Aquele método era provavelmente a coisa mais estúpida jamais inventada, mas conseguimos surpreendentemente apanhar mais três esquilos incautos. Mesmo assim, esta brincadeirinha levou-nos quase três horas. Tinha as pernas arranhadas e doía-me o rabo de ter estado tanto tempo imóvel e agachada.
Fomos à cozinha, mas como era de esperar, o gás do fogão não funcionava.
- Vamos ter de acender uma fogueira.
- Alguém sabe como se faz? - Perguntou alguém.
- Eu - disse a Berenice, para surpresa de todos. - Andei nos escuteiros. Preciso de ramos secos e duas pedras.
A Eleanor e mais alguns foram buscar uns ramos caídos no chão, e usámos as duas pedras de antes que tínhamos usado para tentar cortar o arame.
Fomos lá para fora e, durante cinco minutos, a Berenice ficou ali a esfregar as pedras uma na outra, até que de repente uma faísca soltou e os ramos incendiaram-se.
- OK, agora vou cortar os esquilos com o meu canivete e cozinhá-los em fatias de carne. A mim não me faz diferença, mas se alguém aqui ficar incomodado com intestinos e cenas abertas e assim, é melhor irem embora e eu chamo-vos quando acabar - disse o William. Parecia um pouco nervoso por ter de, de repente, cozinhar quatro esquilos, coisa que obviamente nunca antes fizera.
Pessoas como o Alex, a Gabby, o Michael e o Josh ficaram. Outras, como eu (que não lido nada bem com coisas destas), a Daiana e o Kay demos rapidamente meia volta.
- Queres ir para o dormitório conversar ou assim enquanto eles cozinham por aqui? - Sugeriu ele.
- OK - encolhi os ombros. Qualquer lugar menos ali, com esquilos abertos.
O dormitório dos rapazes eram igualzinha ao nosso mas do outro lado da colina, e era o número quatro da fila. O Kay ficara na cama de baixo e sentámo-nos em silêncio.
Com esta agitação toda já era hora do almoço e eu estava a ficar com fome. Demorei por isso um pouco de tempo a perceber que o Kay estava a falar comigo.
- ... achas?
- Hum? - Respondi, desatenta.
O Kay riu-se debilmente.
- Ouviste uma única palavra que eu disse?
- Não, desculpa - admiti, embaraçada. - Podes repetir?
- Estava a perguntar-te o que achas disto tudo.
- Hum... Como assim? Do facto de os monitores nos terem deixado aqui trancados? Ou de nos estarmos a alimentar de esquilos?
- De tudo.
Fiquei a ponderar no que responder.
- Sei lá. Um pouco estranho.
- Só um pouco?
- Ok, MUITO.
- Podes crer. Que raio de ideia... Isto foi para quê, no fundo? Deixar-nos aqui fechados?
Não havia resposta para isso.
- Hey, podia ser pior. Hoje é Terça... Só temos de aguentar até ao próximo domingo, ou seja, treze dias. Temos água, ao que parece comida, e lugar para dormir.
- Como é que podes estar tão relaxada? - Inquiriu o Kay, soando admirado.
- Não adianta stressar, pois não? Só podemos esperar pelos nossos pais.
No fundo eu não estava tão descansada como dava a mostrar. Pessoas como o Michael e o Alex nunca se deixariam levar por este teatrinho, mas o Kay deixou-se enganar pela aparência.
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Campo de Férias
Mystery / ThrillerEra para ser um campo de férias normal, não era? Era para nos divertirmos e passarmos duas semanas inesquecíveis, não era? Era para conhecermos gente nova e aproveitarmos o Verao, não era? Mas então, porque é que morreram todos? *Esta história foi e...