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|| Manuela ||


Queria saber o que Felipe estava fazendo aqui, mas era óbvio que ele tinha feito amizades com os rapazes, sem falar das garotas que estavam  adorando a carne nova do pedaço. Tento tirar esse cowboy desconhecido da cabeça ajudando meu irmão com as carnes para o churrasco até que ele me pede pra buscar mais algumas bebidas que ele tinha deixado separado la na cozinha, como uma boa irmã vou atrás das bebidas. Ao chegar na cozinha encontro alguns fardos de cervejas e algumas garrafas de velho Barreiro, pego as garrafas, iria levar primeiro elas e depois as cervejas.

Mas quando me viro pra porta dou de cara com Felipe parado no batente, o susto tinha sido tão grande que as garrafas que eu segurava foram parar no chão. "Merda!" Praguejo baixinho ao ouvir o vidro se estilhaçando no chão, o líquido das garrafas respingando no meu pé.

"Desculpa a culpa foi minha." Ele logo está na minha frente  agachado começando a recolher os cacos de vidro.

"Não, a culpa não foi sua." Me agacho também pra ajuda-lo

"Eu acabei te assustando." Ele olha pra mim, seu olhar aquece todo o meu corpo.

"Eu estava distraída."

"Mesmo assim, desculpa." Ele recolhe os cacos mais grandes e leva até o lixo. 

"Tudo bem, acontece." Fico em pé e procuro um pano pra enxugar o molhado.

"Teu irmão tinha me pedido pra te ajudar com as bebidas."

"Você conhece meu irmão?" Pergunto de supetão, como que ele conhecia meu irmão e já estava frequentado as festas que ele dá.

"Esbarramos no Haras." Ele me olha por alguns segundos até voltar o que estava fazendo, recolher os cacos de vidro.

"Ah!"

"Merda!" Ele diz baixinho, olho pra ele e  o vejo examinando sua mão que tem risco vermelho.

"Você se cortou." O puxo pra cima, e começo a examinar sua mão.

"Nao foi Nada." Ele tenta puxar sua mão mas não deixo.

"Você deveria ter pegado os cacos com uma vassoura, assim não se cortava." O levo até a pia, pra lavar a mão o sangue ja começava a escorrer.

"Esse tipo de coisa, acontece." Ele sorri. Ow Merda Porque ele tá sorrindo assim?

"Acho... que não foi fundo. Devo ter algum curativo por aqui." Me afasto dele e vou até do outro lado da cozinha aonde Aparecida uma funcionária da casa mas que era mais da familia do que uma empregada, deixava o kit de Primeiro socorros. Pego o curativo e volto até Felipe que estava encostado na pia, meu olhar se cruza com o seu e não consigo desviar, mas ele é o primeiro a desistir.

Coloco o curativo em seu corte, todo aquele contato estava me deixando tonta, nervosa e ansiosa por seu  proximo gesto. "Obrigado." Ele agradece avaliando o curativo.

"Não foi nada." Olho para o chão ainda tinha cacos e estava molhado, eu precisava limpar isso antes de voltar la pra fora.

"Quer ajuda pra limpar?" Felipe pergunta

"Não, eu me viro aqui. Só leva as cervejas la pra fora. "

"Tem certeza que não precisa de mim aqui?" Ele me olha por tempo demais, balanço a cabeça negando a sua ajuda. Minha mente começa assimilar o que ele tinha acabado de dizer, e agora vejo que pode ter algum tipo de segundas intenções nisso.

"Não, preciso. Obrigada mesmo assim."

"Tá bom." Ele sorri pra mim, antes de pegar todos os fardos de cervejas saindo da cozinha em seguida. Respiro mais aliviada depois de ficar sozinha, enrolo bom um tempo na limpeza. Não queria cruzar com Felipe de novo, ele me deixava nervosa e odiava que ele causava isso em mim.

Quando volto pra piscina encontro Heloísa sentada em uma das espreguiçadeiras, tomando uma cerveja. "Cadê a Sofia?" Pergunto me sentando ao seu lado.

"Foi atrás do Renato."

"Porque ela foi atrás dele?"

"Ela se sentiu culpada, por te falado que ele deveria lutar pela ex."

"Ela fez isso?" Dou risada.

"Acho que ela não sabe direito da História do Renato, expliquei meio por cima, Então ela foi atrás dele."

"Entendi." Meu olhar passeia por todos que estavam ali, até que para em Felipe, ele estava olhando pra mim, sem eu perceber dessa vez ele não desvia o olhar e muito menos eu.

"Você ta trocando olhares com o  Cowboy novo que chegou na cidade?"

"Não, claro que não." Baixo meu olhar, se Heloísa tinha percebido, as outras pessoas também.

"Você desviou o olhar, mas Ele não para de olhar pra você." Heloísa fala dando um gole em sua cerveja, acho que eu tava precisando beber, mas isso seria um perigo. Não consigo não olhar para Felipe, realmente ele estava sorrindo pra mim.

"Ele tá arrastando Asa pra todas as garotas daqui."

"Eu só to vendo ele, olhando pra você."

"Nem conheço ele."

"Passa a conversa com ele."

"Eu não. Ele é bonito mas não passa disso." Heloísa,da uma leve risada e volta a sua atenção para sua cerveja. Resolvo mudar de assunto antes que ela falasse mais alguma coisa sobre esse cowboy.  "Ta sabendo do Daniel e da Rubi?" Pergunto.

"To sim. Eu vi os dois ontem nos fundos do lanchonete nos amassos."

"Sério? E como você ficou depois?"

"Normal, nao me machucou como quando foi com a Soraia."

"Ela era sua amiga, por isso doeu." 

"O Daniel é passado." Heloísa diz com convicção e com um sorriso no rosto.

"Que bom Heloísa, fico feliz por você."

"É bom, ter superado esse babaca."

"Posso te fazer uma pergunta?"

"Claro."

"O que você acha do meu irmão?" Com a minha pergunta, Heloísa acaba se engasgando com a cerveja bato em sua costas. "Ta bem?"

"To. O que você perguntou do André?"

"O que você achava dele?"

"Ah, ele parece ser um cara legal."

"Você acha ele bonito?"

"É, eu acho porque dessas perguntas?"

"Curiosidade. Só mais uma pergunta, ele ja tentou alguma coisa com você?"

"Você ta querendo saber se ele já tentou ficar comigo?"

"É, ele já Tentou?" Insisto na pergunta, Heloísa me olha por alguns segundos depois olha para o chão.

"Acabou rolando ontem!" Heloísa confessa sem olhar pra mim.

Eu sabia que meu irmão não tinha perdido tempo. Ele ia se vê comigo.

•••

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