descaem um pouco, dando a parecer que ele perdeu a batalha interna, se é que isso é possível.

 “Não precisas.” Digo agarrando nas malas e fechando a porta atrás de mim com bastante força.

 - Idiota, idiota, idiota!- A raiva consumia-me por dentro e eu jurei que nunca mais voltaria a ficar numa situação assim.

 O xeque-mate será meu Styles.

 ***

 “Tenha uma boa estadia menina.” A senhora da receção do hotel diz, dando-me as chaves para o quarto. “Obrigada.” Respondo, agarrando nas chaves e acenando com a cabeça para o rapaz que carrega as malas.

 “Eu vou sair mas pode deixar as malas no quarto.” Digo-lhe, pegando na minha bolsa, que estava no balcão, e caminhando até à entrada. Saí do ‘Ma petite’ pela parte traseira e cheguei ao estacionamento, entrando no meu BM.

 Tiro o telemóvel da mala e coloco-a no banco do pendura. - Ok, tenho dezassete chamadas não atendidas da Kim, quatro do meu pai, três do Harry e três mensagens:
Primeira mensagem:

 Se precisares de alguma coisa liga-me.
 Beijos, Kim.
 
 Duas mensagens seguintes, todas dele:
 
 Candice onde estás?
***
Onde estás Candice? Atende a porcaria do telemóvel.


 Ignorei as suas mensagens e marquei o número da Kim, ela atende ao segundo toque com um suspiro de alívio.

Estava tão preocupada contigo Candice.” – A sua voz mostra a sua preocupação e isso faz-me sorrir apesar de tudo. Saber que não se está sozinho no mundo aquece o coração de qualquer pessoa, assim como o meu aqueceu ao saber que a tinha aqui para tudo.

 “Desculpa, estava em casa do Harry e só agora é que consegui ligar-te.”

 “Estavas em casa do Harry? Então agora estás onde?” – Ela pergunta de forma tão rápida que parecia humanamente impossível alguém falar assim.

“Posso passar por tua casa?”

 “Claro que sim.”

 “Então até já Kim.” Com isto desligo a chamada e ligo o carro, conduzindo em direção à sua casa.

 Os meus pensamentos estão espalhados por toda a parte, entre memórias escaldantes, discussões, a morte da minha mãe e as atitudes do meu pai. Como é que a minha vida se tornou nisto? Nesta confusão de sentimentos fortes e sensações estranhas. Antes da sua morte tudo parecia certo, perfeito até. Não existiam mágoas que durassem mais de duas noites ou lágrimas que não parassem de rolar ao fim de vinte minutos, não existiam dias inteiros sem sorrisos.

 Estaciono à frente de uma casa branca de dois andares – a casa da Kim. Saiu do carro, agarrando na minha bolsa e caminhando em direção da porta que é aberta segundos depois. O rosto da Kim aparece à entrada e ela recebe-me com um abraço caloroso.

 “Anda, vamos para o meu quarto.” Ela diz libertando-me dos seus braços e agarrando a minha mão.

 O quarto dela está no mesmo estado de sempre, um monte de roupa e sapatos espalhados por todo o lado. A cabeceira da sua cama contém milhares de fotografias, muitas delas do nosso grupo de dança, mas a maior parte são minhas e dela.

 “Senta-te ao pé de mim.” Ela diz depois de se sentar na cama de pernas cruzadas. Os seus olhos focam-se na minha bochecha magoada e as suas feições ficam cor-de-rosa ao reparar que eu tinha visto a sua expressão.

 “Não faz mal.” Garanto-lhe ao sentar-me à sua frente, também de pernas cruzadas. “A senhora da receção do hotel olhou para mim da mesma forma.”

 “Hotel? Não estavas em casa do Harry?” Ela pergunta com um olhar surpreso.

 “Não, estou no ‘Ma Petite’, fiz o check in pouco antes de te ligar.”

 “Não é esse o hotel onde o teu pai trabalha?” Os seus olhos abrem-se numa expressão chocada.

 “Não, o meu pai é sócio do ‘Kingston’s Hotel’, o hotel onde eu estou faz parte de uma cadeia francesa de hotéis. O dono é o sócio maioritário do ‘Kingston’.” Explico, espantada por saber tanto sobre os negócios do meu pai e tão pouco sobre aquilo que ele faz fora do trabalho.

 “Por falar no teu pai.” Ela hesita antes de continuar. “Ele ligou-me Candy.”

 “Ele o quê?!” Pergunto, atrapalhando-me sobre as palavras, o choque é evidente nas minhas feições e a Kim inspira fundo.

 “O que é que aconteceu ontem Candy?” Ela pergunta de forma calma.

 - Ontem… - Passou apenas um dia desde a discussão e eu sinto que passaram semanas. Dizer que me sento fisicamente cansada e mentalmente exausta é adocicar a situação.

 Solto um suspiro e preparo-me para contar tudo aquilo que tinha acontecido dentro daquela casa, desde as discussões até à agressão física. Só me apercebo de que algumas lágrimas tinham rolado pelo meu rosto enquanto falava, quando a Kim se chega à frente e passa a mão pelas minhas bochechas de forma delicada. O corte começa a arder devido ao choro mas ignoro as picadas de dor e inspiro fundo, recompondo-me.

 “Ele ligou-me a perguntar por ti.” Ela suspira. “Eu disse-lhe que de momento não sabia onde estavas e perguntei-lhe o que se passava.” A sua voz treme e vejo os seus olhos encherem-se de lágrimas.

 “O que se passa Kim?” Pergunto, chegando-me à frente e colocando as mãos nos seus ombros.

 “Desculpa Candice, eu não aguentei e chamei-o de mentiroso.” Ela funga e levanta a cabeça para olhar nos meus olhos. “Disse-lhe que ele era um péssimo pai e que se ele realmente se importava contigo então não tinha ignorado a tua existência durante tanto tempo.” Fico em estado de choque ao ouvir as suas palavras mas ela continua a falar. “ E sabes que mais? Ele ainda teve a coragem de dizer que eu tinha razão – vê só! Eu disse que não sabia o que tinha acontecido mas que vi a tua bochecha e que não duvidava nada que tinha sido ele a magoar-te. Quando estas palavras saíram da minha boca arrependi-me de imediato mas, pelos vistos, eu tinha razão Candy, eu tinha razão…” As suas últimas palavras não passam de sussurros.

 “Aconteceu mais alguma coisa Kim?” Sussurro também, já sem forças.

 “Eu disse-lhe para ele, no mínimo, ligar para a escola e inventar uma desculpa para não apareceres nas próximas duas semanas porque irias precisar de tempo para ti. Ele esteve calado a maior parte do tempo e só falou para dizer que eu tinha razão e que a escola seria avisada, assim como uma quantia de dinheiro seria depositada na tua conta para conseguires sobreviver.” Ela inspira de forma profunda para recuperar o fôlego depois do seu comprido discurso. “Quando ele disse isso e disse que tu não precisavas de dinheiro, mas sim de um pai e desliguei a chamada...”  

 A minha ferida começa a arder devido às lágrimas que descem livremente pela minha bochecha. Kim, Oh Kim…

 Os meus braços puxam-na contra mim e abracei-a como se não existisse amanhã. Sou capaz de fazer tudo por esta rapariga, sou capaz de dar o mundo só para vê-la sorrir porque é isso que uma irmã faz pela outra e a Kim é mais do que isso, ela é a única que luta por mim, a única que me apoia nos piores momentos.

 “Oh Candice ele fez-te tanto mal.” As suas palavras envolvem-se nos seus soluços - estamos ambas a chorar.

 “Obrigada, obrigada por existires na minha vida.” Sento que tinha de dizer-lhe isto – Tenho de lembrá-la do quanto ela é especial para mim.

 Eventualmente quebramos o abraço e sorrimos. Ela gesticula com a mão para eu deitar a minha cabeça no seu colo e assim o faço, limpando o rosto agora molhado. Os seus dedos passeiam pelo meu cabelo e eu recordo os momentos da nossa infância e volto a sorrir. Quando eramos pequenas fazíamos festas de pijama onde usávamos os vestidos das nossas mães, a maquilhagem, os sapatos e fazíamos penteados bonitos, ou pelo menos tentávamos. Depois de prontas fingíamos que eramos princesas e passávamos tardes dentro da nossa bolha imaginária, o nosso pequeno mundo.

 “O que é que aconteceu ontem, depois de eu e o Zayn termos saído.” Ela murmura enquanto escova o meu cabelo com os dedos. O meu corpo fica tenso devido à sua pergunta – Será que aguento mais uma ronda de soluços incontroláveis e drama?

 Não vai existir drama algum porque ele não merece nada, nem que eu gosto dele, nem que eu o odeie.

 Inspiro fundo e deixo as palavras fluir: “Lembras-te de ele levar-me para a casa de banho depois de eu acordar?” Ela acena que sim com a cabeça. “Pois então, ele desinfetou-me a ferida e beijou-me, beijou-me como se estivesse a tentar acalmar a minha dor com os lábios.” Recordo aquele beijo e sento um formigueiro nos lábios, levo a minha mão até à boca e contorno-os inconscientemente. “Depois nós entrámos na sala e eu perguntei-te se podia ficar em tua casa, mas ele insistiu que eu ficasse com ele.”

 “Sim, eu recordo-me. O Zayn até disse que ele precisava que tu ficasses com ele” Ela diz.

 “Sim, isso mesmo. Entretanto vocês foram embora e ele descontrolou-se - perguntou-me se quem me tinha feito isto tinha sido o meu pai e eu respondi que sim -, tinhas de ver a sua cara Kim, nunca o tinha visto com tanta raiva como naquele momento e tive de o impedir de ir atrás dele.”

 “Como é que o impediste?” Ela pergunta de olhos esbugalhados.

 “Disse-lhe que se ele o fizesse nunca mais me veria e ele ficou.” A Kim sorri ao ouvir a minha resposta, um sorriso pequeno e cheio de conhecimento que eu só reparei porque estou bastante atenta. “Nós abraçámo-nos e ele disse que precisava de mim Kim, todas as minhas barreiras desmoronaram e contei-lhe, mais tarde, a história da minha mãe e aquilo que aconteceu com o meu pai. Dei-lhe de mão beijada todas as minhas fraquezas e no dia seguinte as coisas aqueceram. Ele fez-nos o pequeno-almoço quando acordámos e depois disso beijámo-nos novamente.” A minha voz está fraca e isso irrita-me. Ela repara nisso e começa a massajar-me a bochecha para acalmar-me. “O beijo trouxe outras coisas e eu acabei nua na cama dele até o momento ser interrompido por alguém a bater à porta.”

 Alguém com quem ele anda metido.

 
“ Ele disse-me para eu ficar no quarto enquanto ele ia despachar a pessoa, mas eu fiquei curiosa se fui atrás dele segundos depois. Antes de entrar na sala ouvi a voz de uma mulher a perguntar se ele queria companhia Kim…” Lembro-me do rosto daquela mulher repugnante e a raiva cresce dentro de mim. “Nesse momento entrei na sala e vi a pessoa com quem ele estava a falar, uma tal de Fiona. Ela olhou para mim de alto a baixo e disse que já entendia o porquê de ele não querer a companhia dela. Pelas suas palavras – Ele já tinha encontrado um brinquedo novo para brincar.” As suas palavras estão gravadas na minha mente e eu sei que se a voltar a encontrar não vai ser bonito, nada bonito.

 “Oh Candy…” Ela sussurra, massajando a minha bochecha e a minha cabeça.

 “A melhor parte ainda está para vir Kim. Ele mandou-a parar de falar mas ela continuou e disse que ia direta ao assunto, nesse momento ele mandou-me ir para o quarto. Kim… Ele mandou-me embora à frente dela sem sequer me defender. Senti-me tão idiota nesse momento, eu confiei nele como uma idiota.”

 Tu és uma idiota…

 “
Então eu decidi ir-me embora de vez e fiz as malas enquanto ele estava com ela. Quando cheguei à sala e ele viu que eu ia embora, perguntou-me onde é que eu ia, mas eu disse que ele não tinha nada a ver com isso. E sabes que mais? Ele olhou entre mim e ela e disse-me que depois me ligava.”

 Sou tão idiota…

Eu tive de força-lo a ir abrir a porta Kim, ele nem sequer queria ir, mas quando ela apareceu tudo mudou.”

 
“Ele já te disse alguma coisa?” Ela pergunta.

 “Tentou ligar-me e mandou-me mensagens a perguntar onde é que eu estou.” 

 “Lembras-te que ontem de manhã ele te levou a um descampado grande?” Ela pergunta. “Estava lá o Niall, eu, o Zayn e mais algumas pessoas.”

 “Sim, foi aí que eu vi aquele Lamborghini, porquê?” Pergunto confusa.

 “Essa rapariga estava lá Candy, ela é uma das amigas do Harry.” A Kim sussurra como se estivesse com medo da minha reação.

 “O que é que isso quer dizer?” Pergunto ainda mais confusa. Que ela é uma das amiguinhas dele sei eu…

 
“A única coisa que te posso dizer é que o Harry e os seus amigos, entre eles o Zayn, fazem algumas coisas ilegais.” Sento que ela está a tentar dar-me pistas para eu chegar à resposta, mas ainda assim continua tudo confuso.

 Coisas ilegais, descampado, carros caros, o dia em que ele entrou no meu carro sem eu saber como…

 
“Eles roubam carros de luxo?” Guincho levantando-me do seu colo num impulso.

 “O Harry não te contou nada da sua vida?” Ela pergunta incrédula.

 Aceno que não com a cabeça. “Eles roubam Kim?”

 “Não Candy, não roubam, mas aqueles carros servem para alguma coisa.” Ela continua a dar-me pistas.

 E aí uma peça do puzzle encacha-se.

 “Corridas ilegais.” Sussurrei em voz alta. Como é que não pensei nisto antes?

 - Ele conseguiu entrar dentro do meu carro sem chave, ou seja, sabe como arrombar um carro. – Isto apoia mais a minha teoria de carros roubados, mas pronto.

 - Quando eu mexi no volante enquanto ele conduzia e íamos ter um acidente, ele conseguiu controlar o carro, algo que só alguém com experiência consegue fazer.

 - O descampado para onde me levou tinha uma pista de corridas e um armazém que parecia uma garagem gigante.

“Sim.” A Kim confirma a minha suspeita.

 Como é que ela sabe?

 
“O Zayn contou-me.” Ela diz, respondendo à pergunta que eu não formulei. “Mas é suposto tu não saberes nada disto. Ele disse-me que se o Harry não te contou nada então é porque não te quer envolvida naquele mundo.”

 E eu feita idiota contei-lhe as coisas mais importantes da minha vida…

 
“Só que tu és a minha melhor amiga Candy e eu não gosto de esconder-te o que quer que seja, mas a única coisa que posso fazer é dar-te pistas.” A Kim continua.

 “Por isso é que ele mandou o Zayn ir buscar-me nesse dia e quando a porca disse que ia direta ao assunto ele também me mandou embora. Ahh mas ele está tão lixado comigo.”

 “O que é que vais fazer Candy?” A Kim pergunta preocupada.

 “Eu vou entrar no mundo dele Kim.” 

 - Vou entrar no seu mundo, vou abaná-lo e depois vou sair.

 “E como é que vais fazer isso?” Ela pergunta com um sorriso malicioso.

 “Eu sei de alguém que não se importa de partilhar informação comigo.” Respondo com o mesmo sorriso.

 “Ainda bem que não estás chateada comigo.” Ela suspira de alívio e eu rio-me.

 “Eu nunca fico chateada contigo.” Digo abraçando-a.

 Depois do drama continuámos a falar, mas sobre coisas normais. Ela conta-me que está a começar a desenvolver um sentimento pelo Zayn e que acha que é mutuo. Fala-me sobre todos os encontros que eles tiveram, enquanto eu estive ocupada, e sobre a vida dele. – Ao que parece o Zayn vem de uma família muito rica, mas ele prefere viver afastado desse mundo de dinheiro e negócios.

 “Tens a certeza que ficas bem no hotel?” Ela pergunta pela quinquagésima vez enquanto abre a porta da rua.

 “Sim, não te preocupes.” Respondo sorrindo.

 “E já sabes o que vais fazer quanto ao teu pai?”

 “De momento vou procurar um apartamento para alugar. Tu sabes que a minha família tem dinheiro e eu vou usufruir da minha conta recheada.”

 “E quanto ao Harry?” O seu tom de voz diminui, como se ela estivesse com medo de perguntar.

 “Quanto ao Harry eu tenho um plano mas ainda tem de ser muito bem estudado.” Os meus lábios moldam-se num sorriso obscuro. – Espere e verá Sr. Styles.

 
“Liga-me ou manda-me uma mensagem quando chegares ao hotel Candy.” Ela dá-me um abraço apertado e eu dou-lhe dois beijinhos de despedida, saindo de sua casa.

 “Adeus Kim.” Digo por cima do ombro antes de entrar no carro e vejo-a fechar a porta de casa com um sorriso na cara.

 A viagem até ao hotel é feita de forma rápida e quando chego ao quarto já só quero atirar-me para cima da cama e dormir. No entanto, abro o meu computador e começo a minha busca por um apartamento.

 Gravo alguns números no meu telemóvel para ligar amanhã e abro o meu e-mail. “Dois e-mails novos.” Digo em voz alta, abrindo o primeiro.

 Boa tarde menina Candice Forbes,

Tough LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora