MEU TORMENTO 02 - um amor esquecido

Camille

Tudo pareceu caminhar bem. Eles dois estavam cada vez mais em sintonia.

O casamento de Javier se aproximava e Vitor não via a hora de fazer o que havia planejado para Nina.

Ele estava trabalhando naquele dia em sua sala em um novo projeto de segurança.  Um novo software.  E de repente ouviu a sua porta abrir. Não deu atenção.  Até que sentiu duas mãos em seus olhos e sorriu. Ate que sentiu o perfume.

Tirando as maos de si, virou a cadeira e se deparou com Patrícia.

- O que você faz aqui? E como não foi anunciada?

Sorrindo ela deu de ombros

- Sua secretária não estava ai. E eu simplesmente entrei. Qual o problema Vitor? Eu pensei que fossemos amigos.

Ele apenas olhou pra ela antes de dizer:

- Somos ex amantes.  Não amigos.

Ela sorriu sedutoramente

- Ok, eu preciso de orientação profissional. E sei que você é o melhor.

- Eu não acho que possamos trabalhar juntos.

Ele se levantou e começou a caminhar ate a porta.

Uma mão em seu Braço o parou.

- Eu não estou aqui por mim Vitor. Estão ameaçando Camille.

Aquilo o fez parar.

- Quem? Quando?

Ela olhou pra ele assustada:

- Eu não sei. Mas ela começou a receber bilhetes na escola. E alguem entrou em casa.

Vitor pensou na adorável menina de dez anos que era irmã de Patricia. Ela lhe lembrava Nina de tantas maneiras.

- Eu quero todas as informações possíveis.

Ela lhe deu um sorriso agradecido.

- Obrigada Vitor. De verdade.

Ele deu de ombros

- Ela é uma criança especial.

Eles combinaram de que se encontrariam no Savoi para um chá e ela traria todas as informações.

Quando ela saiu, ele resolveu ligar para Nina e contar o que estaria fazendo.

Ela não gostou:

- Eu não entendo por que você vai fazer isso. Não pode mandar ela procurar outra pessoa?

Ele tentou argumentar que não era nada pessoal com Patrícia e sim apenas com Camille mas ela não quis ouvir.

- Você vai fazer mesmo assim? Mesmo sabendo que me magoa você estar perto da sua ex?

Respirando fundo ele concluiu.

- Ela me pediu ajuda para proteger uma criança Nina. Eu não sei se vou assumir, mas eu não vou desistir nem mesmo por você. Ela é apenas uma criança. Eu amo você,  e preciso que você confie em mim.

Silêncio.  E ela desligou.

Ele praguejou e jogou o telefone longe. Mulher teimosa.

Faltando pouco para as 16hs ele chegou ao Savoi. Patricia chegou pouco depois juntamente com a criança.  Ela sorriu lindamente quando o viu.

O cha transcorreu em relativa calma. Patricia havia trazido tudo que tinha sobre as ameaças e ele se despediu delas. Prometendo que logo entraria em contato. E prometendo a Camille que veria sua apresentação no balé.

Ele decidiu ir ate a casa de Nina e la foi recebido por ela. Ele a beijou e ela tentou não retribuir.  Mas foi vencida e logo se agarrou a ele.

Vitor a pegou no colo e sentou no sofá.  Apos alguns minutos eles se olharam.

- Eu me comportei como uma tola.

- Sim. Você o fez.

- Eu tenho ciúmes de você.

Ele deu um sorriso e disse:

- E eu de você duende. Mas não tenha. Eu sou seu.

Ela assentiu e eles começaram a ver um filme.