Nina beijou Vitor da maneira como sonhava desde sempre. Ele havia sido seu primeiro amor. Único aliás. Mesmo antes de vir morar com o pai, ela já o conhecia. E ele sempre havia sido cortês com ela.
Agora ali nos braços dele, ela tinha vontade de se beliscar. E também se sentia culpada. Seu irmão estava mal no hospital e ela ali sendo beijada.
- Não pense demais meu anjo, ele vai ficar feliz por nós dois.
Ele havia lido seus pensamentos, aliás ele sempre fazia isso. Prova disso era a barra de chocolate que ela sempre achava em uma bandeja quando saia da academia que tinham em casa.
Ela só soubera ser ele quando o viu colocar a mesma um dia.
Esse e tantos outros mimos faziam dele especial. Apesar da altura e músculos, ela sabia que Vitor era um homem carinhoso.
Vitor fizera tanto por ela, a mimando do jeito dele.
- Eu não sei o que dizer Vitor. Eu não sei.
Ele olhou para ela em silêncio.
A viagem foi feita em silêncio, até que eles chegaram até uma casa que Nina reconheceu, mas pensou que seus olhos brincavam com ela.
Vitor apertou o controle que abria os portões e dirigiu até a entrada. Desceu e abriu a porta do carro para ela descer. Segurando as mãos subitamente geladas de Nina ele deu um beijinho em sua testa dizendo:
- Bem-vinda a sua casa, Amor.
Ela não conseguia acreditar. Mas era real. A casa dos seus sonhos de menina estava ali a sua frente. Mas como ele saberia?
- Como…
Ele deu um sorriso envergonhado, e deu de ombros.
- Eu posso ter lido alguma parte do seu diário enquanto você nadava, algumas vezes.
Ela ficou chocada e envergonhada.
- Então você...
- Eu li que você queria uma casa que fosse uma mistura de cabana e mansão. Com vidro, cristais e 10 quartos. Que fosse amarelo igual o sol e na sombra ficasse igual o sol poente!
Nina fez que sim. Ainda surpresa demais para falar.
- Eu espero que esteja tudo do seu gosto Nina. Eu tentei ao máximo que ficasse.
Ela deu um beijo estalado nele que riu. - Gostou?
- Claro que sim, então você sabia que eu...
- Eu sabia que uma menina linda, era encantada por mim, mas não sabia que a mulher que você é hoje ainda sentia isso. Eu me encantei por você desde que te vi. Mas você era algo proibido. Intocável. Eu não deveria amar a irmã do meu melhor amigo. Mas você é minha melhor amiga. A única aliás.
Criar essa casa foi meu modo de manter a esperança que um dia você viria aqui.
Ela olhou para ele...
- E todas aquelas mulheres, elas certamente devem ter adorado isso aqui. Você nunca quis...
Fechando a cara ele disse brusco:
- Nina, qual parte não ficou clara sobre essa ser a sua casa? Não houveram outras mulheres aqui. Ela sempre foi sua.
Olhando para ele, ficou calada e se pôs a andar pela casa.
A cozinha era linda, e tinha uma das paredes em vidro, aliás toda a parte de trás da casa era em vidro. As paredes. O jardim era algo como o Venshoir. E ela amou.
- O que você espera de mim Vitor?
Segurando ela em seus braços e virando - a até que seus olhos se encontrassem ele disse:
- Nina, eu não sou um homem fácil. Sou controlador, teimoso, arrogante e completamente possessivo. Não vai ser fácil ser minha. Mas eu espero que você me deixe tentar.
Ela baixou os olhos antes de dizer
- Eu não sou como as outras mulheres Vitor. Eu sou uma confusão e você vai ser cansar. Sei disso.
Pegando ela pela nuca e segurando num agarre forte ele a beijou com paixão. Fazendo com que ela moldasse o seu corpo no dele.
Gemendo na invasão da língua dele, na sua boca ela segurou na parede de músculos que ele tinha. Para se apoiar. Sentir seu calor. Que tudo era verdade!
- Eu não penso que você seja uma confusão. E me cansar? Duvido. Mas aviso a você que se você continuar a se desmerecer assim, vou deitar você em meus joelhos e bater nessa bunda bonita até ficar vermelha.
Corada com a visão que se formou em sua mente ela disse:
- Você não se atreveria menino grande, não mesmo.
Vitor gargalhou e a levou para fora. Ele havia parado no caminho e comprado algumas coisas. Juntos eles fizeram uma refeição entre beijos e conversas.
O celular dele tocou e ela ficou tensa. Mais tensa ainda quando ele viu quem ligava e jogou o celular de lado.
- Quem era?
Dando de ombros embora ela visse uma certa tensão nele
- Ninguém importante.
Segurando o rosto dele, ela perguntou de novo:
- Quem era Vitor?
Respirando fundo ele resolveu dizer a verdade.
- Patrícia.
Só então Nina lembrou da modelo de eficiência e beleza que atualmente era a namorada dele. Se afastou e perguntou.
- Ela ainda liga para vocês mesmo tendo terminado com ela?
Silêncio.
Uma suspeita dolorosa demais nasceu dentro dela:
- Você terminou com ela? Vitor?
Chegando perto dela ele tentou segurar sua mão em vão.
- Com todos os acontecimentos e ela viajando eu não tive como. Mas vou fazer isso. Hoje a noite.
Segurando as lágrimas ela disse:
- Eu quero ir embora. Agora.
E se levantou...
Vitor sentiu que não devia pressionar e a seguiu. Ela entrou no carro em silêncio e quando ele saiu ela e olhou para trás, ele deu adeus a seus sonhos. A vida dos seus sonhos.
Vitor tentou falar com ela, mas viu que ela havia se fechado. Como fazia quando estava sofrendo. Droga. Maldita Patrícia. E maldito fosse ele lhe próprio. Não pensara em como ela sentiria se soubesse que ele se declarara ainda envolvido com outra mulher. Ainda que ele lá essa outra mulher estivesse fora de seu coração.
Nina pediu a ele que a deixasse em casa. Descendo do carro ela entrou sem olhar para trás. Subiu até o quarto e só então se permitiu a dor.
Ele ainda estava com uma mulher que a fazia parecer ser uma vira lata abandonado. Patética.
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MEU TORMENTO 02 - um amor esquecido
RomanceNina sempre foi o patinho feio, a desajustada, o ratinho dislexico. Nunca se achando digna digna de ser amada, mesmo amando com todas as suas forças. Vitor sempre a protegeu e foi seu porto seguro. Como ser de outro jeito se a sua "Duende" era a s...