Lembranças da Arena

75 - Bônus - Renato Augusto

Já tinha se passado uma semana desde que Sofia começou a trabalhar no restaurante, ela ainda não sabia mas tinha conseguido a vaga no restaurante. Eu estava pensando em fazer uma surpresa pra ela, ela andava tão pilhada nos últimos dias, que precisava se distrair um pouco com as novas amigas, e comigo também.

Por isso tinha combinado com a Manu e Heloísa para levarem Sofia até o Pub iríamos beber rir um pouco e eu ia trazer um pouco de felicidade  para aquela moça que tinha trazido um pouco de paz pro meu coração. 

Tinha chegado um pouco mais cedo do que eu havia combinado, fiquei no balcão tomando uma cerveja observando o Pub lotar, o pessoal dançando e conversando. Peço mais uma cerveja, enquanto eu esperava o lugar que estava vago do meu lado é ocupado por minha ex, Maria Madalena. Fico tenso, fazia tanto tempo que eu não a via, eu andava evitando de encontra-la era tão doloroso vê-la e lembrar de tudo, ter um maldito sentimento teimoso que não ia embora por nada.

Ela sorri pra mim, com aquele jeito sedutor que só ela tem. "Oie."

"Oi." Tento soar sem emoção mas era difícil. A primeira paixão, a primeira mulher, ela tinha sido muita coisa pra mim, por um longo tempo e tudo acabou de jeito vergonhoso e doloroso. 

"Ta sozinho?"

"To esperando um pessoal."

"Hhm, entendi." Ela se cala, parecia sem jeito. "Eu posso te fazer companhia até eles chegaram."

"Não precisa." Digo curto e seco. Eu estava tentando ser firme não podia derrubar a barreira que eu havia construído contra Ela, eu tinha finalmente entendido que a forma como eu vinha agindo por causa dela, não me levaria a lugar nenhum, estava apenas me fazendo estrassalar  o meu orgulho, e mendigar amor e atenção. 

Depois de tudo, ela havia pedido diversas vezes pra deixa-la em paz e agora ela estava aqui, me olhando sem graça, com olhar me dizendo tanta coisa, mas que eu não entendia.

"Eu fiquei sabendo que você está com a filha do prefeito." Maria torna a falar.

"É eu e a Sofia estamos meio que juntos."

"Eu fiquei surpresa, quando soube."

"Por que?"

"Eu quase não acreditei que você tava seguindo em frente."

"Algum dia essa hora iria chegar, não acha?"

"Claro. Eu torcia muito por isso."

"Claro." Digo com sarcasmo

"Renato, não quero que você fique com raiva de mim."

"Maria, por que você Ta aqui, hein? Depois de tanto tempo, você vivia me dizendo que era pra te esquecer, nem olhar pra sua cara. E agora ta aqui de papinho, com o cowboy bicho do mato que trabalha servindo mesas."

"Eu nunca quis te ofender, ou te machucar."

"Nem reparei."

"Não vem  com as suas grosserias pra cima de mim Renato. Eu sei muito bem que errei com você, e não fui muito legal depois de tudo. Mas você precisa entender, que eu só estava procurando o melhor pra mim, você tinha sonhos tão pequenos  e eu quero mundo."

"Eu entendo isso, mesmo não concordando. Mas não precisava ter me traído."

"Me desculpa."

"Vai embora, por favor."

"Eu só queria dizer que estou feliz por você, por estar com alguém. Que finalmente seguiu em frente."

Nem a olho mais na cara. "Já disse o que queria, agora pode ir."

"Tchau Nato." Maria se levanta do banco e deixa um beijo em minha buchecha, quase no canto da boca. Isso me desconcerta.

A vejo indo em direção à um peão que estava num canto e só então percebo que ele estava nos observando antes. 

Dessa vez peço por algo mais forte, minha cabeça estava cheia de emoções antigas e novas, eu estava começando a ficar confuso. Sinto meu celular vibrar no bolso, eu o pego e vejo que tinha recebido uma mensagem de Sofia. Era uma foto nossa que tínhamos tirado na praia, mas que só agora achou. Ela estava vendo o mar e eu estava apenas observando a bela garota que estava do meu lado.

Eu gostava de Sofia, de estar com Ela, conversar, ficar com ela. Mas as vezes eu me perguntava se não estávamos indo pelo caminho errado, eu era um turbilhão de sentimentos confusos e ela era uma garota maravilhosa que merecia alguém por inteiro, e não eu.

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