Lembranças da Arena

06

* Manuela *

Estava melhor, depois de ter conversado com Heloísa e resolvido aquela História entre a gente agora só faltava, falar com Sofia Ferraz. Queria por um fim nessa história, esquecer o que havia rolado e seguir em frente.

Tinha combinado, com algumas meninas, que treinam junto comigo de irmos até a lanchonete mas já tinha desanimado por mais que ficar em casa olhando para a parede me irritasse não queria ir, e ficar ouvindo aquelas meninas falando de caras e mais caras. Meu mundo não era como o delas, que girava em torno dos Caras, eu tinha coisas mais importantes pra me preocupar e perder Tempo falando sobre Caras que não  valia o que vestia, não era o meu forte.

Mas André havia me convencido a ir, dizendo que eu precisava me distrair um pouco mais já que na noite anterior eu tinha ido embora cedo demais do Pub. 

Dessa vez, teria que ir dirigindo até a cidade já que André tinha ido mais cedo pra se encontrar com uma garota. Pobre garota, mais uma coitada que caiu na lábia do meu irmão, odiava caras que se achavam os fodões,os pegadores e meu irmão era um deles. Que ironia,Nem ele gostava desses  caras que usavam as pobres garotas mas era um deles, vai entender. 

Sigo até a Cidade, e na metade do caminho me arrependo de ter seguido o Conselho do meu irmão, ao perceber que iria vir uma bela de uma tempestade, fico torcendo para que não começasse a chover até eu estar em casa novamente não queria pegar a chuva no meio do caminho de Volta, ou correr o risco de ficar pressa na cidade Porque a estrada ficou interdida por conta de tanta Lama, era um fato que acontecia muito em Girassol quando chovia demais, as estradas para as Fazendas viravam pura Lama e ficava o puro caos.

Ao chegar na lanchonete, vejo o quanto está lotada e mais uma vez me arrependo de ter vindo. Entro na lanchonete, e tento achar as Garotas as vejo em uma mesa um pouco mais afastada da multidão, enquanto caminho até elas acabo vendo Heloísa com um cara, que eu havia visto mais cedo na arena conversando com Daniel. Pelo pouco que sabia o cara era um dos competidores que iria participar do rodeio, que aconteceria nesse final de semana.

Sortuda a Garota!

Passo pela mesa de Heloísa que me cumprimenta com um oi acompanhado de um Sorriso.
Me junto com as garotas que estavam falando das probabilidades de ter cowboys Bonitos no rodeio. Tentei prestar atenção na conversa ou até mesmo participar da conversa super interessante mas não conseguia. Eu Queria distância de tudo que fosse relacionado a Caras. Queria dar um tempo em relacionamentos e tudo mais.

Com isso, acabo deixando minha atenção total na mesa Onde Heloísa estava, pelo menos alguém dessa história toda, não tinha ficado traumatizada quando se tratava de se relacionar com outros caras.
Quando paro de prestar atenção em Heloísa, foco no meu pedido que tinha acabado de chegar estava faminta, meu olhar vagueia por toda lanchonete até que novamente meu olhar para na mesa De Heloísa mas apenas encontro o Cowboy sozinho, mas sua solidão não dura muito ja que uma outra garota senta ao seu lado, procuro Heloísa pela lanchonete mas não a encontro com certeza ela deve ter ido ao banheiro. Volto a minha atenção para a mesa onde estava o cara, com a garota e me surpreendo quando vejo os dois se beijando, praticamente engolindo a cabeça um do outro, é tanto excesso de afeto que chega a ser nojento.

Minha atenção vai parar em Heloísa que está voltando para a mesa mas quando vê a mesma cena que eu para no meio da lanchonete, olhando para aqueles dois, boquiaberta.
Merda ela tava ficando com o cara, e agora ela ta vendo aquela cena um tanto quanto nojenta, depois de ter sido traída por Daniel da maneira que foi, ela tava passando por isso.

Heloísa fica por mais um tempo vendo aquela cena, até que o casalzinho para com o beijo, quando  o cowboy Filho da mãe percebe que foi flagrado, tenta conversar com Heloísa que simplesmente passa por ele e caminha até a saída. E o filho da mãe nem ao menos vai atrás dela, olho pela fachada de vidro e vejo que já está chovendo e Heloísa está indo embora a pé, sozinha, a noite em baixo daquele pé da água.