Novos Rumos

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Os dias que se seguiram foram terríveis para ele. Nina estava cada vez mais recuperada e logo teria alta. Os médicos após vários e cansativos exames haviam dito que a amnésia dela era tanto pelos traumas do acidente quanto de fator psicológico. E que portanto curando-se os ferimentos só cabia a eles aguardar. Dia após dia ele viu ela ser doce com a equipe do hospital, com seus irmãos, e até mesmo com a equipe de segurança, mas sentia seu coração doer quando ela olhava pra ele como se fossem estranhos.

Ela até mesmo pedira a Carlo que ele fosse retirado da segurança. O que rendeu uma séria discussão entre os homens. E por fim ela aceitara que ele era vital para sua segurança. Mas o tratava com fria indiferença.

Ele queria segura-la nos braços e faze-la recordar. Recordar de tudo que eles viveram, o riso, a cada brincadeira, cada beijo, ato de amor... Mas não podia. Só podia esperar e ficar por perto.

Entrando no quarto ele a viu tentar se levantar e cambalear. Correu em ampara-la.

- Cuidado menina - ele disse a apoiando - O que estava tentando fazer?

Ela enrijeceu em seus braços e tentou se afastar - Eu agradeço a ajuda, mas preciso ir ao banheiro. Me solte por favor.

Ele fez o que ela pediu, mas quando ela ia dar outro passo gemeu de dor. E ele tomou a decisão. A pegou no colo e a levou até o banheiro.

- Eu posso ir daqui - Corando ela disse.

Não resistindo, ele fez um carinho no rosto dela antes de dizer - Te espero meu duende.

Fechando a porta Nina se apoiou nela. Vitor, esse era seu nome lhe casava sensações com as quais ela não sabia lidar. Ouvi-lo dizer duende lhe trouxe uma saudade desconhecida. A sensação de lar.

Respirando fundo ela fez o que precisava e após lavar o rosto abriu a porta. Ele não havia se movido.

- Você me ajuda a ir para a cama?
- Eu faço qualquer coisa duende.

Ela lhe deu um pequeno sorriso.

- Obrigada.

Vitor a ajudou a deitar e pegou um pouco de agua e lhe deu.

- Por que você nunca sai daqui?

Ele sentou na poltrona perto da janela e olhou para fora. Viu Alissa descendo do carro e sorriu para Nina.

- Por que eu não posso me afastar.

Ela meneou a cabeça ao dizer...

- Você é o chefe da segurança. Eu esqueço disso.

Ele ia dizer algo quando ela continuou

- Seus olhos são tão escuros.

- Meus olhos são azuis Nina.

Ela abriu a boca mas não disse nada, um flash veio com tudo...

***
Um Vitor um pouco mais novo dizia com olhar confuso
- Meus são azuis Nina...

- Eu não vejo azul.

***

Ela colocou a mão na cabeça e gemeu de dor. Ele sentou na beira da cama dizendo:

- Quer que eu chame alguem?

- Quem é você? Por que eu lembrei de você e doeu?

Antes que ele pudesse responder Alissa entrou e ao ver o estado da irma perguntou:

- O que aconteceu? Nina?

- Eu lembrei dele. De algo.

- Ei irmanzinha. Isso é ótimo. Que bom que você lembrou do amor de vocês.

MEU TORMENTO 02 - um amor esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora