91

738 72 21
                                    

|| Manuela Costa Brava ||

No cafe da manhã, encontro apenas minha mãe na mesa, meu irmão havia dormindo na casa de Heloísa agora que os dois haviam voltado não iam se desgrudar de jeito nenhum, e meu pai havia saído bem cedo para resolver algumas coisas da Fazenda.

Enquanto eu saboreava meu bolo de chocolate, percebi minha mãe me olhando de canto de olho, esperei ela falar algo, mas nao dise nada continuava a me olhar até que eu tive que tomar a iniciativa de perguntar o que estava acontecendo.

"Algum problema mãe?"

"Ahn... Não  necessariamente."

"Como assim?"

"Quem é o rapaz com que anda saindo?"

"É o Felipe."

"Pelo o que eu soube esse rapaz é novo na cidade, e não se inturma muito com o resto do pessoal da cidade."

"Como que você sabe que ele é novo por aqui?"

"A cidade é pequena todo mundo fala, ainda mais quando a minha filha anda se relacionando com o assunto comentado na cidade."

"Esse povo é tudo desocupado, não sei por que falar da vida dos outros."

"O pior é que não tem muito o que falar sobre esse rapaz, talvez seja isso que faça ele ser o assunto comentado por todos."

"Não é da conta desse gente saber de algo sobre o Felipe."

"Mas e você?"

"Eu o que?"

"Você está saindo com ele, com certeza deve saber de algo, não é?"

"Mãe relaxa, Ele não é nenhum psicopata que está fugindo da polícia ta?" Tento tranquilizar minha mae.

"Por que não me conta mais sobre ele?"

Bufo irritada, não queria  conversar com a minha sobre Felipe, pelo menos não agora. Ainda era muito cedo, pra tocar no assunto Felipe com a minha mãe. "Mãe o Felipe é um cara legal, honesto, me trata super. Trabalha no haras e mora na pousada. Pronto mais tranquila?"

"E a família desse rapaz?"

"É um assunto delicado."

"Por que delicado?"

"Uai, delicado mãe. E Eu não vou ficar falando pra todo mundo sobre isso. É um assunto que só diz respeito à ele. E fim de papo."

"Tudo bem. Mas você podia trazê-lo até aqui, para que eu o conheço."

"Vou pensar nisso." Digo enchendo a boca de bolo.

"Prometo trata-lo bem." Ela pisca para mim, enquanto bebe seu café. É lógico que tem que tratar bem.

Assim que termino meu café da manhã, vou logo pra cidade tinha combinado de tomar café com Felipe, mesmo ja ter comido em casa, ainda cabia mais. Felipe já estava me esperando na lanchonete, ele estava olhando o cardápio quando me sento à sua frente.

"Bom Dia."

"Bom Dia." Ele sorri docemente

"Ja escolheu?"

"Ainda não. O que pode me sugerir?" Ele me oferece seu cardápio, mas nem aceito, ja sabia décor o que tinha na única lanchonete da cidade. Chamei a garçonete que por sorte, não era Rubi.  Deus é mais! Faço o pedido, é claro peço em dobro, da pra ser feliz duas vezes seguidas.

"Ainda está chateada, por causa do lance do seu irmão?"

"Não, nunca estive chateada."

"Então estava fazendo drama?"

"Talvez."

Felipe ri fraco; "Eu gostei dele me pedido ajuda. Assim provou que ele confia em mim, e tirou a má impressão que ele tinha."

"Pensando melhor agora, foi legal da parte dele. Mas você não pode esquecer que ele, pôde ter te chamado por que ele não tinha mais ninguém pra ajuda-lo."

"Hahaha. Não estraga o meu momento de felicidade."

"Opa, desculpa aí."

"Palhaça."

"Agora falando sério. Você tem razão sim."

"Eu sei." Reviro olhos, de modesto não tem nada. "Eu  gostei de ser meio que cupido."

"Olha, tenho um namorado cupido." Não percebo de imediato o que tinha dito, vejo Felipe me olhando espantado só ai que a ficha cai. Que Merda! "Droga!" Exclamo, sem saber o que dizer. Estou vermelha, envergonhada.

Não sabia o que tínhamos, mas estava bom o nosso lance não queria que ele pensasse que eu estava afim de coloca-lo em um namoro na marra.

"Eu sou seu namorado, então?"

"Eu disse sem pensar."

"E você não quer que eu seja seu namorado, em vez do cara que você está tendo um rolo. Dizer meu namorado é mais sonoro, e menos complicado de se explicar?"

"Você quer?" Arregalo os olhos, ele era
Doido? A gente ainda está se conhecendo, e ele tem um passado doloroso e complicado. Se bem que dizer que Felipe era o meu namorado me deixava feliz, mais feliz do que eu imaginei que pudesse ficar.

"Quem é o louco que não quer ser seu namorado?"

"Você é quem me interessa agora."

"Eu  quero ser seu namorado."

"Você está falando isso da boca pra fora, só porque eu falei sem querer."

"Não é por causa disso."

"Você não acha que é muito cedo?"

"Talvez. Mas a gente se trata como namorado, respeitamos um ao outro como namorados. Temos sentimentos um pelo outro. A gente é namorados."

Olho para ele desnorteada. "Esse é o pedido de namoro mais estranho da fase da terra."

"Se você quiser, posso fazer um pedido mais elaborado."

"Não precisa."

"Então você aceita?" Felipe me olha com expectativa. Eu estava preste a dizer alguma coisa, quando entra no meu campo de visão o meu passado em carne e osso, sorrindo para mim, como se não tivesse terminado comigo do nada, por uma simples mensagem, bem simples mesmo dizendo

"estou terminando com você. Me desculpa. Seja feliz."

Se eu fiquei triste? Sim Magoada? Sim Chorando horrores? Sim. Mas também fiquei puta de raiva, cega de ódio, quando eu o via, e via com tanta frequência, mais do que normal eu queria avançar em seu pescoço.

Meu irmão fez isso por mim, ele conseguiu quebrar o nariz do infeliz. E duas semanas depois, Nicolas meu ex tinha ido embora. E nunca mais vi, até hoje.

"Oie Manu. Quanto tempo hein!?" E lá estava ele, na nossa mesa sorrindo pra mim, bem na hora que eu estava prestes a dizer sim pro pedido de Felipe.

Eu o odiava o destino! Ele conseguia ser bem filho da puta comigo.

•••
Sem revisão.

Lembranças da Arena Onde histórias criam vida. Descubra agora