Apaixonado

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Vitor chegou ao apartamento de Patricia faltando alguns minutos para as 21:00Hs. Desceu do carro e subiu. Mesmo tendo as chaves de lá, coisa que nunca fez questão, mas ela sim, apertou a campainha.

Passado alguns segundos a porta foi aberta por uma Patricia quase nua com uma taça de champanhe em mãos. 

Ela puxou - o pela mão e tentou fechar a porta atrás dele. Vitor olhou em volta, seu corpo ficando alerta.

- Não vou demorar Patricia.

Ela fez um bico.

- Você não passa um tempo comigo e, nessa altura vem e diz que não vai demorar, você já foi mais animado Vitor.

Olhando para ela, ele se perguntou onde estava com cabeça para ter algo ali. 

- Vim exatamente para dizer que nosso tempo, juntos acabou. 

Ela fez uma cara de espanto e ficou lívida. 

- Mas... Eu só estava sendo chata amor. Não precisa terminar...

- Eu não quero mais. Patricia nunca houve sentimento aqui. Não vamos fingir que houve.

Ela pareceu nervosa de repente...

E logo ele viu o motivo. Um homem visivelmente alterado saiu do corredor e veio para perto deles. Somente de cueca.

Vitor de ombros antes de dizer:

- Melhor assim, vendo que tudo já caminha para nós dois. Tenha uma boa vida Patricia.

Ela ainda tentou segurar ele, mas foi em vão. - Vitor isso é só sexo. Eu te amo...

Gargalhando ele disse antes de o elevador fechar.

- Mas eu não te amo. Você ama o jogo.

[°°°]

Saiu do prédio se sentindo aliviado. Sabia que ele e Nina teriam um árduo caminho pela frente, mas sabia que valeria a pena. Aquela mulher era a sua razão. E para um, cara que se orgulhava de nunca depender de ninguém, de ser duro e até mesmo sem sentimentos, ter sido pego no amor por um pequeno duende insolente não era fácil. Mas era sua escolha.

Lembrou a primeira vez que a viu. Ela tinha cerca de oito anos. E vestia uma roupa roxa, com meias descombinadas. Uma de cada cor. 

Ele parara seu caminho e ficou olhando a pequena menina. Ela chorava. 

Mas ao ver que alguém a olhava ela secou os rosto e fixou o olhar nele.

- Um dia eu vou deixar de ser uma aberração. Você vai ver. 

Ela ficou tensa, quando uma mulher veio de dentro e a pegou pelos cabelos. Vitor quis pular as grades que os separavam, mas ela foi arrastada antes que pudesse fazer algo. Um brilho triste nos olhos. Ele ia seguir pensando no que fazer quando um objeto chamou sua atenção. Era um pequeno duende de olhos violeta.

Foi nessa mesma época que a verdade sobre a criança veio a tona. E Nina foi sabida e reconhecida por Carlo e sua família. Pena que Carlo não a pegou naquela época. Tanto teria sido evitado.

Dirigindo de volta ao hospital ele parou a caminho e comprou algo para elas comerem. Sabia que nem ela, nem Rissa ou Alissa, teriam comido algo. Então comprou petiscos para todos. E que se explodisse o hospital. E suas normas.

Subiu para o corredor onde ficava o quarto de Javier e encontrou Alissa saindo. Ela deu um sorriso cansado para ele que lhe deu um beijo no rosto.

- Como ele está? 

- Acordado. E melhor a cada segundo.

Vitor viu as linhas nos olhos dela e ficou imediatamente preocupado. 

- Você está bem Alissa?

Ela fez que não e deu um sorriso muito artificial para ele.

- Nada com o que eu não possa lidar. Vou ficar bem Vitor. Agora me dê algo desses pacotes que estão me matando de fome e vá ver minha irmã. Ela estava agitada demais com a sua saída. 

Ele deu um dos embrulhos para ela e seguiu. Parando quando a voz dela o chamou.

- Vitor...

Ele se virou - Sim, Alissa...

- Cuide bem de Nina, ela é mais forte do que aparenta, mas é doce demais para o seu próprio bem.

Ele ficou parado observando o elevador se fechar e ela sumir.

Algo não ia bem...

Ele entrou na sala de espera e viu Nina sentada tranquilamente em um canto. Ele depositou a comida em uma mesa e seguiu até ela. 

Nina sentiu quando ele entrou, não queria olhar para ele com receio do que veria nos seus olhos.

Mas antes que pudesse se virar ou dizer qualquer coisa foi puxada da cadeira e presa entre os braços dele.

- Nunca tente fugir de mim. Você é minha e eu seu duende. Eu sempre vou te achar.

E a beijou.

MEU TORMENTO 02 - um amor esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora