Alissa

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Boa tarde. Vamos de mais um! Estão gostando???

Dois dias depois Nina descia as escadas devagar quando viu um estranho na sala. E que estranho. Alto, moreno. Usava um Stetson.

Vitor a viu descendo e foi ao seu encontro. Abraçando - A deu um beijo em seus cabelos. E a levou para junto do cowboy.

- Kyle está é minha mulher. Nina. Amor este é Kyle meu amigo de longa data e vizinho. Seu rancho fica ao norte.

Tímida ela apertou a mão dele e sorriu.

- Bem vindo Kyle. Fica para o almoço?

Antes que ele pudesse responder todos ouviram barulho de carros e dando um pequeno grito ela correu. Diminuindo o passo ao sentir uma leve dor e imaginar a cara de Vitor.

Saindo com os dois homens as suas costas ela viu sua família descer dos carros.

Primeiro Javier e Rissa. Que florescia na gravidez.

Depois seu pai e Alissa. E por último Cara, Cesar e Kane.

Rosa e Melina vieram da cozinha na hora.

- Ninaaaa! - Cara correu ao encontro da irmã e se abraçaram felizes. Rissa se juntou ao grupo e as três saltitaram felizes. Exceto Alissa que estava abatida. Ela se aproximou devagar e abraçou Nina. Que sentiu vontade de chorar ao sentir a fragilidade da irmã.  Alissa sempre havia sido uma rocha. Enquanto ela era doce e mais frágil.  Cara selvagem e livre, Alissa era forte, firme e invencível. Então a ver daquele jeito causava uma dor incalculável e pelo olhar de todos, a dor era geral.

Alissa

- Alissa

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- Alissa... - Nina começou mas foi cortada pela irmã

- Não é tão ruim quanto parece mana.

Rosa tomou a dianteira e chegando do outro lado de Alissa segurou seu braço e a levou pra dentro dizendo:

- Não se preocupe menina, aqui nesta casa nada de dietas.

Nina olhou pra Vitor e sorriu. Não sem antes ver o olhar impactado de Kyle em sua irmã.

                           Kyle

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                           Kyle

Alissa estava adorando Rosa. Ainda mais depois de saber que ela era a mãe verdadeira de Vitor. Era visível o amor de um pelo outro. Seu amigo e cunhado merecia o melhor e aquela Celine era pior que a sua própria mãe. Ou talvez não.  Ela preferia esquecer daquela mulher. E de tudo o que ela havia passado lá. Todos a achavam fria. Mas não, ela havia precisado ser forte pra sobreviver. Para não enlouquecer.

Pensando em sua mãe, ela lembrou da conversa que haviam tido dias antes. Tomada por um momento de loucura ela havia ligado para ela e pedido que ela fizesse um teste de compatibilidade. Já que o do pai, do irmão e de Cara haviam dado negativos, apenas para ouvir da mulher que havia lhe dado a luz que estava ocupada demais.

Alissa havia ficado tão chocada que não havia falado com ninguem além do seu médico. Que havia ficado chocado. Ela não. Sabia quem era Carmen. E sabia na pele de sua frieza.

Agora ali olhando a família toda reunida, sentia o coração em paz e amedrontado ao mesmo tempo. Já havia se conformado que no próximo ano dificilmente estaria ali com eles. Precisava apenas preparar todos e deixá-los o mais fortes possível.

Olhando o pai, fez uma oração silenciosa para que ele achasse uma mulher de verdade.  Que visse nele o homem incrível que ele era em vez dos milhões que valia. Dinheiro não valia nada no fim. E ela era prova viva disso. Milhões em sua conta, uma carreira estável e grandiosa e sua saúde a levava. Suspirou.

Cara era talvez a que mais a preocupava. Por trás da fachada de diva forte e rebelde ela sabia que a irmã não era tão inabalável assim. Pedia a Deus que Cesar a mantivesse em pé e focada. Que sua loira não sofresse tanto.

Nina por sua vez a havia surpreendido. Era tão mais forte que ela. Tão mais centrada. Havia passado por coisas que muitos morreriam e temeriam e estava ali. Feliz. Forte. Grávida. Vitor era afortunado por ter sua irmãzinha em sua vida e pelo olhar dele, sabia. Graças aos Deuses.

Ela ouviu a risada do irmão e por um momento invejou a sorte dele. Rissa tinha sido um bálsamo na vida dele. A mulher que havia trazido luz pra vida dele. E eles venceram tantas coisas para estarem juntos. Ela ensinaria a sobrinha pelo tempo que tivesse com ela o quanto seu papá e sua mamã  se amavam. Disfarçou e enxugou uma lágrima que insistia em cair. Ela não podia ceder. Não agora. Choraria depois.

De repente ela sentiu o olhar de alguém sobre ela e viu o amigo de Vitor a fitando. Algo naqueles olhos verdes a deixava inquieta. E ela arrumou o cabelo sabendo que não havia nada que pudesse fazer para disfarçar as olheiras e a perda gritante de peso. Para uma mulher que sempre se orgulhara da aparência,  sabia que os olhos fundos e cerca de 12 kg a menos gritavam "doença".

Ela o olhou esperando que ele desviasse o olhar como todos faziam,  mas ele apenas a olhou ainda mais fixamente  e ela viu algo que não era pena ali. Mas não quis imaginar o que poderia ser. Não tinha tempo pra isso.

Assim, terminando de comer o máximo que pôde,  ou seja umas cinco colheradas, se levantou e foi para fora.

Na varanda observava a paisagem e pensava. Em que? Não sabia.

Apenas desfrutava da beleza da vegetação.

- Porque você fugiu?

Ela se assustou ao ouvir a voz grave e se virando deparou com Kyle.

- Eu não fugi.

Ele se aproximou dela ao ponto em que era possível a ela ver que seus olhos tinham minúsculos pontinhos dourados.

- Sim. Você fugiu e não me parece natural em você.

Respirando fundo ela disse:

- Eu não estou no mercado.

Ele se aproximou ainda mais  e disse rouco.

- Graças a Deus por isso.

Dando um passo para atrás ela pisou em falso e antes que caísse foi segura e puxada por ele. Que a prendeu no peito solido.

- Kyle. Acho que é esse o seu nome. Eu não estou interessada. Caso não tenha visto, estou morrendo.

Longe de se abalar, ele levantou o Stetson e disse:

- Você só morre quando desiste de lutar. Lembre disso.

E dando um aceno a soltou e descendo as escadas, entrou na sua caminhonete e ligou o motor.

Mas antes que saísse gritou:

- Te vejo no jantar Alissa. Vista algo confortável.

E saiu. A deixando boquiaberta.

Convencido.

MEU TORMENTO 02 - um amor esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora