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Anteriormente em Tough Love:
“Levo-te a jantar fora, trago-te a um dos sítios mais bonitos que conheço e tu ages assim?” Ele diz passando uma mão pelo cabelo, um sinal de frustração e raiva. “És uma cabra ingrata!” Ele diz a alto e bom som. Naquele momento eu queria deixar as lágrimas que se estavam a formar cair, eu queria simplesmente gritar mas fiz o que era mais normal de se fazer, dei-lhe um valente estalo.
As suas feições ficaram tensas, o seu corpo estava rígido como uma estátua. Fúria caminhava por aqueles olhos verdes. Não, ele não estava mais furioso do que eu. Cabra ingrata? Ele pensa que eu sou daquelas que se deitam a seus pés e que beijam o chão que ele caminha?! Respira Candice, respira, precisas de ar para sobreviver.
“És um bastardo nojento.” Atiro-lhe a verdade á cara e viro-lhe costas caminhando de novo para dentro do mato. Não quero saber se me vou perder, não quero saber da dor que sinto nos pés, simplesmente não quero. Agarro os meus sapatos contra o meu peito, preciso de fazer alguma coisa nem que seja correr, preciso que o ar volte a entrar nos meus pulmões, acima de tudo preciso de não chorar.
***
*22/09*
Existem momentos na nossa vida que nunca mudaríamos, como a primeira vez que falei com a Kim, nunca me irei arrepender de o ter feito, ela é uma das pessoas mais importantes da minha vida, a minha melhor amiga, a minha prancha de salvação quando a dor se torna insuportável. Depois existem aqueles momentos que serão sempre relembrados como arrependimentos e este é um desses momentos. Quanto mais eu corria mais me arrependia de ter começado a correr, mais me arrependia de ter trazido saltos e vestido, mais me arrependia de ter vindo, mais me arrependia de o ter conhecido.
Mas aí está o problema, eu mal o conheço. Durante a última semana os nossos encontros foram sempre, no mínimo, problemáticos e estranhos. A única coisa que eu sabia era a sua idade, o seu último nome e que ele sofria de um distúrbio grave de bipolaridade.
Se me dissessem, há um dia atrás, que eu ia correr descalça por um bosque eu não acreditava e muito provavelmente iria rir-me dessa pessoa. No entanto aqui estou eu, com frio e cansaço enquanto fujo de alguém que certamente não me está a seguir. Quanto mais pensava nos acontecimentos passados menos eles faziam sentido. E foi aí que eu reparei numa árvore diferente das outras, uma árvore deitada no chão, uma árvore pela qual eu já passei mais de três vezes.
-Boa Candice, estás perdida, não serves mesmo para nada!- Ok, o melhor a fazer é parar e ver por onde vou continuar, mas nada me indica um caminho concreto, apenas árvores no escuro. O meu coração deu um pulo quando ouvi galhos a partirem-se, o medo explodiu nas minhas veias de tal forma que comecei a sentir os meus ouvidos a zumbir. Olhei para todos os lados mas não consegui distinguir nada no escuro – outros sons estranhos – e os meus sentidos ficaram em alerta. Era agora que eu ia morrer!
Quando mais perto estavam os sons mais eu recuava, até que fui contra algo e caí de costas no chão, soltando um grito agudo. Senti uma dor imediata na minha perna quando me tentei levantar, agora para além de perdida estava também ferida. Voltei a tentar levantar-me mas foi em vão, o meu rabo pesava mais de cem quilos.
“Candice…” Ouvi alguém suspirar de alívio. Afinal ele tinha-me seguido, não sei se devia ficar feliz por isso ou não, depende da sua disposição, depende da faceta que ele vai mostrar, o lado bom ou o lado mau.
“Harry…” Eu sussurrei o seu nome tentando afastar-me quando ele tentou tocar-me. A minha mala estava aberta e as minhas coisas estavam espalhadas por todo o lado devido ao impacto, os meus sapatos eram a única coisa que eu tinha perto de mim, se ele se aproximar muito eu juro que lhe mando um dos saltos.

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Tough Love
FanfictionUm amor que nasce no sítio errado, na hora errada e entre as pessoas erradas. Será que alguma coisa dará certo?