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|| Heloísa Brandão ||

Assim que tínhamos chegado no Pub fomos logo pegar alguma coisa para beber, ficamos um pouco dançando até que decidimos ir procurar Sofia com seu irmão e Renato, quando estávamos chegando Sofia e Renato estavam saindo, ela tinha nos pedido para fazer companhia para Conrado enquanto ela estivesse fora.

Conrado estava com uma cara engraçada enquanto ele via a irmã e Renato se afastando, ao nos ver sorri e logo pergunta. "A pegação deles, é sempre assim, um incêndio."

"Eles são bem tranquilos." Manuela o responde. "Eu nunca vi esse incêndio que você está falando."

"Eles estavam se engolindo, literalmente se engolindo. Não sei nem como, eles ainda estavam respirando."

"A Sofia e o Renato? Eles são os mais comportados." Digo, me sentando na mesa.

"Duvido. Não foi isso o que eu vi, agora pouco." Tanto eu como, Manuela damos risada. "Enfim, deixando de lado a pegação da minha irmã. Eu queria saber como vocês se conheceram? Até onde eu sei, vocês não eram amigas da minha irmã antes."

"Se a gente te contar como tudo começou, você nem vai acreditar."

"Por que?"

"É uma coisa que nem todo mundo iria fazer o mesmo que a gente."

"O que é? Sou muito curioso."

"Você conta?" Pergunto a Manuela.

"Eu conto. A gente saia com o mesmo cara sem saber. Quando descobrimos, óbvio que cada uma terminou com o idiota. E depois a gente foi ficando amigas."

"Com a ajuda do destino, é claro. A gente se esbarrava sem querer por ai, e uma coisa foi levando a outra."

"Ficamos amigas. Boas amigas." Manuela me lança aquele olhar, que eu entendia bem, aquele olhar de cúmplice.

"Depois de sairam com o mesmo cara, trocarem babas, vocês simplesmente ficaram amigas!? Nem se quer brigaram?"

"Não. Talvez ficamos meio receosas no início, mas agora. Nos consideramos melhores amigas uma da outra, podemos contar uma com outra em qualquer momento." Digo.

"Verdade." Manuela levanta seu copo para fazer um brinde, eu faço o mesmo com o meu copo. "Um brinde a essa amizade que cada dia faz valer a pena ter ficado com o traste do Daniel, só pra gente ter se conhecido."

"Um brinde a vocês." Conrado se junta a nós, mas perde o foco, quando um cara o chama para conversarem. Conrado sai da mesa, sem nem ao menos dizer alguma coisa para gente. Eu e Manuela trocamos um olhar e damos de ombro enquanto bebiamos.

Fico observando o movimento do pub, e tentando manter minha mente longe dele. Ainda estava tentando me acostumar com a sua ausência, nosso término. Por mais que eu a gente Não queira ter esperanças, a gente sempre tem aquele fiozinho de esperança por mais fino que seja. A gente simples tem. E eu tinha o meu, mas ele se rompeu quando descobri que havia voltado pra casa de praia, um dia depois que nos encontramos na rua.

Manuela tinha me contado, e me dito que o irmão precisava de um tempo para por as ideias nos lugar, ele estava muito confuso e com vários problemas. Mesmo que ele estivesse com tudo isso, eu queria estar ao lado dele, o apoiando, estetendo a minha mão quando ele precisasse,mas o que ele simplesmente fez foi me descartar quando não precisava mais. Foi muita ilusão da minha parte acreditar que daria certo.

"Então, como que você está?" Manuela diz calmamente.

"Eu ja disse, estou bem."

"Não precisa mentir."

"Não estou mentindo. Eu estou bem."

"Sério? Pode desabafar comigo, não vou dizer nenhuma palavra pro meu irmão."

"Manu, eu to seguindo em frente. Um dia de cada vez. É claro que vai doer, mas eu não posso chorar 24 horas por dia, por um cara que não está nem aí pra mim. Eu to fazendo o mesmo que ele, seguindo o baile."

"Ele perguntou de você. Eu não ia te falar,  e muito menos me intrometer, eu fico numa saia justa ele é meu irmão e você minha amiga, mas eu preciso me meter e dar uma de cupido pra vocês. Meu irmão não vai demorar pra voltar, e quando ele voltar vocês vão conversar, ok?"

"Conversar o que? Não temos mais nada pra dizer um ao outro."

"Vocês tem sim. Essa conversa vai ser a última, a conversa final, a que vai decidir se realmente acabou o lance de vocês ou se vocês merecem uma segunda chance pra tentar."

"Ele disse alguma coisa, se ele gosta de mim, de ficarmos?"

"Helô você foi a primeira garota em anos que fez com que o meu sossegasse por um bom tempo. Por que você acha que conseguiu Isso?"

"Sei la, por que ele não tinha outra opção de mulher?"

"Ah, pelo amor?! Meu irmão tem um leque de opções pra rabo de saia. Ele sossegou com você, por que ele gostou de ti, de uma forma que nenhuma garota, antes fez com que isso despertasse nele."

Obsorvo cada palavra dita por Manuela, talvez aquele fiozinho de esperança estivesse sido remendado. "Quando que ele volta?" Pergunto

"Ele ainda não me disse. Mas não vai demorar muito." 

Acabamos sendo interrompidas, por um dos garçons aparecendo em nossa.
"Com licença, quem das duas, é Heloísa?"

"Eu." Digo, despertando atenção do garçom para mim.

"Pediram para entregar isso para você."  O garçom tira de trás dele, quatro rosas vermelhas e me entrega. Eu as pego, em dúvida. Será que era pra mim mesmo?

"Quem mandou entregar?" Pergunto

"Ele não quis se identificar, só pediu que fosse entregue para a senhorita, junto com esse cartão." Ele me entrega um pequeno envelope vermelho. "Agora preciso voltar para o meu trabalho." Olho para as rosas, confusa quem podia ser?

"Não acredito que você tem um admirador secreto."

"Nem eu acredito."

"Abre o cartão. Vamo vê o que está escrito." Faço, o que Manuela havia dito.

Pego um pequeno papel dentro do envelope vermelho. E tinha apenas uma duas palavras, nada além disso.

|| Vamos ser ... ||

Olho confusa para Manuela, que Merda era Essa? Uma charada, quem é que tinha mandado isso pra mim? Eu não estava com paciência para  joguinhos. Entrego o papel para Manuela e a vejo franzir as sobrancelhas enquanto lia aquelas duas palavras.

Com certeza era uma brincadeira de algum idiota, desocupado.

•••

     

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