Dor

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A entrada do hospital parecia o inferno. Cheia de repórteres, câmeras filmando.

Vitor queria entrar e ver sua mulher. No caminho havia falado com algumas pessoas do socorro e descoberto qual hospital. Eles não deram qualquer notícias a eles. Mas pelo que haviam visto era grave.

Assim que conseguiram passar por todos, eles correram para dentro e foram recebidos pelo diretor do hospital.

- Sr. Sandoval. - O diretor de nome Luiz chamou - A sua filha acabou de chegar e esta sendo atendida.

- Onde ela esta? - Vitor quis saber

O outro hesitou em dizer mas não era tolo - Ela está em cirurgia na ala Verde.

Sem um outro olhar ele seguiu no corredor ate localizar um painel de identificação.

O diretor ainda disse - Você não pode ir...

Javier olhou pra ele e disse:  - Nos impeça e seguiu atrás do amigo. Carlo e Cara logo atrás.

- Alissa não atende - Cara disse minutos mais tarde - Que droga .

Carlo sabia que sua outra filha estava com problemas, mas ela era muito fechada e não quis conversar com ele. E agora sua Nina. Sua pequena estava ali e ninguém lhes dava notícias.

Uma enfermeira saiu da sala e veio em direção a eles

- Quem é da familia da Srta. Sandoval?

Todos ali se levantaram

- OK, ela ainda esta em cirurgia. E creio que ainda irão demorar. Eu vim avisa-los.

Todos ficaram em silêncio e ela se virou para voltar a cirurgia até que olhando com ar compadecido a eles disse:

- A capela fica no fim do corredor. Quem sabe ajude - e se virou murmurando apenas pra sí - Deus sabe que aquela jovem precisa.

Os minutos viraram horas e nada de ninguém sair novamente. Uma comoção se deu quando um paparazzi conseguiu entrar e tentou entrevista-los. Javier apos dar-lhe um soco o jogou dentro di elevador e chamou seus seguranças. Vitor montou um forte esquema e quando subia de volta viu Alissa chegando.
Ela chorava. Enquanto os fotógrafos tiravam inúmeras fotos.

Ele a segurou pelo braco e juntos subiram. Ela extremamente pálida e com olheiras. Chegando ao andar ela correu ao encontro do pai e o abraçou.

- Pai. Como ela está?

Cara cortou a resposta do pai dizendo: - Onde você estava Alissa? Te liguei um monte de vezes.

- Agora não Cara. Depois.

- Mas... Você anda muito misteriosa.

- E você muito intrometida. Depois falamos..

Não se dando por vencida ela continuou..

- Mas ..

- Cale a boca Cara. Uma única vez que seja. - Carlo gritou com ela. - E você Alissa, precisamos conversar. Logo.

Cara se sentou e ficou calada! Alissa assentiu para o pai e se sentou ao lado da irmã. As duas se deram as mãos.

Vitor já estava com vontade de quebrar alguma coisa, Javier estava tentando acalmar Rissa.
Quando a sala de cirurgia se abriu e dois médicos saíram. Um deles passou por eles sem encarar los e o outro parou à frente deles:

- Como ela esta Dr.? - Ele estava ansioso por saber do seu duende.

O médico pediu que todos se sentassem e sentou também.

- A jovem teve fraturas múltiplas. Ferimentos internos. Estamos fazendo o possível, mas ha muitas coisas com ela.

Carlo perguntou:

- Ela vai viver?

O medico odiava aquela parte mas não podia mentir:

- Muito provável que não. E caso sim, temo que ela VA ficar em uma cadeira de rodas pra sempre.

Ele pediu licença e voltou a sala de cirurgia. Todos ficaram mudos. Ate que um baque se fez ouvir. Javier acabara de socar a parede e o gesso afundou.

Chegando perto do amigo com olhos assombrados Vitor segurou seu ombro e os dois se abraçaram. O medo em suas veias.

Duas horas mais tarde a cirurgia acabou e ela foi levada a U.T.I, eles seguiram pra ante sala mas ainda não podiam vê-la.

Carlo foi chamado pelo Diretor do hospital para verem o que fazer com os repórteres. Eles não eram "famosos" mas eram muito muito ricos e dominavam o mundo dos negócios..

O celular de Vitor tocou e ele viu um número desconhecido. Era para informar que não haviam localizado o motorista. Sua mãe havia ligado. Patrícia. E olhando o visor viu o nome de Shawnna.

- Vitor querido, eu vi no noticiário, sinto muito pela sua perda. - Ela disse com voz melosa - Se eu puder ajudar...

Cortando ela ele disse - Nina esta em recuperação

Ela desligou a ligação furiosa e discou um número:

- Seu inútil. Ele falhou. - Praticamente berrou ao homem do outro lado.

Enquanto isso a enfermeira disse que um por um podiam entrar.

Alissa pediu para entrar primeiro. Vendo que ela não estava bem, Vitor a acompanhou - Você precisa nos deixar ajudar você Lissa.

- Eu não tenho mais chances Vitor. Agora deixe eu ver minha irmã e logo será você.

Assim que entrou, ela sentiu o cheiro de álcool. E morte.

Se aproximando da cama chorou. Aquela ali deitada não era Nina. Sua irmãzinha era linda, não aquela pessoa ali deitada. Toda enfaixada

Tocando Nina ela disse baixinho

- Deus não é justo Maninha. Você não devia estar ai. Devia estar sorrindo e saltitando.

Enxugando os olhos e forçando a voz ela disse

- Eu não sei se eles vão aguentar Nina. Você precisa ficar bem, todos ali fora precisam que você fique bem...

Fungando ela continuou

- Eu sou a forte sabe, mas eu não sou forte agora. Eu preciso da sua doçura! Do seu sorriso preciso saber que quando eu me for, você vai estar bem. Me promete irmã. Eu preciso partir sabe, meu tempo aqui é muito curto. Mas não posso morrer sem ver você feliz.... Sim Maninha, eu tenho câncer. E não ha muito que se possa fazer...

Ela ouviu um chiado e se virando deu com Javier na porta. E ele chorava.

Se jogando nos braços dele ela disse:..
- Me desculpe irmão. Eu não queria que soubessem. Não assim.

Ele apenas a abraçou e juntos ambos choraram e velaram Nina.

MEU TORMENTO 02 - um amor esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora