Nina sempre foi o patinho feio, a desajustada, o ratinho dislexico. Nunca se achando digna digna de ser amada, mesmo amando com todas as suas forças.
Vitor sempre a protegeu e foi seu porto seguro. Como ser de outro jeito se a sua "Duende" era a s...
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Querido Diário
Mamãe acabou de sair do Campus. Ainda sinto seu abraço caloroso me envolvendo. Nina sempre foi a melhor de todas, a melhor esposa, a melhor amiga e sobretudo a melhor "mãe".
Ainda lembro quando papai e ela me adotaram, nunca fui tratada como uma criança adotada, ou privada de qualquer coisa, meu avô, meus tios, tias e primos são os melhores. Sem falar no pestinha do meu irmão. Quando minha irmã Patrícia morreu, eu achei que ficaria sozinha, sem ninguém, mas acabei tendo a melhor de todas as famílias. Eles são loucos, intensos e muito, muito amáveis. Qualquer criança nascida entre nós é muito abençoada. Eu sei que fui.
Papai queria vir me deixar, mas mamãe brigou com ele, ele não queria sua menininha tão longe de casa. Nem ele nem meus tios. Tio Javier e tio Kyle foram os piores. Tentaram me subornar a cursar uma universidade mais próxima de casa. E não há mais de 8 horas de distância. A primeira vez que eles brigaram feio, foi no meu aniversário de 15 anos, papai não queria que eu dançasse com Jake. Meu sonho adolescente. E quis bloquear sua ida até minha festa. Mamãe ficou uma fera com ele e o derrubou na piscina.
Olho pela janela do meu quarto, mamãe conseguiu uma ótima localização e um quarto enorme. E todo meu. Lá fora venta muito, o que me leva a pensar em mamãe, grávida e sozinha. Não que ela esteja sozinha realmente, há pelo menos 4 seguranças em torno dela.
Vejo jovens indo e vindo. Nossas aulas iniciam em três dias. E eu estou muito animada. Amo literatura do século XIX. E aqui poderei aprofundar meu amor por ela. Tenho sorte sabe, ninguém nunca tentou escolher meu caminho. Sempre tive liberdade para me expressar e ser eu mesma.
Agora que logo farei 19, é hora de abrir as asas e voar. Embora sempre serei a borboleta do vovô.
Bom diário, depois eu volto e conto mais.
Fechando seu diário e o guardando na cômoda, ela saiu para explorar um pouco os arredores e achar a máquina de salgadinhos.
Absorta olhando ao redor não viu que alguém se aproximava. E de repente sentiu o baque.
— Ei, você está bem? — Uma voz rouca perguntou soando preocupada.
Camille levantou os olhos e encontrou um par de intensos olhos verdes.
— Desculpe. Eu sou desastrada mesmo — Ela se desculpou
Ele pareceu soltá-la com extrema suavidade e disse:
— Tudo bem linda. Sem danos. Sou Rick a propósito.
Ela sorriu e disse:
— Camille.
Ele sorriu e antes de se afastar gritou:
— Belo nome borboleta. Nos vemos por aí.
Ela o viu se afastar e sentiu que aquele poderia ser um bom ano letivo para uma caloura desastrada...
