Nina acordou sozinha na cama. Esticando o corpo sentiu algum desconforto, mas se sentia tão feliz que mal notou.
Sorrindo como uma boba apaixonada, ela ficou lembrando de cada segundo da noite anterior.
Vitor havia sido incrível. E ela devia estar envergonhada mas não podia.Perdida em pensamentos não ouviu quando a porta abriu. Mas sentiu a presença dele. Parado na beira da cama, vestindo nada mais que a calça do pijama. Ele segurava uma bandeja.
Seu olhar queimava de tão quente.
- Bom dia duende.
Ela sorriu no apelido carinhoso.
- Bom dia Vitor.
Colocando a bandeja com tudo o que ela gostava no café da manhã, ele sentou e ficou olhando pra ela. Linda. Encantadora. Despenteada.
Nina olhou tudo o que ele havia trazido e seu estômago roncou. Ela riu e foi acompanhada por ele.
- Você trouxe tudo o que amo comer...
Dando um beijo na boca dela ele respondeu:
- Tenho planos pra você... Então coma.
Rindo ela disse:
- Desde que seus planos envolvam voltar pra essa cama...
Ficando sério Vitor respondeu:
- Meus planos envolvem muito mais que isso Nina.
Comeram em silêncio. Apenas se olhando fixamente.
Após o café ele retirou a bandeja e a puxou para os braços fortes.
- Nina, sobre a noite passada...
- Não se arrependa Vic. Eu não quero ouvir isso.
Pousando o dedo nos lábios dela retrucou:
- Não estou arrependido amor, nem por um segundo. Só que não usamos nada.
Ela olhou pra ele sem entender. Até que Num estalo:
- Eu uso contraceptivo Vitor.
Num movimento ágil ele ficou por cima dela, parecendo zangado:
- Porque você está usando? Eu atrapalhei alguém?
Ela não podia acreditar naquilo. Ele estava bravo?
- Vitor, eu sofro com cólicas horríveis. As tomo pra suportar a dor.
Ele franziu as sobrancelhas, a raiva esquecida. Na preocupação com sua mulher em dor.
- Desculpe. Eu não consigo imaginar outro homem assim com você.
Nina olhou pra ele triste.
- Se mesmo após a noite passada você ainda acha isso...
Não aguentando a tristeza dela ele a puxou e beijou com carinho e paixão.
- Sou ciumento. E já disse: Não haverá outro no meu lugar.
- Pena que eu não posso dizer o mesmo.
E se levantou seguindo para o banheiro.
Ele viu quando ela trancou a porta e deu um soco no travesseiro. Não havia tido a intenção, mas era loucamente possessivo com ela.
Pegou a caixinha de jóias e tomou uma decisão. Pegando o celular fez algumas ligações e bateu na porta do banheiro.
- Te espero em baixo em trinta minutos.
E saiu do quarto.
Nina ficou no chuveiro deixando as lágrimas se misturarem a água morna. As palavras de Vitor trouxeram as palavras de sua mãe no telefone a tona. " Você é uma deficiente Nina. Não vai manter alguém como Vitor por muito tempo". Ela havia desligado na hora, mas aquilo havia ficado martelando em sua cabeça. E chegar ao café do hospital e encontrar Shawnna, a acompanhante dele na festa de Cara, havia sido o fim.
Ela reconheceu a outra na hora. Mas havia tido a esperança de que ela passasse despercebida. E quase passara.
"Pegando seu café, ela se dirigiu a saída até que sentiu uma mão em seu ombro, se virando viu a loira a olhando com interesse.
- Você não é a irmã do amigo de Vitor?
Ela assentiu
- A ratinha disléxica da festa. - Ela mediu Nina com certo desprezo. - Vejo que não melhorou. Senão saberia que azul não cai bem com esse tom de amarelo.
Nina olhou suas roupas e arfou. Mas a outra continuou:
- Creio que Vitor ainda esteja por perto. Diga a ele que Shawnna está na cidade e quer falar com ele. - E olhando para ela sorriu - Relembrar os velhos tempos. - colocou um cartão na mão de Nina antes de dizer: - Você consegue lembrar? E capaz de dar o recado?
Nina saiu praticamente correndo."
Voltando ao presente ela ouviu as palavras dele. E chorou um pouco mais.
Alguns minutos depois ela saiu do banheiro e abriu uma porta que não havia aberto a muito tempo. As roupas etiquetadas.
Escolheu uma peça, uma blusa e leu Azul lavanda. Afastou mais algumas e pegou uma saia. Pink. Escolheu sapatilhas e se vestiu.
Desceu as escadas e foi ao encontro dele.
Vitor viu quando ela desceu e ela estava diferente. Ele não iria dizer nada, mas havia odiado a roupa. Não parecia sua Nina. E ela já estava triste. Ele apostaria sua fortuna que ela havia chorado.
Ele retirou os óculos dela e viu os olhos inchados.
- Eu fiz isso amor?
Desviando o olhar ela disse: - Eu fiz isso. Você não. - E pegando pegando a mão dele, colocou um papel nela. Fechou a mesma e saiu para o jardim. Deixando que ele ficasse sozinho olhando o cartão.
Shawnna.
Me liga e um número.
Amassando o papel ele disse uma série de palavrões e saiu atrás dela.
Nina sentiu seus braços nela e fechou os olhos. Respirando o ar da manhã e o perfume dele.
- Ela me deu ontem. Esqueci de entregar. Eu não queria entregar. Mas era seu.
Ele a virou pra si e olhando fixo disse:
- Eu não poderia me importar menos com aquele papel ou com essa mulher. Eu tenho nos meus braços a única mulher pra mim. A única que mantém a minha mente, minha alma e meu corpo enrolados em um dedinho. Você Nina. E a beijou com desejo, amor e entrega.
Nina correspondeu e decidiu acreditar nas palavras dele. Aproveitaria enquanto podia.
- Eu te amo Vic.
Ele deu um sorriso brilhante
- É bom mesmo. Porque eu não vou a lugar algum.
E abrindo a porta do carro esperou que ela entrasse, já imaginando a cena que havia planejado.
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MEU TORMENTO 02 - um amor esquecido
RomanceNina sempre foi o patinho feio, a desajustada, o ratinho dislexico. Nunca se achando digna digna de ser amada, mesmo amando com todas as suas forças. Vitor sempre a protegeu e foi seu porto seguro. Como ser de outro jeito se a sua "Duende" era a s...