Capítulo XI
- Então, que fazemos agora?
A descoberta chocante de termos sido escolhidos a dedo para... Este Campo Homicida, ou o que quer que fosse, tinha-nos deixado mesmo atarantados. Cada um de nós parecia que não dormia há semanas.
- Que queres fazer? Nada - respondeu a Anne, com o sobrolho franzido. - Não há absolutamente nada que possamos fazer a não ser esperar os 13 dias que faltam para os nossos pais nos virem buscar.
- Quê?! Se estás à espera que eu fique aqui sentado de braços cruzados podes tirar o cavalinho da chuva! - Insurgiu-se o Michael. - Há um assassino algures pelo Campo, caso não te lembres.
- O Michael tem razão - apoiou-o o Leonard. - Quem nos diz que ele não nos vai tentar matar de novo?
- Desta vez já sabemos o que esperar, vamos estar mais atentos. E tirem VOCÊS o cavalinho da chuva se acham que vou brincar ao gato e ao rato com um doido homicida que nos ia matar a gás! - Exclamou a Rose.
"E que nos salvou no último minuto" acrescentei mentalmente. Aquele detalhe intrigava-me mesmo, mas não encontrava nenhuma explicação para ele.
- Somos 28 contra 1. - Retorquiu o Michael. - Só há três lugares realistas onde ele possa estar: no edifício, algures no pinhal e no bosque ou nos dormitórios. Se o queremos encontrar temos de cooperar todos para revistar a zona toda antes que seja noite.
Mas não havia maneira de convencer pessoas como a Anne e a Rose. A Anne parecia-me genuinamente assustada, mas parecia-me que a Rose recusava-se a cooperar na busca simplesmente porque não queria estragar as unhas. De minuto a minuto gostava menos dela.
As restantes pessoas, no entanto, acataram as ordens do Michael.
- Dois a dois vão revistar todos os dormitórios. Vejam debaixo das camas, no lavatório, debaixo do tapete, TUDO. Quero o edifício revistado milímetro a milímetro, tal como os pinhais. Subam as árvores uma a uma, se for preciso.
- E se REALMENTE o encontrarmos? - Disse de repente o Josh.
O Michael hesitou um bocado.
- Bem... Agarramo-lo e obrigamo-lo a explicar-se.
- Eu não vou à procura de um maluco capaz de matar sem uma arma.
Todos pareciam concordar nesse ponto. Mas que armas poderíamos usar?
- Já sei! A espingarda! - Exclamou de repente o Julian.
- A espingarda?
- A verdadeira! Aquela que o Marcus trocou e deu à Daiana. É melhor do que nada.
- Melhor que nada?! É ótima! - Exultou o Michael. - Mas... E se os monitores a levaram com eles?
- Bem, não custa verificar - disse eu. - As espingardas estão na arrecadação.
- O quê...? - Gaguejou a Daiana, parecendo aterrorizada. - E-eu... Não acho boa ideia, não quero ver de novo a espingarda!!
- Fica ali com as medricas se quiseres - o Alex revirou os olhos. - Nós vamos.
A Daiana parecia horrorizada, mas engoliu em seco e seguiu-nos.
Fomos todos em manada até à barraca de madeira. O sol estava a pôr-se, formando um lindo espetáculo de luzes. Parecíamos um simples grupo de amigos a acampar!
Abrimos a porta. Estava tanto pó que se sentia no ar.
- Alguém está a ver as espingardas de laser...
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Campo de Férias
Mystery / ThrillerEra para ser um campo de férias normal, não era? Era para nos divertirmos e passarmos duas semanas inesquecíveis, não era? Era para conhecermos gente nova e aproveitarmos o Verao, não era? Mas então, porque é que morreram todos? *Esta história foi e...