Capítulo VIII

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Capítulo VI

- CALEM-SE TODOS.

O berro do Michael sobrepôs-se a todas as vozes histéricas. Olhamos para ele, assustados. Como é que podíamos ter calma? Aquilo não fazia sentido. O que se estava a passar?

- Pessoas. PAREM. Entrar em pânico não vai ajudar nada!! - Exclamou ele.

- Como é que nos podes pedir para não entrarmos em pânico?!! - Gritou a Kristen. - Os monitores psicopatas desapareceram e deixaram-nos aqui sozinhos, sem absolutamente NINGUÉM, e ainda por cima TRANCADOS...??

Os gritos estavam a recomeçar. Percebi que o Michael sozinho não ia conseguir impedir esta gente toda de se passar completamente.

- O Michael tem razão! - Gritei, pondo-me ao lado dele. - Respirem todos fundo e... e... - que fazer numa situação daquelas?! - E sentem-se no chão! Temos de analisar isto com calma.

Espantosamente, resultou. As pessoas olharam para mim aterrorizadas, mas devagarinho sentaram-se todas na relva e ficaram ali, quietas, a olhar para mim.

- Eficaz - ouvi o Michael murmurar.

Percebi que estava toda a gente à espera que eu falasse. Mas eu própria estava assustada. Olhei-me em volta, a pensar no que dizer.

- Então... Vamos tranquilizar-nos e ver isto por partes - disse por fim. - Os monitores foram embora. Estamos aqui sozinhos. Não há rede, não podemos telefonar a ninguém. E o portão está trancado.

- Já sabemos isso - resmungou a Rose, na primeira fila.

Fulminei-a com o olhar.

- Quero que pensem todos noutras maneiras de sair daqui - continuei. - Sem ser pelo portão. Alguém viu uma porta secundária ou assim?

Ninguém disse nada.

- OK, vamos então partir do princípio que realmente NÃO HÁ outra porta. Ideias?

- Por baixo! - Disse a Maisie de repente. - Podemos cavar um buraco suficientemente grande para passarmos por baixo do arame.

- Boa ideia, Maisie! - Exclamei, admirada e de repente bastante entusiasmada.

Em dois segundos, estava toda a gente freneticamente a cavar no arame.

Mas não estávamos com sorte.

- O arame... - A Daiana foi a primeira a aperceber-se. - Continua! Para baixo da terra!

Ela tinha razão. O arame não acabava à superfície. Continuava como enterrado vários metros por baixo de terra.

O Kay disse uma palavra pouco bonita.

- Faz sentido - disse a Anne. - Estes arames são usados também em quintas e assim, exatamente para os animais não cavarem buracos e fugirem.

- Estás-nos a chamar de bois?

- OK, então por baixo está excluído.

Não queria que percebessem o meu desânimo quando me voltei a sentar.

- Muito bem. Mais ideias.

- Por cima...? - Começou a Tessa.

- Não sejas burra - cortou o Michael. - Já viste a altura desta vedação? No MÍNIMO trinta metros. E é tudo arame farpado até lá acima. Se quiseres subir tudo e depois saltar e bateres a cabeça, é lá contigo.

- E pelos pinhais? - Gritou a Miranda, lá ao fundo. - São mais ao menos da altura da vedação... Se subirmos a um deles e depois saltarmos por cima?

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