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Vitor viu ela correr para na casa e deu um soco no volante. Maldito deslize. Maldita pressa.

Como ele pudera esquecer? Mas ver seu melhor  amigo ali lutando para viver havia dado um estalo dentro dele. Ele não conseguia mais fingir que Nina era apenas a irmã de Javier. Ou a pessoa a quem devia proteger. Ele tinha uma verdadeira equipe. Mas ela, ele nunca deixou outro. Ele não podia mais fingir que não a queria.

Quando, na verdade, ela era sua própria respiração.  E agora ela estava sofrendo por que ele não havia terminado um relacionamento de fachada.

Ele saiu do carro e discou um número no celular. 

- Alô - uma voz de mulher atendeu 

- Estarei em seu apartamento as 21.

- Vitor chérie, por que você não vem agora e nos divertimos? 

- 21 - E desligou. 

Entrando na casa ele foi direto para o andar de cima e entrou no quarto dela sem bater. Nina estava deitada na cama de olhos fechados. A visão das lágrimas dela fez doer nele. Seu duende já havia chorado demais.

- Nina, precisamos conversar.

Ela balançou a cabeça que não e fechou ainda mais os olhos. Ele aguardou em silêncio.  Passados alguns minutos ela abriu os olhos e procurou por ele. 

Vitor aproveitou e se jogou  na cama por cima dela. Os braços fortes amparando seu peso, enquanto ele olhava para sua menina.

- Será que você vai deixar eu ajeitar tudo? Ou vai nos colocar num inferno? 

Ela olhou bem para ele e disse apenas:

- Fale a verdade por favor.

Beijando a testa dela ele resmungou:

- E quando foi que eu já menti para você?  Nem mesmo quando eu sabia que poderia ser melhor. 

Ele se sentou na cama e a colocou no colo.

- Nina, eu sempre gostei de você, mas eu sou mais velho que você,  muito mais experiente, sou mais experiente não sou? - Ele fez cara feia só de imaginar ela com outro homem. - Nina....

Ela assentiu - Completamente mais experiente. Mas...

Ele deu um meio sorriso.

- Javier sempre me disse que deveria lutar por você,  que sem isso eu não seria feliz.  Meu melhor amigo e seu irmão via o que eu me recusei.

Ela olhou pra ele assustada.

- Você me queria?

- Eu te quero Nina. 

Ela deu um beijo no peito dele e ficou em silêncio aguardando

- Patrícia e eu nunca fomos nada sério.  Apenas um pouco de diversão quando estamos no mesmo local. E não pense sequer que com você será assim, você é minha e todos vão saber disso.

Nina fechou a cara a menção da outra mulher.

- Eu já havia decidido a romper com ela, mas aí houve o acidente com Javier e eu simplesmente tive a cabeça em outras coisas, e depois quando eu vi você tão chateada só pensei em cuidar de você.  Em te abraçar. Não lembrei de Patricia ou qualquer outra. Havia e há apenas você, duende.

Olhando pra ele, ela viu apenas seriedade e algo que parecia amor em seus olhos.

- Javier sabia que você...

Segurando o rosto dela em suas mãos ele disse:

- Ele sempre soube. Mas acho que teve certeza quando eu comia a comida que você fazia. - Ele fez uma careta ao lembrar.

Ela tomou a iniciativa de chegar mais perto dele e colocar os braços ao redor do corpo forte.

- Ele vai ficar bem?

Apertando ela contra si ele pode apenas dizer:

- Sim, eu confio que sim. 

A beijou. 

Nina correspondeu ao beijo dele com sua mente e seu corpo.

- Você é muito mandão sabia?

Rindo ele assentiu:

- Eu sou ainda pior, você vai ver.

Olhando séria pra ele, disse:

- Quando você vai resolver a situação com ela?

- Essa noite, prometo.

Nina ficou em silêncio por alguns momentos antes de dizer:

- Você tem certeza que me quer? Eu não sou linda, não sou gostosa, e menos ainda inteligente. 

Ele olhou feio pra ela e deu um tapa afiado em sua bunda. Ela pulou assustada.

- Por quê?

- Vou fazer isso a cada momento em que você desmerecer o que é meu. Entenda Nina que só você é quem eu quero. Somente você.  

Nina baixou os olhos - Mas...

Levantando da cama ele começou a andar pelo quarto enquanto falava:

- Eu sou um homem adulto Nina, não um garoto, por favor não confunda as coisas. Sei bastante sobre o meu corpo e minhas reações às mulheres. Não sou fácil ou calmo. Gosto e fico no controle sempre que posso. No meu dia a dia e na cama. Eu sei que você é mulher o bastante para mim. E você? Tem essa certeza? Que pode aceitar esse meu lado?

Nina olhou bem pra ele e fez que sim. 

- Se você acha que não vai se arrepender,  eu tenho certeza que posso aguentar seu lado mandão. 

Ele a puxou da cama e começou a beijar seu rosto, seu cabelo, pescoço chegando por fim a boca. Suas mãos correndo pelas costas dela, sentindo seus tremores. 

- Amor, você tem alguma idéia do que te ter nos meus braços faz comigo? Do quanto desejei esse momento?

Sorrindo timidamente ela perguntou:

- O quê mais?

Ele mordeu a boca dela e logo em seguida acalmou com um carinho antes de dizer:

- Tenho vontade de te marcar como minha, te amar e te tocar até você não saber onde está e nunca esquecer à quem pertence. Eu te amo Nina.

Nesse momento o celular dele tocou.

Olhando pra ele, ela esperou que ele atendesse e finalizasse a ligação. 

- Era seu pai. Vamos para o hospital. Javier acordou.

[°°°]

Eles foram até o hospital e lá ficaram até que ele se levantou e a puxou em um canto.

- Você vai ficar bem? Eu preciso ir, falar com ela. Mas volto logo, ok. Não me olhe assim pequeno duende, sou um bastardo, mas sou seu. Juro.

Nina o beijou e desceu com ele até o estacionamento.  De lá ele saiu e ela voltou pra perto da família.  Seu pai segurando sua mão enquanto ela sentava e perguntou:

- Você está bem rouxinol?

Ela sorriu ao apelido e assentiu:

- Finalmente bem.. 

MEU TORMENTO 02 - um amor esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora