-> Demorei bastante tempo a colocar um capítulo novo, eu sei... Mas pls, entendam que escrever é complicado e ocupa muito do meu tempo. Estou a tentar fazer capítulos cada vez maiores, desejem-me boa sorte :b
-> SE GOSTAREM DO CAPÍTULO COMENTEM E VOTEM POR FAVOR, É MUITO IMPORTANTE!
Se encontrarem algum erro avisem ;)
OBRIGADA POR LEREM <3
“Candice?” Ele sussurra ao meu ouvido.
“Deixa-me.” Respondo de forma fria, afastando-me do seu corpo.
“O que é que está a acontecer?” Os seus braços envolvem a minha cintura e as minhas costas ficam firmemente encostadas ao seu peito. “Porque é que paraste de me beijar como se os meus lábios te queimassem?” O seu tom de voz deixa de ser suave para se tornar autoritário, obrigando uma resposta.
“Porque é que me beijaste?”
“Porque quis.” Ele diz de forma simples. Soltei-me do seu abraço e virei-me para encará-lo, cruzando os braços á frente do peito e levantando uma sobrancelha, o típico olhar de quem está incrédulo, do tipo: ‘A sério?’
“O que é que queres que te diga? Há duas semanas que não sei nada de ti e quando te vi á porta com esses mini calções e com essas meias pretas tentadoras, não aguentei.”
“És inacreditável.” Digo de forma exasperada, levantando os braços no ar.
“O que é que foi? Diz-me o que se passa.” Ele diz tentando agarrar-me novamente.
“O que é que vieste cá fazer?”
“O trabalho.” Ele responde de forma simples como se fosse a coisa mais óbvia de sempre. Será que a culpa é das minhas hormonas adolescentes ou este rapaz é mesmo capaz de me enervar em milissegundos? Quer dizer, primeiro beija-me de forma apaixonada, fazendo-me ficar sem forças algumas – completamente nas nuvens, e depois diz-me que veio a minha casa fazer um trabalho, como se fosse a coisa mais lógica do mundo.
- Ai Styles, deixas-me fora de mim, confusa, baralhada…
“Então, vamos começar?” Ele continua, vendo-me perdida nos meus pensamentos.
“Eu mandei-te uma mensagem a dizer que fazia o trabalho sozinha e que a única coisa que tu precisavas de fazer era entregar ao professor.”“Sim, eu vi.” Ele responde encolhendo os ombros, deixando-me de queixo caído. “O que foi? Achavas mesmo que te ia deixar fazer tudo sozinha?”
“Foi isso que eu te pedi por isso era essa a intenção.” Bufei virando-lhe as costas. “Mas já que aqui estás vamos começar a trabalhar.”
“Ainda há segundos atrás não querias trabalhar e agora já queres?” Ele pergunta, fechando a porta de entrada que ainda estava aberta.
“Se vieste até aqui para trabalhar então porque não aproveitar? Tem é de ser rápido porque tenho coisas combinadas.” Sentei-me no sofá, cruzando as pernas e abrindo o portátil que estava em cima da mesa.
Ele olha para mim com um ar suspeito. “Com quem?” Ele pergunta, sentando-se ao meu lado.
“Não tens nada a ver com isso.” Digo retirando o estojo e um caderno da minha mala que estava no chão, perto do sofá.
“Respondona.” Ele diz com um sorriso amoroso, os seus olhos percorreram o meu rosto e ele abanou a cabeça, como se não acreditasse em algo, e voltou a sorrir.
“O que foi?”
“Nada, vamos fazer o trabalho.”
Enquanto eu procurava Hades e Perséfone no Google, senti o Harry mover-se ao meu lado, ficando mais perto de mim. O cheiro do seu perfume invadiu o ar que me rodeava e senti, de imediato, uma vontade enorme de deitar a cabeça no seu pescoço e inspirar o seu cheiro.
É praticamente pecado negar o efeito que a nossa proximidade física me provoca. Apesar de não nos conhecermos assim tão bem, ele exerce uma força sobre mim, algo estritamente físico, paixão entre dois corpos. Cada centímetro da minha pele ansiava pelo seu toque, os meus lábios queriam provar os seus, os meus ouvidos desesperam pelo som da sua voz e os meus olhos desejam encontrar os seus. Esta atração aumenta a cada segundo, a cada minuto que passo na sua presença, a cada murmuro, a cada suspiro, a cada olhar roubado, a cada raspão de pele contra pele. É estranho não saber nada sobre alguém, conhecer essa pessoa á apenas um mês e, ainda assim, sentir tanta coisa, emoções que quero com toda a força anular, prazeres a que espero nunca sucumbir, mas…
Eu sei, é pecado negar, que a minha alma anceia por perder-se nas profundezas do ser de outra pessoa, no seu ser. O meu coração continua a palpitar, desde o primeiro dia, com o mesmo vigor.
“Ele apaixonou-se por ela e raptou-a?” A sua voz interrompe os meus devaneios.
“Hmm?”
“Está aí escrito que Hades, o senhor dos mortos, pediu Perséfone, a deusa da terra e da agricultura, em casamento. Porém a mãe dela, Demeter, não aceitou que eles se casassem, então Hades, um dia em que Perséfone estava a colher narcisos, raptou-a e levou-a para o submundo.” Ele explica o que estava escrito no primeiro parágrafo do website.
“Medidas drásticas não?” Digo soltando um riso.
“Quando se está apaixonado nada parece drástico.” Ele responde, encarando-me com um olhar sério.
O meu sorriso decresceu um pouco, mas mantive-o e respondi de forma divertida para aligeirar o ambiente. “Não tarda nada estás a dizer que fazes tudo por amor.”
“Quando amar alguém eu aviso-te.” Senti uma pontada no coração ao ouvir a sua resposta, mas ignorei-a e comecei a ler em voz alta os restantes parágrafos da página.
“Demeter não se conformou com a situação e pediu a Zeus que pedisse a Hades para devolver a sua filha. O senhor dos mortos não aceitou e engendrou um plano, que consistia em dar à sua amada uma romã, a fruta do casamento, obrigando a deusa a ficar com ele. Perséfone vê-se então obrigada a passar um tempo com Demeter, sua mãe, e com Hades, seu marido. Quando Perséfone se encontrava no submundo era inverno na terra, quando a deusa estava no Olimpo era primavera na terra.”
A história destes dois deuses tocou-me. Apesar das atitudes de Hades, Perséfone amava-o e foram ambos bastante felizes. Ao casar-se com o senhor dos mortos, tornou-se Rainha do submundo, mas ao subir ao Olimpo tornava-se novamente numa adolescente descontraída e virginal. Isto mostra a capacidade das mulheres de conjugarem dois aspetos completamente diferentes nas suas vidas.
"Será que ela o amava tanto quanto ele a amava?” O Harry perguntou, enquanto eu começava a escrever o resumo da história no meu caderno.
- Qual é o problema dele hoje? Só faz perguntas destas…
“Sim.”
“Mesmo depois do que ele fez?”
“Sim. Ela acabou por entender que o que ele fez foi um gesto de amor, por muito brusco que seja continua a ser amor. Nem todos nós temos a capacidade de saber exprimir os nossos sentimentos da forma mais correta e, por isso mesmo, erramos. Hades, ao ver que a beleza da sua amada chamava a atenção de muitos outros deuses, fez o que achou melhor para a manter por perto.”
“Se estivesses no lugar dela entenderias?” Ele voltou a perguntar e eu parei de escrever por completo para olhá-lo nos olhos.
“Não sei, é uma situação delicada, mas tento entender o lado de ambos. Ele amava-a e fez o que achava melhor para mantê-la por perto, ela, por outro lado, viu-se privada da sua liberdade e casada com um homem que não ama. No entanto, com o passar do tempo, aprendeu a amá-lo. A pureza do amor de ambos é igual porque, apesar de ele a amar desde início, ele aprendeu ao conhecê-lo, durante o convívio. Talvez se ele não tivesse agido de forma tão precipitada e se desse a conhecer, ela o amasse desde início também, mas, felizmente, as ações dele não prejudicaram o futuro de ambos.”
Senti-o estudar as minhas feições por um bom tempo antes de acenar com a cabeça. Continuei a escrever até ouvir o meu estômago fazer uns barulhos estranhos.
“Ainda não almoçaste?” Ele pergunta sem desviar o olhar do ecrã do meu computador que, durante o tempo em que eu escrevia, foi parar ao seu colo.
“Não.” Suspiro ao lembrar-me que o toque da campainha, ou seja, o Harry me tinha interrompido de fazer o almoço.
“Queres que te prepare alguma coisa?” Ele pergunta e coloca o computador na mesa.
“Não, vamos acabar isto primeiro.” Respondi em vão porque ele já estava em pé de mão estendida para mim.
“Não a sério.” Teimo.
“Não me obrigues a tomar medidas sérias.” Ele responde com um ar ameaçador.
“Harry.” Digo em forma de aviso ao vê-lo aproximar-se mais.
“Candy.” Ele responde carregando mais no ‘y’.
“Nem penses.” Levanto uma mão no ar para o impedir de se aproximar mais, mas ele agarra a minha mão e puxa-me com força, fazendo-me sair do sofá e ir contra o seu peito. Os seus braços rodeiam a minha cintura e o seu rosto aproxima-se do meu, quando pensei que ele me ia beijar ele levanta-me do chão e coloca-me ao ombro – estilo saco de batatas.
“Harry!” Solto um guincho enquanto me esperneio.
“Tens de comer.” Ele responde enquanto caminha até à cozinha e dá-me uma palmada no rabo para parar de me mexer.
“Harry!” Grito o seu nome enquanto rio. Nesta posição tenho visão direta para o seu rabo e aproveito-me desse facto, beliscando-o. Ele solta um gemido de dor e eu rio-me ainda mais. “É bem feito, para a próxima não me bates.” Digo triunfante.
Ele não responde mas oiço o seu riso ecoar pela cozinha, nesse momento as suas mãos agarram a minha cintura e ele senta-me em cima de um dos balcões.
“Tens as bochechas vermelhas.” Ele diz e, como se não bastasse para confirmar, aperta-as.
“Larga-me.” Respondo batendo na sua mão, tentando conter um sorriso estúpido.
- Como é que em segundos de brincadeira me posso esquecer do que aconteceu?
O efeito que este rapaz tem em mim cresce a cada interação e começa a tornar-se irreal a forma como estar com ele me afasta de tudo, vivemos na nossa pequena bolha. Os problemas e as preocupações vêm depois e, por muito que tente, não consigo ficar chateada com ele durante muito tempo.
Senti o meu coração ficar apertado depois de confessar isto a mim mesma. O efeito que ele tem em mim não pode ser saudável, ele consegue controlar as minhas emoções, os meus pensamentos e tudo o que me rodeia quando está comigo, deixando-me à sua mercê, indefesa perante os seus apetites.
- Mantém-te forte Candice.
Dei um salto no balcão ao ouvir uma porta ser fechada e olhei para o Harry, vendo-o fechar o armário e colocar uma frigideira em cima do fogão.
“O que estás a fazer?” Pergunto.
“Enquanto estavas no teu pequeno mundo, decidi fazer ovos mexidos com salsichas, gostas?”
“Sim, claro.” Aceno com a cabeça.
Vê-lo mexer-se à volta da minha cozinha como se estivesse em casa, faz-me sorrir. E se as coisas fossem sempre assim? Descontraídas e calmas, sem problemas, apenas eu e ele, nós contra o mundo. Podíamos sair em encontros ou passar tardes cá em casa, tínhamos tempo para conhecermo-nos melhor e aproveitar a companhia um do outro, uma relação normal e saudável. No entanto nada à nossa volta é fácil, os problemas com o meu pai esgotam maior parte do meu tempo e, aliás, está na altura de começar a procurar uma boa clínica de reabilitação porque não me parece que os alcoólicos anónimos resultem neste caso. O Harry, por sua vez, tem muitos segredos, coisas que tenciono descobrir quer ele queira quer não. Quando eu precisei ele estava presente, apesar de ter estragado tudo, e quando ele precisar eu quero estar presente. Talvez a nossa relação não seja sequer uma relação de amizade, mas cá no fundo existe algo que me impede de afastar-me dele, algo que me diz para estar aqui no bem e no mal.
Quando ele acabou de cozinhar voltámos para a sala e eu sentei-me no sofá a comer e a vê-lo adicionar notas ao que eu já tinha escrito no caderno.
“Está bom?” Ele pergunta sem desviar o olhar do que está a fazer.
“Hmm, s-si-sim, hm.” Tento responder de boca cheia e ele dá uma gargalhada que enche a casa de alegria.
“Pareces um esquilo.” Ele diz, apertando as minhas bochechas.
Bato na sua mão e engulo o que tenho na boca. “Larga as minhas bochechas.” Digo fazendo beicinho e enchendo a boca de comida novamente.
Ele choca a cabeça e sorri de forma carinhosa enquanto me olha com ternura. “Sabes, essa é a minha comida favorita, adoro ovos mexidos.”
“A sério?” Pergunto.
“Sim, é boa e rápida de ser feita.”
Não respondi à sua afirmação, mas peguei numa garfada de comida e tentei alimentá-lo.
“Não, eu fiz para ti.” Ele diz, acenado negativamente e afastando a boca do garfo.
“Anda lá, chega para os dois. Um bocadinho para mim e um bocadinho para ti.” Sorri-o e coloco o garfo na boca, mastigando e engolindo a comida.
Voltei a encher o garfo com comida e desta vez ele aceitou o meu gesto. Passados segundos o prato estava vazio e os nossos olhares mantinham-se colados um no outro.
“Fala-me sobre ti.” Interrompo o momento, expulsando as primeiras palavras que me vieram à cabeça.
“hm?” Ele pergunta com um olhar confuso.
“Fala-me sobre ti.” Repito, cruzando as pernas à chinês e virando-me por completo para o encarar.
“O que é que queres saber?”
“Tudo o que quiseres contar.”
“Hmm.” Ele diz pensativo. “Não existe muito que se diga.”
“Vamos jogar o jogo das ’21 perguntas’” Insisto.
“Está bem, acho eu.” Ele responde com incerteza, mas ajeita-se no sofá de maneira a estar de frente para mim.
“Ótimo, eu começo. Cor favorita?”
“Preto. Com quem foi o teu primeiro beijo?” Ele continua com o jogo e faz uma pergunta que me deixa um pouco embaraçada.
“Hm.” Hesito, ficando corada. “Foi com a minha paixoneta do oitavo ano, Eric Garcia, um rapaz que andou comigo num campo de férias.”
“Porque é que ficaste vermelha? Conta-me!” Ele diz soltando um riso, apertando a minha bochecha pela terceira vez neste dia.
“Não podes perguntar duas coisas seguidas. É a minha vez.” Digo vitoriosa e ele responde com um grunhido.
“Coisa mais embaraçosa que já te aconteceu?” Pergunto.
“Embaraçosa? Nenhuma.” Ele diz de queixo erguido, todo convencido.
“Não vale mentir senhor Styles!” Digo, retirando uma das almofadas que está atrás de mim e atirando-lha à cara.
“Pronto, pronto. Eu respondo.” Ele diz de mãos no ar, rendido. “Bem, não existe apenas uma situação, existe um conjunto de situações embaraçosas.” Ele diz suspirando. “Mas tudo começou quando uma loira pequenina e furiosa entrou na minha vida. Um bom exemplo, uma noite, durante uma festa, beijei essa rapariga. Ela continuou o beijo até despertar para o mundo real, depois disso afastou-me, deu-me um estalo e chamou-me de porco.” Ele acaba o seu discurso e nunca o achei mais querido, sentado no meu sofá, mão a coçar a nuca e bochechas com um tom rosado.
- A vergonha fica-te bem Harry. Com que então uma loira, que tu beijaste… que te deu um estalo…que te chamou de por- Oh meus deus! Ele está a falar de mim.
“Sim, a culpa é tua.” Ele diz soltando um riso. “Agora quem está embaraçado és tu.”
“Oh Deus.” Digo ainda perplexa.
“Vamos continuar com o jogo. Ver-te corada deixa-me descontrolado.” A sua voz atinge um tom rouco, gutural, que me arrepia e deixa as minhas bochechas ainda mais vermelhas. “Porque é que deixaste de me falar?” Ele pergunta, deixando-me de queixo caído.
- Bons jogos Candice, bons jogos…
“Eu, ahm, eu não, hmm, pois…” E agora? O que é que lhe respondo? Não posso contar a verdade!
“Vá, tens de responder.” Ele insiste, aproximando-se mais de mim, neste momento as nossas pernas tocavam-se.
“Porque eu não gosto de ti.” Digo com convicção. Por favor acredita, por favor acredita, por favor acredita…
“Não gostas de mim?” Ele pergunta com uma sobrancelha levantada. “Sou capaz de provar-te o contrário neste preciso momento.” Harry Styles e a sua confiança. O seu rosto aproxima-se mais do meu e o meu corpo responde às suas investidas. Quando estamos a milímetros de distância a minha campainha toca, quebrando o momento.- Salva pela campainha!
“Por agora livraste de responder à minha pergunta, mas acredita que vou procurar por uma resposta.” Ele diz, recostando-se no sofá para me dar espaço.
De bochechas vermelhas e coração a mil, levanto-me e corro até à porta, abrindo-a de rompante, como se todas as respostas tivessem do outro lado.
“Candice.” O Niall diz com um sorriso, deixando-me estupefacta.
- Oh. Meu. Deus. Eu esqueci-me por completo!
“Candy, quem está na porta?” O Harry pergunta da sala. Se ele se inclinar para trás vai conseguir ver o Niall, o que é que eu faço?!
“Harry?” O Niall pergunta com um ar confuso.
“Niall?” A voz do Harry está cada vez mais próxima e, quando dou por mim, estou entre dois rapazes que se odeiam.
“O que é que estás aqui a fazer?” Perguntam os dois em uníssono.
O que é que eu faço agora?!
- Nova faceta do Harry, quem gosta?
- O que acham que vai acontecer? Quero teorias ;)
- FOTO DE HADES E PERSÉFONE DE LADO, ACHEI TÃO FOFINHOOOOO!

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Tough Love
Hayran KurguUm amor que nasce no sítio errado, na hora errada e entre as pessoas erradas. Será que alguma coisa dará certo?