Nina entrou no carro e decidiu que iria tentar aproveitar o dia com ele. Já havia ligado para o pai no hospital e seu irmão estava bem. Não sabia o que Vitor estava planejando mas resolveu que viveria o momento.
Ela olhou intensamente pra ele quando entrou no carro.
- O que foi menina? Tem algo errado em mim?
Rindo ela fez um carinho no rosto dele.
- Não amor, apenas olhando o quanto você é lindo.
- Homens não são bonitos, duende.
Tocando os lábios dele ela retrucou:
- Você é.
Puxando ela em seus braços ele a beijou. Nina suspirou de prazer ao sentir os lábios firmes e quentes dele nos seus.
- Vamos. Antes que eu leve você novamente para a cama e fiquemos lá o dia todo.
- Eu não iria achar ruim. - Ela disse sem conseguir esconder o desejo que sentia por ele.
Vitor a olhou por um longo tempo e ligou o carro, balançando a cabeça.
- Por mais tentadora que seja a idéia, eu quero que passemos um dia nos divertindo.
Ele a levou primeiro a uma loja de doces, Nina parecia uma criança. E ele adorava ela assim. Linda e sorridente. Ele praticamente a levou da loja. Repletos de sacolas cheias de doces.
Com ela comendo um enorme algodão doce. E ele chocolate.Ela ainda ria quando desceram a rua juntos. E ele parou no carro, mas mas a surpreendeu ao abrir a porta e guardar as sacolas.
- Eu quero te mostrar alguns de meus locais favoritos linda.
Ele segurou a mão dela e a levou a uma pequena instalação. Que destoava das outras. Era minúscula. Entrando lá ela viu que era uma pequena loja de livros antigos. A vendedora se aproximou e cumprimentou ele pelo nome e com um abraço carinhoso. Era uma senhora de idade e Nina se surpreendeu ao ser abraçada pela mulher.
- Bem vinda criança.
- Nina, essa é dona Angela. Ela é dona daqui.
- Prazer, é um lugar adorável.
Levando ela mais adentro, Vitor contou sobre como havia descoberto a loja em sua adolescência e contou mais, sobre sua família sempre brigando e no fato de que Angela o havia acolhido ali e em sua casa, como a um filho.
Nina adorou saber mais sobre ele. Vitor sempre havia sido extremamente carinhoso com ela, mas nada falava sobre sua vida. Todo o que ela sabia vinha das colunas sociais e do fato da mãe dele ser amiga da sua. Ao menos na infância. Então saber que ele havia sido um garoto tímido e estudioso não era ruim. Ela sabia que ele e Javier eram amigos desde o internato. E que apesar do seu Q.I elevado, ele havia decidido ir para outro ramo. O de segurança. Ela sabia que ele era chefe da segurança deles por pura amizade. Pois não precisava.
Ela começou a folhear alguns livros e viu ele segurando um exemplar de um que parecia antigo.
- Que livro é esse?
Olhada pra ela, ele mostrou a capa. Ela focou e depois de algum tempo leu.
"POR QUEM OS SINOS DOBRAM - Ernest Heminghway."
- Não conheço esse livro.
Vitor olhou pra ela com um sorriso tímido.
- É um dos meus favoritos.
Ela pegou o livro e folheou. Passado alguns instantes devolveu.
- E você? Qual livro gosta?
Sorrindo com saudade, ela disse:
- Nana lia sempre pra mim, Charles Dickens.
- Mais hoje em dia? O que você gosta de ler?
Ficando tensa, ela achou melhor dizer logo:
- Eu raramente leio Vitor, minha dislexia não me permite focar facilmente as palavras. Então quando tento a minha cabeça dói muito.
Ele sentiu vontade de se chutar. Ela era tão perfeita pra ele que esquecia das dificuldades dela. Afinal era super inteligente e linda.
- Desculpas amor, eu não lembro sempre das suas dificuldades. Pra mim você é perfeita.
Ela deu um sorriso triste:
- Eu já me acostumei Vic. Mas admito que ainda há algo que me mágoa mesmo após tanto tempo.
Fazendo um carinho nela perguntou:
- O que?
Beijando a mãos que passava em seu rosto ela continuou:
- Nunca saber como é o azul dos seus olhos.
Vitor perdeu o controle nas palavras dela e a puxando, beijou sua boca com toda a paixão. Abraçando seu corpo ele a moldou em sí e gemeu.
Alguns minutos depois ela se desvencilhou e foi ao banheiro indicado pela senhora. Ele aproveitou e pegou alguns itens, pagando e combinando algo com Angela. Quando Nina voltou eles se despediram da boa senhora e saíram.
- Eu adorei.
Ele apenas sorriu.
Vendo que já era um pouco tarde, ele sugeriu pararem para comer algo. E a levou a um restaurante chinês. Nina amava. Ele? Não. Com certeza não.
Eles entraram e conseguiram uma mesa. Nina pediu licença e foi ao banheiro. Lá chegando lavou o rosto e ajeitou os cabelos. Estava adorando o dia com ele. Estava sendo especial. Estava dentro do banheiro quando ouviu a porta abrir e logo em seguida vozes. Reconheceu uma delas que dizia:
- Nossa Vitor está ainda mais gostoso. Não vejo a hora de passar algum tempo com ele.
A acompanhante dela riu e disse:
- Ele está acompanhado. Ela até que é bonita.
Shawnna riu antes de dizer:
- Aquele ratinho não me preocupa. Ela é irmã do melhor amigo dele. Vitor jamais dormiria com ela. Ele gosta de mulher de verdade e não uma como ela. Defeituosa. Se bem que ela sempre foi apaixonada por ele. Ela nem conseguia esconder.
As duas mulheres riram muito.
Nina pensou em ficar amigo li até que elas saíssem mas não era justo. Nem com ela e menos ainda com Vitor. Respirando fundo saiu do box do banheiro ficando cara a cara com as mulheres.
A morena ficou sem graça mas Shawnna a olhou com desdém.
- Olá ratinho. Entregou meu bilhete?
Olhando pra outra mulher, não viu nada de espetacular nela. Era de certa beleza, mas fria.
- Sim. Eu entreguei, mas não creio que ele tenha ficado impressionado. E sim, eu sempre fui apaixonada por ele. E quer saber? Ele também é por mim. Então tenha um pouco de dignidade e some. Porque meus defeitos como você ama apontar, não foram escolhidos por mim. Enquanto você decide todos os dias ser uma vadia. Mas fica longe da gente.
E dizendo isso ela saiu. Só pra encontrar Vitor do lado de fora, parecendo preocupado.
- Você está bem? Eu não pensei...
Dando um beijo nele, ela disse:
- Eu estou ótima amor. Dano algum. Pelo contrário.
Ele havia ouvido a conversa e não invadir o banheiro e salvar sua menina havia tomado todo o seu controle. Mas quando ela abriu a boca e começou a falar, ele só queria beija - la. Aquela era sua Nina. Sua mulher.
- Eu te amo duende.
Sorrindo ela disse:
- Eu sei.
E juntos voltaram pra mesa, sem dar atenção a Shawnna que ouvia tudo com olhar assassino.
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MEU TORMENTO 02 - um amor esquecido
RomanceNina sempre foi o patinho feio, a desajustada, o ratinho dislexico. Nunca se achando digna digna de ser amada, mesmo amando com todas as suas forças. Vitor sempre a protegeu e foi seu porto seguro. Como ser de outro jeito se a sua "Duende" era a s...